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Coletivo DUO leva espetáculos para cidades da Chapada, Sul e Sertão


Fotos: Divulgação

Uma viagem que parte da capital baiana, pega as rodovias da esquerda em direção às cidades da Chapada Diamantina no coração da Bahia, desce para a região sul do estado, e, por fim, ascende para o Sertão baiano. Este é o percurso do projeto comemorativo DUO 13 anos, que tem apresentado parte do repertório do Coletivo DUO em praças públicas e teatros da Bahia. Em maio e junho, o grupo pega as rodovias para apresentar os infanto-juvenis O Barão nas Árvores e Em Busca da Ilha Desconhecida.

A circulação se inicia em Maio, de 11 a 14, pela região da Chapada Diamantina – Rio de Contas, Andaraí, Morro de Chapéu e Lençóis. Ainda em Maio, de 25 a 28, o Sul da Bahia recebe o repertório DUO 13 ANOS – Itabuna, Camacan, Canavieiras e Ilhéus. Por fim, em Junho, de 08 a 11, o Sertão – berço inspirador de algumas obras do Coletivo – será palco para os espetáculos – Ribeira do Pombal, Tucano, Cícero Dantas e Euclides da Cunha.

De acordo com idealizador e integrante do DUO, Saulus Castro, a escolha das regiões se deu primeiramente por uma poética territorial e identitária. “Além do nosso desejo de capilarizar nossas produções. A troca de vivências e atividades de formação com outros públicos que, muitas vezes, têm pouco acesso a espetáculos profissionais de teatro. E, sendo eu mesmo do interior do Estado, retornar com este projeto é um imergir naquilo que sou e oferto”, realça Castro.

Além dos espetáculos, o Coletivo DUO realizará a ação Construindo Personas : Oficina para Atuantes Cênicos, a ser ministrada pelo ator e diretor Antônio Fábio, que visa compartilhar técnicas teatrais para a estruturação de um sistema psicofísico para a/o atuante, no que diz respeito a criação de um estado pré-cênico necessário para a construção de personas dramáticas e suas performances.

“Com o DUO 13 ANOS poderemos compartilhar um pouco de nossa arte com diversas regiões da Bahia, mobilizando diretamente o trabalho de cerca de 30 profissionais da Cultura, difundindo nosso repertório”, pontua Saulus Castro, que integra o DUO ao lado dos intérpretes Israel Barreto e Marcos Lopes, e o dramaturgo e poeta Denisson Palumbo.

Circulação

Inspirado no realismo fantástico de Ítalo Calvino, o espetáculo infanto-juvenil O Barão nas Árvores, que tem direção de Guilherme Hunder, traz para o palco a história do menino Cosme Chuvasco de Rondó – filho primogênito do barão de Rondó -, que decide subir às árvores e nunca mais descer. O espetáculo é primeiro solo do ator, palhaço, circense, músico e produtor Marcos Lopes. Preenchidas de poesia e singeleza, as aventuras de Cosme são subterfugio para falar sobre família, temas como sustentabilidade e meio ambiente, valores e cidadania, poder e amor.

“Cosminho é um cidadão do mundo e faz de tudo para preservá-lo. Vira um militante do meio ambiente. E ainda se apaixona por sua vizinha”, explica o ator, ao acrescentar que o multiartista Antônio Fábio assume a assistência de direção e o ator Lineu Gabriel Guaraldo a preparação corporal, que tem como alicerce a manifestação popular do Cavalo Marinho, folguedo da Zona da Mata de Pernambuco, com sua musicalidade, suas figuras, motes e passos.

O Barão nas Árvores – que recebeu duas indicações ao prêmio Braskem de Teatro, em sua estreia em 2018, melhor ator para Marcos Lopes e melhor espetáculo infanto-juvenil – vai circular pelas cidades: Rio de Contas (11), Lençóis (13), Camacan (25), Itabuna (27), e em junho vai para Euclides da Cunha (08) e Ribeira do Pombal (10). “É uma felicidade colocar Cosme para circular entre as árvores da nossa Bahia, principalmente por ser uma obra que dialoga com a realidade de algumas cidades, em que há a preservação da natureza, a brincadeira de escalar árvores”, declara Lopes.

