O largo de Roma ganhou um espaço especial, o Dulce Café foi inaugurado, dia 14 de dezembro, pelas Obras Sociais Irmã Dulce com projeto visual arrojado e cardápio de qualidade. A identidade visual criada pela designer Goya Lopes e cardápio eclético montado em parceria com fornecedores selecionados, o café nasce com a proposta de tornar-se ponto de encontro numa das regiões mais tradicionais de Salvador, a Cidade Baixa. O espaço funciona diariamente, das 7h às 17h30.
Integrado ao Memorial Irmã Dulce e ao Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, no Largo de Roma, o Dulce Café ocupa o prédio histórico que abrigou dois projetos da freira baiana: o Círculo Operário da Bahia, primeira organização operária católica baiana, e o antológico Cine Roma, que movimentou a cena cultural de Salvador nas décadas de 1960 e 70 com apresentações de artistas como Roberto Carlos e Raulzito e seus Panteras. Cercado de referências que remetem à memória de Irmã Dulce e dos baianos, o ambiente procura recriar essa atmosfera. “Tudo foi pensado com muito carinho. Nos apegamos aos detalhes para agradar tanto o nosso público, a exemplo dos residentes de medicina e os brasileiros e estrangeiros que visitam o memorial e o santuário, como os moradores de Salvador. Todos vão se encontrar num espaço novo, mas cheio de história, para relaxar e tomar um bom café”, diz a superintendente das Obras, Maria Rita Pontes, antecipando que uma programação cultural, com música e literatura, será agregada ao espaço, ao longo de 2018.
Arte e lazer – Dentro dessa proposta, no ambiente pintado com as cores do Anjo Bom – azul e branco –, se destacam as mesas grandes projetadas para convocar a reunião das confrarias. O layout criado pela arquiteta Izabela Mota, responsável pela atualização do projeto arquitetônico, toma partido do desenho de Goya Lopes, que aciona palavras-chave do universo da beata. A devoção a Santo Antônio e a Nossa Senhora da Conceição, a paixão pela música que serviu de instrumento para a educação e a catequese, bem como o cotidiano marcado pelo acolhimento aos mais necessitados são os temas que nortearam o trabalho da designer.
Desse universo, emerge o repertório simbólico que dá identidade visual ao espaço. Além de criar a marca do Dulce Café, a artista também deixa sua assinatura no painel que remete à história da Mãe dos Pobres e em várias peças que integram o projeto. “Foi muito gratificante contar a história de Irmã Dulce com outro olhar, que é o olhar cultural, que tem esse viés. Para isso, tive que mergulhar em sua trajetória”, ressalta Goya Lopes.
Cardápio – A riqueza da história do Anjo Bom da Bahia se desdobra no cardápio do Dulce Café, que oferecerá algumas das guloseimas produzidas no Centro de Panificação Irmã Dulce, em Simões Filho, como o brownie e a broa de milho. Além dos itens de fabricação própria, serão oferecidos produtos de fornecedores conceituados, como o café da Latitude 13, marca da Chapada Diamantina, que vem se destacando internacionalmente na cozinha de grandes chefs. Para acompanhar, delícias como torta de maçã e outras iguarias. “Vamos trabalhar com doces e salgados, sanduíches e toasts”, diz Flávia Rosemberg, líder do Centro Educacional Santo Antônio – CESA, que abriga o centro de panificação das Obras. Alguns dos itens do menu homenageiam personalidades, como o ator Paulo Gustavo, que ganhou um brigadeiro com seu nome, além da atriz Malu Valle e Iafa Brites, produtora do filme Irmã Dulce.
As Obras Sociais Irmã Dulce contaram com o apoio da arquiteta Izabela Mota, da designer Goya Lopes e com a consultoria de July Allegro, dona da marca Café Latitude 13, que doaram seus talentos para a concretização do Dulce Café. A renda obtida com as vendas do novo espaço será toda direcionada para o CESA, núcleo de educação da OSID, localizado em Simões Filho, que atende 750 crianças e adolescentes em situação de risco social.