Virada Sustentável com programação gratuita


Sorvete Intergalático. Foto divulgação Naty Pinheiro

Com o tema “O Centro Pulsa – a vida em movimentos”, a Virada Sustentável – o maior festival de cultura, mobilização e educação para a sustentabilidade da América Latina – será realizada dias 08, 09 e 10 de novembro, ocupando mais de 50 espaços de Salvador com mais 300 atividades, retomando o processo histórico, criativo e sociocultural de fundação da primeira capital do Brasil.O principal centro pulsante será o Centro Histórico, palco de shows musicais, no Largo do Pelô, sábado (09) e domingo (10), reunindo, entre outros nomes, Djonga, Ilê Ayê, Nara Couto, Orquestra Reggae de Cachoeira – com participações de Freelion, da cantora e trombonista argentina Pali, e da nigeriana Okwei Odili – Ministereo Público, Xarope MC e Festa Punanny (Miss Ivy e DJ Nai Kiese). Já as praças recebem shows de Novíssimo Edgar, Nova Era, Underismo, Di Cerqueira, Zuhri e Magenta, entre outros, uma mostra de Hip Hop, roda de samba de mulheres, além de oficina de percussão e de dança, intervenções artísticas nas ruas, com colagem e performances variadas, cortejo sustentável e ainda um Tour Capoeirístico, contando a história da capoeira ao longo dos séculos XIX e XXI, e passando por 23 pontos do Centro Antigo, incluindo o Mercado Modelo e a Igreja do Rosário dos Pretos, finalizando no Forte da Capoeira (Santo Antônio Além do Carmo).

Já a Praça da Cruz Caída serve de palco para o Sarau da Onça, com recital de poesia, enquanto o Terreiro de Jesus recebe uma ativação da Braskem com o projeto “Reciclar é Transformar”, que trabalha os conceitos de redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais a partir de atividades lúdicas e jogos interativos, formando um ciclo sustentável. Na Praça da Sé, espetáculo circense, atrações musicais e uma nova edição da Feira da Sé.

Arte Africana no Solar Ferrão. Foto divulgação Fernando Barbosa (Ipac)

Graças à parceria com a Diretoria de Museus do Estado – Dimus/Ipac, a Virada contará com a programação de exposições, palestras e oficinas do Centro Cultural Solar Ferrão, Museu Tempostal, Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica e, saindo um pouco do Centro Histórico, também o Palacete das Artes e Museu de Arte da Bahia (MAB) – que irá receber exposição inédita de Jayme Figura, com sete máscaras de Exu feitas em placas de aço galvanizado, e fotos e vídeos de Marisa Vianna sobre todo processo criativo do artista plástico.

Parceria nas artes também com a Prefeitura Municipal, que agregou a Casa do Benin como parte da programação do Festival. Além do acervo próprio – composto por cerca de 200 peças originárias do Golfo do Benin, colecionadas pelo fotógrafo francês Pierre Verger ao longo de suas expedições realizadas à África -, o espaço projetado pela arquiteta ítalo-baiana Lina Bo Bardi receberá uma nova edição da Culinária Musical, com o afrochefe Jorge Washington, preparando receitas características da culinária afrobaiana, contando com apresentações musicais e performances artísticas. O espaço também sedia uma oficina prático-teórica e de vivência ancestral do pão, com Vanessa Almeida (AVA Fermentado Natural), trabalhando conceitos de estímulo sensorial, colheita ancestral, feitura e partilha do alimento enquanto símbolo da vida.

Conexões culturais

 

Banda Didá . Foto arquivo O Que Fazer na Bahia

Mais adiante, no Santo Antônio Além do Carmo, o La Frida Bike – vencedor do Prêmio Mobilidade 2017 e do Frida Fund como coletivo de maior impacto mundial – promove um festival de bike+arte, atentando para a conscientização do uso da bicicleta como meio de transporte orgânico diário, no sábado e domingo (09 e 10). A programação traz batalhas de manobras de bike ao som de DJ Belle, pedalada sonora com música e poesia, oficinas de restauração de bicicletas para mulheres, desfile de moda de bike e doação de bicicletas para crianças moradoras da comunidade Chácara Santo Antônio. Já o Oliveiras recebe show de Josyara e discotecagem com Pivoman, dia 08, às 19h.