Militar, é alicerçar caminhos para a criação de sonhos e horizontes. Sonhar. Ato de render-se à ilusão, à imaginação, aos desejos. Neste caminho do sonhar, o DUO criou em 2016 o seu primeiro espetáculo infanto-juvenil “Em Busca da Ilha Desconhecida, que traz o conto de dois jovens que desejam encontrar um território nunca habitado. A montagem será apresentada  nas cidades de Andaraí (12), Morro do Chapéu (14), Canavieiras (26), Ilhéus (28); e em junho nos municípios de Cícero Dantas (09) e Tucano (11).

Em Busca da Ilha Desconhecida estimula as crianças de todas as idades a perseguirem seus sonhos e resgata referências do imaginário e da musicalidade popular ibérico-nordestinas, notadamente as que se conectam com o mar. Inspirado em “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago, a montagem do DUO tem dramaturgia e encenação de Saulus Castro, que também atua ao lado de Israel Barretto e Marcos Lopes.

“Muito além de trazer para o teatro a obra de um escritor de indiscutível relevância para a história das artes, este projeto traz à tona a construção dos sonhos, de seus alicerces, o que se conecta perfeitamente com a vida de crianças e jovens que estão caminhando seus primeiros passos na relação social. Assim como nós enquanto coletivo artístico”, afirma Saulus Castro, que fundou o DUO em 2010 ao lado do ator Jonatan Amorim, não mais integrante.

Antes de circular pelo interior da Bahia, o Coletivo DUO ocupou praças públicas e teatros de Salvador com estas duas obras – O Barão da Árvores, Em busca da Ilha Desconhecida – e mais três espetáculos do seu repertório, os solos Jonas: dentro do grande peixe, Memórias do Fogo, com Saulus Castro, e a mais recente montagem O Caminho dos Mascates.

“Esta primeira etapa do projeto DUO 13 anos em Salvador foi muito especial. É um revisitar ao nosso repertório, à nossa história e percurso, muito potente pelas ações de Mediação com escolas públicas e outras instituições que realizamos, mas também desafiador devido a diversas circunstâncias inerentes ao próprio projeto”, pontua Saulus Castro.

A criação

Criado em 2010, o Coletivo DUO se inicia com o objetivo de  aprimorar a prática teatral dos seus integrantes e o local de encontro foram salas cedidas pelo Colégio Central da Bahia. Depois da entrada de Saulus Castro na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, o trabalho passa a focar o treinamento/vivência do(a) atuante. Foi quando surgiu a primeira obra, ‘deriva’ (2014 – com Saulus e Uerla Cardoso). Compõem ainda o repertório do grupo, os espetáculos À flor da pele, da dramaturga Consuelo de Castro (2017);  Arturo Ui – uma parábola, obra baseada no texto de Bertold Brecht no qual a chantagem, a corrupção e a violência dão o tom (2017); Arraial, adaptado da obra Antônio Conselheiro, de Joaquim Cardozo (2018); e o solo de Israel Barretto, O Avô e o Rio (2019).

Projeto

O DUO 13 anos foi contemplado pelo Edital Setorial de Teatro em 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

Coletivo DUO – 13 anos – circulação Chapada Diamantina, Sul da Bahia e Sertão Baiano

Quando e Onde:

