Às vésperas da comemoração dos 50 anos do Tropicalismo, o projeto Tropicália: Régua e Compasso (A Bahia Cultural Pré-Tropicalista) faz uma viagem no tempo, para focar a ambiência na Bahia antes da cristalização do movimento cultural no eixo Rio-São Paulo. A ação Essa Noite se Improvisa integra a programação e terá estreia no dia 5 de janeiro, quinta-feira, às 17h, no Palacete das Artes, rememorando o universo que reunia jovens, artistas e intelectuais da música, nos anos 1960.
A proposta é promover a participação de agentes culturais de várias gerações, em encontros descontraídos com improvisos musicais. Um quinteto – formado pelos professores do Centro de Formação em Artes (CFA) da Funceb Edu Fagundes (Clarinete e Violão), Luiz Asa Branca (guitarra) e Robinson Cunha (bateria), mais os convidados Luciano Chaves (Flauta) e Giroux Wanziler (baixo) -, será a banda base da programação.
No repertório, clássicos da MPB, da Bossa Nova e do Jazz, com destaque para os compositores brasileiros Hermeto Pascoal, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Edu Lobo e Tom Jobim, entre outros. Na seleção musical do quinteto, “arranjos, adaptados à sua formação instrumental, trazendo à memória do público imagens poético-musicais do Pré-Tropicalismo, vivido em Salvador no fim dos anos 60″, explica Edu Fagundes. A direção e os arranjos são concebidos pelo quinteto de forma coletiva.
Depois da estreia, a programação do Essa Noite se Improvisa seguirá com edições nos dias 19/01, 09/02, 23 e 28/03, reunindo palestrantes.
Cunho formativo – O projeto Tropicália: Régua e Compasso é uma realização da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) – ao qual pertence o Palacete das Artes -, e Fundação Pedro Calmon (FPC), entidades vinculadas à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). A concepção do projeto é de Fernanda Tourinho, diretora da Funceb, e a curadoria da exposição é de Murilo Ribeiro, diretor do Palacete das Artes.
O projeto conta com palestras, debates, seminário e exposição na Sala Contemporânea Mario Cravo Jr, que reúne peças de artistas da música, da dança, e das artes visuais em evidência nos anos 60, como Lina Bo Bardi, Walter Smetack, Yanka Rudzka, Carybé, Juarez Paraíso, Lênio Braga, Jenner Augusto, Pierre Verger, além de fotos dos acervos de Lia e Silvio Robatto, recentemente doados ao Centro de Memória da Bahia.
O projeto tem “cunho formativo, porque tem o objetivo de demonstrar aos jovens de agora qual era o cenário cultural dos anos 1960”, detalha Marle Macedo, diretora do Centro de Formação em Artes da Funceb, que participa do desenvolvimento da programação. Além da exposição e do Essa Noite se Improvisa, até o mês de março acontecem edições do A Sopa de Maria e do Uma Ideia na Cabeça.
Tropicália: Régua e Compasso
Exposição: Mostra foca ambiência anterior ao movimento musical, reunido peças de Lina Bo Bardi, Smetak, Rudzka, Carybé, Juarez Paraíso, Lênio Braga, Jenner Augusto, Verger e acervo de Lia e Silvio Robatto. Visitação: De terças às sextas-feiras, das 13 às 19h; sábados, domingos e feriados, das 14 às 19h.
Programação até março, às terças, quartas e quintas-feiras sempre a partir das 17h:
A Sopa de Maria: Terças-feiras: 20/12, 10 e 24/01, 7 e 14/02, 14 e 28/03
Uma Ideia na Cabeça: Quarta-feiras, até 30/03
Essa Noite se Improvisa: Quintas-feiras: 5 e 19/01, 09/02, 23 e 28/03
Seminário e lançamento de revista: dias 29 e 30/03