A Virada pulsa também o Passeio Público, que irá receber uma programação variada durante os três dias Festival, com atividades infantis, Espaço Zen, Feira Vegana, apresentações musicais e performances artísticas. Já o Teatro Vila Velha recebe o “Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras”, com rodas de conversa, oficinas, recital de poesia, lançamento coletivo de escritoras negras e show da Banda Didá. E o Vila também serve de palco para o dueto experimental de João Milet Meirelles (BaianaSystem e Infusão) e o nova-iorquino Thomas Simon Vortex, com show do álbum “Sonar Atmosfera”; e as peças de teatro “Medeia Negra” e “V de Viado”.

Entre os principais centros pulsantes, também está o Nordeste de Amaralina, onde acontece a primeira edição do MóViSu: um espetáculo de música e artes visuais, organizado pelo coletivo TrapFunk&Alivio, formado por DJs da comunidade. Misturando eletrônica com musicalidade africana diaspórica, funk, trap e bass culture, o TrapFunk&Alivio criou a cultura “Guetho Tech”: um retrato musical do cotidiano das comunidades de Salvador, com letras que tratam de racismo estrutural e genocídio da juventude negra, e um figurino marcado pelas cores neon.

A programação irá renuir os artistas Nikima, Mr.Armeng, Pivoman, Freelion, Betho Wilson, Guew Braga, Caiqevans, Nêssa e Yan Cloud, Vinni Playboy, Mc M, MvNiggv, Dusgroovx e Mateus Lima, e projeções de fotos do artista visual Max Fonseca – integrante da exposição coletiva e do Catálogo do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, com Menção Honrosa na categoria “Ancestralidade e Representação”, pela série fotográfica “A Sobrevivência dos Vagalumes”. Dia 09, das 17h30 às 00h30, no “Espetinho”, fim de linha do Nordeste de Amaralina.

Cultura e sustentabilidade

Espaço Zen. Foto divulgação Rafa Vilela

Descendo pra Cidade Baixa, a Feira de São Joaquim serve de inspiração e suprimentos para o Disco Xepa Day (Disco Soup Day): um evento mundial, visando a conscientização quanto ao desperdício de alimentos. Criado pela Rede Jovem do movimento Slow Food, o Disco Xepa irá recolher alimentos descartados pelos feirantes, mas em condições normais de consumo, e preparar 100 refeições que serão servidas aos moradores do Centro Antigo, dentro da Casa do Benin, no dia 08, às 12h.

A Cidade Baixa também serve de palco para uma nova edição do Bailão da CBX, reunindo diversas atrações musicais, dia 08, a partir das 17h, em Massaranduba. Na outra ponta de Salvador, em Itapuã, a Casa AmarEla promove a Feira na Horta, com samba de roda, capoeira e feira de produtos orgânicos, dia 09. Ali perto, em Patamares, será realizada uma trilha ecológica no Vale Encantando: uma área remanescente de Mata Atlântica com 100 hectares de floresta e mais de 150 espécies de aves, dias 09 e 10. Partindo para um outro extremo, na Cidade Nova, um coletivo de artistas locais organiza uma intervenção de fotos e lambes nas ruas do bairro. E, na Liberdade, a Virada promove oficinas de dança Afro, Contemporâneo e Circo, ministradas por profissionais da própria comunidade.