11/05: Rio de Contas – O barão nas árvores, 17h

12/05: Andaraí – Em busca da ilha desconhecida, 17h

13/05: Lençóis – O barão nas árvores, 17h

14/05: Moro do chapéu – Em busca da ilha desconhecida, 17h

OFICINA ANTONIO FÁBIO: Morro do chapéu de 11 a 14/05

25/05: Camacan – O barão nas árvores, 17h

26/05: Canavieiras – Em busca da ilha desconhecida, 17h

27/05: Itabuna – O barão nas árvores, 17h

28/05: Ilhéus – Em busca da ilha desconhecida, 17h

OFICINA ANTONIO FÁBIO: Ilhéus de 25 a 28/05

JUNHO

08/06: Euclides as Cunha – O barão nas árvores, 17h

09/06: Cícero Dantas – Em busca da ilha desconhecida, 17h

10/06: Ribeira do Pombal – O barão nas árvores, 17h

11/06: Tucano – Em busca da ilha desconhecida, 17h

OFICINA ANTONIO FÁBIO: Euclides da Cunha de 08 a 11/06


Alagoinhas recebe “Viramundo” do BTCA no Dia Internacional da Dança


Foto Uendel Galter/Divulgação

No Dia Internacional da Dança, 29 de abril, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) estará na cidade de Alagoinhas, encenando o espetáculo “Viramundo” – outra apresentação da mais nova montagem da companhia oficial de dança da Bahia no interior do estado.

A sessão é acolhida pelo no SESC Alagoinhas, às 19h, com ingresso trocado por 1kg de alimento não perecível. Estreado em julho do ano passado, “Viramundo” celebra os 80 anos de Gilberto Gil e é inspirado pela riqueza da obra deste imortal baiano, sob direção e criação coreográfica de Duda Maia e música original do maestro Ubiratan Marques, executada pela Orquestra Afrosinfônica.

Todo o elenco do BTCA está em cena, ressoando as danças que Gilberto Gil, em sua figura e em sua produção, desperta em seus corpos. Um roteiro musical dançado – ou um roteiro de dança musicada – nasce do acordo criativo entre Duda e Ubiratan. Na conexão entre ancestralidade e futuro, raízes e profecias, sertão e litoral, ecologias e tecnologias, despontam a diversidade, a atemporalidade, a generosidade.

Com e na diferença, evidenciando os potenciais de artistas da dança de gerações, formações e experiências variadas, um olhar democrático de criação evoca a autenticidade e a espontaneidade do movimento. Acolhimento que se reflete em pertencimento, beleza, abraços, muitos abraços. Gilberto Gil é vida e festejo num palco onde todos e todas se divertem. Dança que quer ser Gil. Música que não existe sem Gil. “Perseguimos uma obra essencialmente brasileira, e a textura, a qualidade de movimento, quer trazer o espectador para dentro da cena. Diminuímos a distância entre quem vê e quem está no palco”, descreve a diretora Duda Maia.

Para a criação da trilha sonora original, nascida dos embriões que Gil inventa e ecoa, Ubiratan Marques se baseou em três movimentos de percepção da obra do homenageado: o 1º movimento, Sertão; o 2º, Tropicália; e o 3º, Expresso 2222. São sonoridades que representam sua leitura e remetem às características próprias de Gilberto Gil, misturadas a trechos de suas canções em novos arranjos. A Orquestra Afrosinfônica executa a música, gravada para a circulação fora de Salvador.

No elenco de intérpretes-criadores, estão Adriana Bamberg, Agnaldo Fonsêca, Ângela Bandeira, Cristian Rebouças, Dayana Brito, Dina Tourinho, Douglas Amaral, Evandro Macedo, Fátima Berenguer, Fernanda Santana, Gilmar Sampaio, Jai Bispo, Joely Pereira, Konstanze Mello, Lílian Pereira, Luís Molina, Luíza Meireles, Maria Ângela Tochilovsky, Mirela França, Mônica Nascimento, Paullo Fonseca, Renivaldo Nascimento (Flexa II), Rosa Barreto, Ruan Wills e Solange Lucatelli.

Completando a ficha técnica deste projeto idealizado por Ana Paula Bouzas, ex-diretora artística do BTCA, Renata Mota assina a cenografia, Adriana Ortiz está na iluminação, Hisan Silva e Pedro Batalha, dupla dirigente da marca Dendezeiro, criaram o figurino e o Centro Técnico do TCA assumiu as soluções de cenotecnia. Anna Paula Drehmer e Ticiana Garrido, membros do BTCA, são assistentes de coreografia e Marcelo Jardim é preparador vocal convidado.

Foto Samara-Said-Labfoto/Divulgação

BTCA – Companhia pública de dança contemporânea fundada em 1981, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) tem direção artística de Daniela Guimarães e é um corpo artístico estável do Teatro Castro Alves (TCA), vinculado à Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA). Conta no seu repertório com mais de 100 montagens de importantes coreógrafos.

