Festejos Cívicos do 7 de Janeiro de Itaparica poderá se tornar Patrimônio da Bahia


Fotos: Divulgação/Ipac

Os ‘Festejos Cívicos do 7 de Janeiro na Ilha de Itaparica’ que começam neste final de semana, 6 a 9 (sábado até terça), podem se tornar oficialmente um ‘Patrimônio Cultural da Bahia’ através das pesquisas e elaboração de dossiê do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), autarquia da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBa).

Esses festejos remontam 200 anos atrás, quando começa a tradição de comemorar a Independência do Brasil na Bahia, iniciada em 1822 e consolidada em 1823. Através de diversas batalhas os baianos expulsaram as tropas militares portuguesas para a criação do Império do Brasil. Na Ilha, essa luta culmina em 7 de janeiro de 1823, quando a população local evitou que tropas portuguesas atracassem em Itaparica, localizada na Baía de Todos os Santos.

“Os ‘Festejos de Itaparica’ e o ‘Cortejo do 2 de Julho’ dão luz à participação popular que foi determinante nas lutas pela Independência do Brasil na Bahia e não somente às guerras com militares”, diz a historiadora e diretora geral do IPAC, Luciana Mandelli. Ela explica que o ‘Cortejo do 2 de Julho’ em Salvador já é protegido como Patrimônio da Bahia, desde 2009, via Decreto nº10.179/06 (Retificação nº11.632/09).

“Agora damos continuidade para patrimonializar outras tradições que rementem e reverenciam a participação popular nas lutas pela Independência do Brasil, e os ‘Festejos Cívicos de Itaparica’ são repletos de registros, simbologias e significados que recontam e protegem essa tradição garantindo que as gerações futuras mantenham e conheçam o legado histórico de seus antepassados”, conclui a diretora do IPAC.

A partir de agora, a equipe técnica multidisciplinar do IPAC inicia as pesquisas, coleta de dados, estudos históricos e socioculturais que fundamentarão a redação de um dossiê com textos e imagens para comprovar a importância dos ‘Festejos Cívicos de Itaparica’ e justificar o seu título de Patrimônio Imaterial.

Depois de pronto, o dossiê é apresentado ao Secretário de Cultura que o encaminha para o Conselho de Cultura (CEC). Caso aprovado no CEC, o Governador do Estado analisa o dossiê e decide pela publicação no Diário Oficial da manifestação cultural como ‘Patrimônio da Bahia’. “O reconhecimento definitivo contribui na preservação e valorização da Cultura no Estado e o Bem Cultural, por ser oficialmente protegido, passa a ter prioridade nas linhas de financiamento municipais, estaduais, federais e até internacionais”, acrescenta diretora Luciana Mandelli.

POSTERIDADE – Para a antropóloga do IPAC, Gilda Conceição Silva, autora do primeiro parecer técnico, o registro dos ‘Festejos de Itaparica’ mostra e guarda para a posteridade o empenho dos itaparicanos para expulsar os colonizadores de suas terras.

“Foi um ato de bravura e heroísmo da gente nativa de Itaparica em busca de um novo modelo de sociedade que se forma no pós-independência, quando a Ilha continua a contribuir ativamente para o comércio e desenvolvimento da Bahia”, diz Gilda.

A patrimonialização dos ‘Festejos de Itaparica’ foi solicitado pelo Grupo Cultural ‘Os Guaranis’. A festividade ocorre a partir deste sábado (6) até a terça-feira (9) na cidade de Itaparica, com eventos como a ‘Puxada do Carro do Caboclo Tupinambá’, a encenação do ‘Auto da Roubada da Rainha’ e a ‘Guardada do Caboclo Tupinambá’.

O IPAC também é responsável pelos principais museus da Bahia, como o MAM (Avenida Contorno), o MAB (Corredor da Vitória), o MAC (Graça) e o Solar Ferrão (Pelourinho), dentre outros. Essas unidades museológicas ocupam edificações que são oficialmente ‘Patrimônio do Brasil’ ou ‘Patrimônio da Bahia’.

A exemplo do MAM e o Solar Ferrão com prédios originários do século XVII e tombados como ‘Patrimônios Nacionais’, ou o MAC cujo palacete é tombado como ‘Patrimônio da Bahia’. Mais informações no perfil @ipac.ba do instagram, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia no facebook e no site www.ipac.ba.gov.br.

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