O Festival se estende também ao Rio Vermelho, ocupando o Lálá Casa de Arte, com oficinas de construção de máscaras de máscaras (Renan Soares) e figurino (Novíssmo Edgar e Renan) a partir da reutilização de materiais reciclados; e oficina de construção de cartazes e colagens com o artista visual Marcus Dutra. Já no Zungu Iyagbá, a programação reúne oficina com Mario Pam, mestre de percussão do Ilê Ayê e Tambores do Mundo, e oficina de adereços carnavalescos; roda de conversa “Rebuceteio” com produtoras culturais e artistas mulheres, propondo um movimento de fortalecimento da cena local feminina e a criação de uma rede de apoio profissional; Brechó da Liberta, capitaneado exclusivamente por mulheres e com coleta de roupas e livros para doação; apresentação do coletivo Transbatukada – formado exclusivamente por homens trans -, shows de Dedilundu (afropop) e Canja (surf music, arrocha e samba reggae), performance de Ana Dumas com seu carrinho multimídia e discotecagem com DJs mulheres da cena local.

Principal centro pulsante na edição 2018 da Virada Sustentável, o Parque da Cidade irá receber shows de Saulo e Vitor Kelsh, e uma edição especial da Feira da Cidade. A programação ainda traz uma nova edição da Alavanque – uma competição entre microempresas, startups e ONGs – e da Virada Educação, reunindo palestras e oficinas sobre sustentabilidade e tecnologia, direcionada a estudantes e professores da Rede Pública.

“A programação conecta o Centro às periferias, e as periferias ao todo da cidade. É um convite a pensarmos, criarmos e produzirmos, juntos, uma série de iniciativas e projetos propositivos e inspiradores para Salvador. A Virada propõe um olhar decolonial, que visibiliza os corpos dissidentes e atenta para o que pulsa e as outras tantas possibilidades de narrativas que constituem modos de ser e estar, aqui e agora, onde as pessoas tenham espaço para ser o que quiserem, com respeito, liberdade e diversidade”, destacou a gestora da Virada Sustentável, Alice Barreto.

Vire Salvador

Caretas. Foto divulgação Tiago Lins

Com uma programação inteiramente gratuita, o Festival também contará com palestras sobre práticas sustentáveis cotidianas, um fórum sobre turismo de observação de baleia, e um painel sobre o uso de cannabis medicinal; Mostra Itinerante de Cinemas Negros (MIMB); oficinas de incensos e perfumaria, de grafite, videodança e improvisação teatral; exposições de fotografia e de caretas; e ainda pontos de troca, doação e retirada de livros novos, usados ou restaurados, espalhados pelos principais centros pulsantes do Festival. Foram mais de 570 projetos inscritos via edital e já estão confirmados mais 50 espaços parceiros.

Durante os três dias, serão realizadas ações específicas de descarte de resíduos sólidos, com pontos de coleta seletiva de recicláveis, eletrônicos e rejeitos, em parceria com a LEVE Consultoria Ambiental. Os chamados Pontos de Entrega Voluntária de Resíduos Recicláveis Eletrônicos – PEV e os Pontos de Descarte de Resíduos (recicláveis e rejeitos) – PDR serão devidamente sinalizados e contarão com suporte de voluntários, orientando o público sobre o correto descarte. A ação incluirá, também, arrecadação de eletrônicos em bom estado, assim como roupas, donativos e alimentos para doação a instituições filantrópicas de Salvador. Já os descartados recicláveis serão encaminhados às cooperativas de reciclagem da cidade.

A Virada Sustentável foi criada em 2011, em São Paulo. De lá pra cá, reuniu um público de mais de 7,7 milhões de pessoas em 25 edições, passando por sete estados e nove cidades, como Rio de Janeiro, Manaus e Porto Alegre, entre outras, além de Salvador – em 2016 e no ano passado.

Em sua 3ª edição na capital baiana (a primeira foi em 2016), o Festival, via Lei de Incentivo à Cultura, tem o patrocínio da CMPC e Uber Eats, e o copatrocínio da Liberty Seguros. Conta também com o patrocínio da Braskem e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, o apoio institucional da Prefeitura Municipal do Salvador, e a parceria do Salvador Meu Amor. A Virada Sustentável é uma correalização do Instituto Virada Sustentável e Rede AMO de Comunicações Socioculturais, e realização da DaCultura Projetos e Soluções, e da Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Pátria Amada Brasil e Governo Federal.

Virada Sustentável Salvador 2019 – de 08 a 10 de novembro

Programação completa: www.viradasustentavel.org.br

Gratuito

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