Em sua história recente, destacam-se “Lub Dub” (2017), “Urbis in Motus” (2017), “Tamanho Único” (2018), “CHAMA: Coreografia para artistas incendiárixs” (2018), “A História do Soldado” (2019), em parceria com a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), e “Viramundo” (2022), junto à Orquestra Afrosinfônica. Em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, BTCA e OSBA mais uma vez se conectaram para promover colaborações artísticas em parceria, estreando seis criações inéditas encenadas e transmitidas ao vivo pela internet e TVE Bahia, dentro do projeto “Voltando aos Palcos”. Também neste período, BTCA e OSBA estrelaram os filmes “Um Concerto para o Guarda-Roupa” e “Abraço no Tempo”. Em 2021, celebrando seus 40 anos, o BTCA lançou o longa-metragem “A Cidade que Habita em Mim”.

VIRAMUNDO

Balé Teatro Castro Alves

Quando: 29 de abril de 2023 (sábado), às 19h

Onde: SESC Alagoinhas (Rua do Terminal Rodoviário, s/n – Alagoinhas Velha)

Quanto: 1kg de alimento não perecível

Classificação indicativa: 12 anos
BALÉ TEATRO CASTRO ALVES (BTCA)

Direção Artística: Daniela Guimarães

Coordenação Executiva: Magali Amâncio

Assessoria Administrativa: Bárbara Tavares

Assistente Administrativo da Direção: Matheus Santana

Produção Executiva: Tacira Coelho

Coordenador Técnico Geral: Leonard Henrique

Administração de Cena: Rosângela Oliveira

Técnica de Som: Very Bulhosa

Técnica de Iluminação: Juliana Mendonça

Bailarinos: Adriana Bamberg, Agnaldo Fonsêca, Ângela Bandeira, Anna Paula Drehmer, Cristian Rebouças, Dayana Brito, Dina Tourinho, Douglas Amaral, Evandro Macedo, Fátima Berenguer, Fernanda Santana, Gilberto Baía, Gilmar Sampaio, Jai Bispo, Joely Pereira, José Antônio Sampaio (China), Konstanze Mello, Leonard Henrique, Lícia Morais, Lila Martins, Lílian Pereira, Luís Molina, Luíza Meireles, Marcos Napoleão, Maria Ângela Tochilovsky, Mirela França, Mônica Nascimento, Paullo Fonseca, Renivaldo Nascimento (Flexa II), Rosa Barreto, Ruan Wills, Solange Lucatelli, Sylvan Barbosa, Ticiana Garrido


Inscrições para edital de Qualificação no Circo da Funceb


Grão Circo. Foto Lucas Malkut/Divulgação

Com intuito de promover a interlocução entre o Circo Novo, artistas circenses que não vivem sob a lona e geralmente possuem residência fixa, e o Circo Tradicional, artistas circenses itinerantes, possibilitando uma troca de conhecimento, estão abertas as inscrições para a Qualificação no Circo, da Fundação Cultural do Estado da Bahia.

A ação já aconteceu antes, nos anos de 2012, 2013 e 2014, e é um dos projetos estruturantes da Coordenação de Artes Circenses da Funceb. A inscrição está aberta até 14 de maio no site da Funceb e é gratuita.

Podem concorrer projetos de trabalhos artísticos inéditos ou não da linguagem, nas categorias Circo de Lona – grupos de artistas circenses organizados que atuam de forma itinerante; e Formação em Circo – artistas com formação e/ou experiência em transmissão de saberes circenses e que não atuem de forma itinerante.

Serão selecionados três Circos e três artistas formadores. Os prêmios serão de R$ 20 mil para a categoria Circo de Lona e R$ 5 mil para a categoria Formação em Circo, perfazendo o total de R$75 mil de recursos investidos no edital.

“É de fundamental importância que tenhamos em vista a urgência que esta linguagem exige do Estado. É uma linguagem que precisa ser fortalecida, visibilizada, e este edital é um começo deste novo fôlego que os circos itinerantes e profissionais circenses precisam”, afirma a diretora geral da Funceb, PitiCanella.

Poderão participar desta premiação em ambas as categorias: pessoas físicas: com idade igual ou superior a 18 anos, brasileiros natos ou naturalizados domiciliados na Bahia há pelo menos 24 meses e pessoas jurídicas de direito privado com atuação na área cultural há pelo menos 24 meses no estado.

Será formada uma Comissão de Seleção, que trabalhará de modo remoto, composta por cinco membros, sendo três representantes do poder público e dois membros da sociedade, designados pela Diretora Geral da FUNCEB, fruto de consulta pública. A execução das propostas ocorrerá na cidade baiana onde os circos estiverem instalados.

Premiação

Para a categoria Circo de Lona, serão premiados três apresentações de espetáculos de circos de lona itinerantes já existentes e que estejam sendo apresentados nas cidades em que estão instalados. Também serão responsáveis pela realização de Roda de Conversa com o tema Saberes da Itinerância, ambos realizados de forma presencial.  O diálogo será gravado e distribuído nas plataformas de Podcasts.

Já na categoria Formação em Circo, serão premiados artistas que tenham projetos de oficinas e/ou capacitações relativas à qualificação do espetáculo circense (ex. dramaturgia, direção, figurino, maquiagem), a serem desenvolvidos presencialmente sob as lonas dos circos itinerantes selecionados neste edital.

Cada Circo de Lona selecionado receberá o artista também selecionado sob sua lona, para recebimento da oficina por sua equipe e apresentação do espetáculo no último dia de realização da oficina.  As propostas estão previstas para serem realizadas em julho de 2023.

“Este edital é resultado da determinação do Governo do Estado em reconhecer, valorizar e apoiar a atividade circense na Bahia. Entendemos a importância desse segmento para a cultura baiana e, por isso, esperamos que esse edital, bem como os demais setoriais que serão lançados, possibilite a troca de saberes entre os artistas, ampliando o acesso do público e também potencializando essa importante tradição cultural em todo o estado”, afirma o secretário de Cultura, Bruno Monteiro.

Edital de Qualificação no Circo
Quando: Inscrições de 27/3 a 14/5/2023
Onde: site da Funceb – www.fundacaocultural.ba.gov.br
Quanto: Inscrições gratuitas


Solo “Memórias do Fogo” em cartaz no Sesc Senac Pelourinho


Divulgação

O Coletivo DUO Teatro está em comemoração de 13 anos e desde janeiro de 2023 apresenta repertório de espetáculos em praças públicas e teatros de Salvador. No mês de abril é a vez de Memórias do Fogo, solo com o atuação, encenação e dramaturgia de Saulus Castro (integrante e fundador do DUO), sob orientação da diretora teatral Meran Vargens.

A montagem fica em cartaz no Teatro Sesc Senac Pelourinho, dias 06, 08, 12, 13, 14 e 15 de abril, às 19h, com ingressos a valor R$10 (meia) e R$20 (inteira); e dias 19 e 20 de abril, 15h, com entrada gratuita e exclusiva para escolas públicas, ongs e projetos sociais. Os ingressos para temporada, que faz parte da programação do projeto DUO 13 anos, podem ser adquiridos na bilheteria do teatro.

“Memórias do Fogo” é o primeiro solo de Saulus Castro, criado em 2019, um mirante-espelho da América do Sul. O espetáculo tem como obras inspiradoras livros do escritor uruguaio Eduardo Galeano – Veias da América Latina e a trilogia Memórias do Fogo (Os Nascimento, As Caras e as Máscaras, O Século do Vento).

O corpo enquanto dramaturgia de memórias. “Memórias do Fogo” é uma obra que traz em sua dramaturgia motes que ainda são vivenciados atual e cotidianamente, estampados nas capas e manchetes de jornais: a exploração do Ser e Natureza pelas estruturas de poder, a usurpação das terras de comunidades originárias por criminosos dos garimpos, etc..

“Este solo traz histórias espiraladas, vividas ontem e amanhã, no hoje. Em meio a pandemia vimos o Brasil ser tomado por grandes incêndios em suas florestas e biomas. Homens e mulheres sendo resgatados em situação trabalhista análoga à escravidão. Indígenas Yanomami em crise humanitária, sendo dizimados pelos garimpos. São estas histórias vivenciadas no Brasil e na América Latina que levamos à reflexão”, conta Castro.

Dentro de um ambiente realista fantástico, o Tempo, o Fogo, a Terra e a Memória – personificados no corpo atuante de Saulus Castro – contam de forma não linear as histórias dessas vozes não escutadas pelas estruturas de poder, abafadas pelo colonizador europeu e branco. Uma dramaturgia cheia de avanços e recuos, uma trama permeada de sangue derramado.

No palco, uma grande área circular de quatro metros de diâmetros composto por barbantes vermelhos, que criam uma trama que simboliza o sangue derramado e o silenciar de vozes mortas por uma política econômica social que dizima corpos vulneráveis. A cenografia é de Zuarte Júnior.

O figurino é de Rino Carvalho, composto por barbantes brancos que permeiam o corpo de Saulus Castro, uma metáfora das veias sanguíneas, que trazem memórias ancestrais, cordas que limitam corpos e espaços. O branco mercúrio da extração de ouro e minérios que tem destruído nossa fauna e flora.

“Memórias do Fogo” é mais uma obra do DUO permeada de musicalidade, em que a música também é dramaturgia, com direção de Luciano Salvador Bahia.

Circulação

Dos cinco espetáculos que compõem o projeto de circulação DUO 13 anos, o coletivo traz três solos: “O Barão nas Árvores”, com Marcos Lopes; “Jonas: Dentro do Grande Peixe” e “Memórias do Fogo”, com Saulus Castro. “Estas obras colocam em cena uma necessidade coletiva e/ou individual de lançar uma percepção sobre (in)determinado tema, situação, questão para e com o teatro, encontrar pessoas. Um mirante-espelho”, contextualiza Saulus Castro, que integra o DUO desde a sua formação.

Após temporadas dos solos, o projeto parte para o interior da Bahia, para apresentar os infantis O Barão nas Árvores e Em Busca da Ilha Desconhecida. Em Maio, de 11 a 14, passará pela região da Chapada Diamantina – Rio de Contas, Andaraí, Morro de Chapéu e Lençóis. De 25 a 28 de maio, o Sul da Bahia recebe o repertório DUO 13 ANOS – Itabuna, Camacan, Canavieiras e Ilhéus.

Por fim, em Junho, de 08 a 11, o Sertão – berço inspirador de algumas obras do Coletivo – será palco para os espetáculos – Ribeira do Pombal, Tucano, Cícero Dantas e Euclides da Cunha.  O projeto DUO 13 anos foi contemplado pelo Edital Setorial de Teatro em 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

A criação

Criado em 2010, o Coletivo DUO se inicia com o objetivo de  aprimorar a prática teatral dos seus integrantes e o local de encontro foram salas cedidas pelo Colégio Central da Bahia. Depois da entrada de Saulus Castro na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, o trabalho passa a focar o treinamento/vivência do(a) atuante. Foi quando surgiu a primeira obra, ‘deriva’ (2014 – com Saulus e Uerla Cardoso). Compõem ainda o repertório do grupo, os espetáculos À flor da pele, da dramaturga Consuelo de Castro (2017);  Arturo Ui – uma parábola, obra baseada no texto de Bertold Brecht no qual a chantagem, a corrupção e a violência dão o tom (2017); Arraial, adaptado da obra Antônio Conselheiro, de Joaquim Cardozo (2018); e o solo de Israel Barretto, O Avô e o Rio (2019).

Serviço

O quê: DUO 13 anos – temporada Memórias do Fogo, com Saulus Castro

Quando: 06, 08, 13, 14 e 15 de abril, às 15h, com ingressos a valor R$10 (meia) e R$20 (inteira); e dias 19 e 20 de abril, 19h, com entrada gratuita e exclusiva para escolas públicas, ongs e projetos sociais

Onde: Teatro Sesc Senac Pelourinho


“Maldita Seja” entra em cartaz no Teatro Molière


Veridiana Andrade (esq) e Vivianne Laert (dir). Foto de Diney Araújo/Divulgação

Sucesso em sua primeira temporada 2023, o espetáculo “Maldita Seja” foi convidado pela Luminosa Produções para uma temporada em março no Teatro Molière – Aliança Francesa, na Ladeira da Barra, onde fica em cartaz nos dias  17, 18, 19, 24, 25, 26 e 31 de março e 01 de abril, sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia) e podem ser adquiridos apenas pelo whatsapp 71 99921-2368 – link https://wa.me/71999212368.

“Maldita Seja” tem texto inédito de Paulo Henrique Alcântara e a encenação é assinada por Hyago Matos, que foi indicado em 2022 duplamente pelo Prêmio Braskem de Teatro na categoria Revelação, pela direção de “Antígona” e de “As Centenárias”. Em cena estão as atrizes Vivianne Laert (no papel de Cema) e Veridiana Andrade (atuando como Nevinha).

A trama – A história da peça se desenvolve em torno de duas criadas, Cema, a mais velha, e Nevinha, a mais nova. Durante o velório do patrão, figura influente em uma cidade do interior, elas atravessam a madrugada na cozinha do casarão onde moram, revirando o passado da família para a qual trabalham. Ao longo dos anos a devotada Cema fez da cozinha seu porto seguro, mirante de onde muito viu e ouviu. Ela sempre se esmerou em servir, atenta aos chamados dos quartos, aos pedidos na mesa do jantar. Vigilante, está pronta a cuidar, fiel guardiã.

Enquanto o patrão é velado na sala de visitas, Cema permanece na cozinha, onde desfia seu rosário e conta, por insistência de Nevinha, histórias envolvendo a família do morto, relatos, por vezes, parecidos com as tramas das novelas de rádio que Nevinha tanto aprecia. À medida em que as horas avançam, Nevinha escuta novos segredos, capítulos marcados por discórdias e dolorosas separações. Mas, para surpresa de Cema, o amanhecer vai trazer um acerto de contas com o seu próprio passado, após ser revelado algo que vai mudar para sempre a vida da criada.

O contexto da peça e suas personagens, colocadas em papel de subalternidade, suscitam reflexões de ordem social e permitem, enquanto afloram as suas histórias pessoais, discussões de fundo político, levantando oportunas abordagens sobre desigualdade social, opressão feminina e preconceito.

A parceria artística entre dramaturgo, diretor e atrizes é antiga. Paulo Henrique Alcântara já dirigiu Vivianne Laert por duas vezes: em “Álbum de Família”, de Nelson Rodrigues, em 2008, e em “A Lira dos Vinte Anos”, de Paulo César Coutinho, em 2016. Professor da Escola de Teatro da UFBA, Paulo Henrique Alcântara escreveu e dirigiu a peça “Sublime é a Noite”, em 2017, para uma turma de formandos do curso de Interpretação Teatral, da qual faziam parte Hyago Matos e Veridiana Andrade. “Maldita Seja” foi escrita especialmente para Hyago Matos, após este ligar para Alcântara pedindo sugestões de textos para encenar.

Ficha Técnica:

Direção: Hyago Matos

Elenco: Vivianne Laert e Veridiana Andrade

Texto: Paulo Henrique Alcântara

Cenografia: Maurício Pedrosa

Direção de Produção: Clarissa Gonçalves

Assistência de Produção: Hyago Matos

Figurino: Guilherme Hunder

Costura: Saraí Reis e Luiz Santana

Iluminação: Otávio José Correia Neto

Assistência de Iluminação: Fernanda Paquelet

Trilha sonora: Luciano Salvador Bahia

Maquiagem: Júlia Laert

Arte Gráfica: Mário Oliveira

Contrarregra: Bárbara Laís

Operação de som: Hyago Matos

Operação de luz: Otávio Correia e Iar Zaza

Cenotécnicos: Ademir França, Reinaldo Moreira, Márcio Aurélio Carvalho Serralheria: Leandro de Jesus

Assistência de cenografia: Éveli Prazzo, Jhéssy Oliveira, Mainah Rego, Amanda Mayer, Hamilton Lima e Hyago Matos

Instagram:@_espetaculomalditaseja

O que já se disse sobre o espetáculo:

Tive o prazer de assistir a uma peça inspirada, que transita entre o humor, a ternura e a trágica sina dos que ocupam o andar de baixo da nossa sociedade. ‘Maldita Seja’, dirigida por Hyago Matos e protagonizada por Vivianne Laert e Veridiana Andrade, foi escrita pelo dramaturgo Paulo Henrique Alcântara, a quem devo o convite e a ótima experiência. Através do olhar das personagens Cema e Nevinha, vislumbramos o Brasil arcaico e desigual e o nosso racismo cordial. Mas também vivenciamos o que este país tem de mais terno. Há, no texto impecavelmente escrito, ecos do Baú de Ossos, de Pedro Nava, e sobretudo de Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso, mas sem o memorialismo do primeiro e o barroquismo trágico do segundo. É uma peça leve, mas que faz a gente pensar na nossa sociedade injusta e na calidez da nossa gente…”

Paulo Sales – jornalista

Maldita seja é um espetáculo imperdível.

A inspirada dramaturgia de Paulo Henrique Alcântara constrói um dueto repleto de cumplicidade, afeto e humanidade entre Cema e Nevinha, duas mulheres de gerações diferentes que trabalham como empregadas domésticas na mesma casa e vivenciam a morte através da partida do patriarca da família para qual trabalham.

Com ótimos diálogos repletos de humor e delicadeza, a dramaturgia de Alcântara dá corpo, alma e voz as personagens que passam grande parte de suas vidas dentro da cozinha, sendo detentoras de todos os segredos que as paredes daquele casarão escondem.

A direção afinadíssima de Hyago Matos, explora com beleza e sensibilidade a sensorialidade desse belíssimo dueto, e a partir delas somos movidos a imaginar as outras personagens periféricas que não surgem em cena, mas estão também em cena, através da beleza absoluta das duas atrizes-personagens que duelam e duetam com leveza e intensidade, técnica e intuição, transpiração e inspiração.

Vivianne Laert e Veridiana Andrade esbanjam química e sintonia e jogam com fluidez amparadas por um texto sincero, engraçado e comovente que tem suas matizes ampliadas a partir do olhar da direção que investe com profundidade nesse jogo teatral entre as duas magníficas atrizes.

Vida longa a esse esperamos… se programem para assistir, a experiência é absolutamente verdadeira, poética e divertida.

Herton Gustavo Gratto – ator, poeta e dramaturgo

“É um texto sobre o amor. É um texto sobre a convivência entre duas mulheres, empregadas numa cozinha, que passam a noite acordadas enquanto o senhor da casa é velado na sala de visitas. Com profundidade de sentimentos vai nos mostrando a cumplicidade entre as duas e o humor pontua a cena de maneira que possamos sentir alívio. Duas atrizes, Vivianne Laert e Veridiana Andrade, num momento de beleza, uma mais experiente e a outra em início de carreira, dão conta das personagens de uma maneira profunda, mostrando-nos retratos da vida. O jovem diretor Hyago Matos deu conta do recado com muita segurança.”

Raimundo Matos de Leão – Professor aposentado de História do Teatro da Escola de Teatro da UFBA

“É emocionante ver o teatro cheio ser deslocado para uma cozinha cheia de histórias, de amores e dores, lembranças e cheiros. A interpretação de Vivianne Laert e Veridiana Andrade vai nos conduzindo para esse universo cheio de poesia e concretudes criado no texto de Paulo Henrique Alcântara e na direção cuidadosa de Hyago Matos. Um deleite. Desejo vida longa para esse trabalho que nos lembra que o bom teatro é cheio daquela “boa simplicidade” tão difícil de encontrar e de fazer acontecer.”

Wanderley Meira – Ator

“O texto Maldita Seja é engenhoso, hábil, maduro. Texto lapidado, burilado. Texto para o público em geral. Mantem o elo com o repertório de Paulo Henrique Alcântara, com sua assinatura muito autoral, ao mesmo tempo que amplia, dilata. É um texto politizado, que fala de diferenças sociais, poder. Apresenta um humor inteligente, inspirado.”

Marcos Uzel – Professor, jornalista, escritor de vários livros sobre teatro baiano