“Maldita Seja” entra em cartaz no Teatro Molière


Veridiana Andrade (esq) e Vivianne Laert (dir). Foto de Diney Araújo/Divulgação

Sucesso em sua primeira temporada 2023, o espetáculo “Maldita Seja” foi convidado pela Luminosa Produções para uma temporada em março no Teatro Molière – Aliança Francesa, na Ladeira da Barra, onde fica em cartaz nos dias  17, 18, 19, 24, 25, 26 e 31 de março e 01 de abril, sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia) e podem ser adquiridos apenas pelo whatsapp 71 99921-2368 – link https://wa.me/71999212368.

“Maldita Seja” tem texto inédito de Paulo Henrique Alcântara e a encenação é assinada por Hyago Matos, que foi indicado em 2022 duplamente pelo Prêmio Braskem de Teatro na categoria Revelação, pela direção de “Antígona” e de “As Centenárias”. Em cena estão as atrizes Vivianne Laert (no papel de Cema) e Veridiana Andrade (atuando como Nevinha).

A trama – A história da peça se desenvolve em torno de duas criadas, Cema, a mais velha, e Nevinha, a mais nova. Durante o velório do patrão, figura influente em uma cidade do interior, elas atravessam a madrugada na cozinha do casarão onde moram, revirando o passado da família para a qual trabalham. Ao longo dos anos a devotada Cema fez da cozinha seu porto seguro, mirante de onde muito viu e ouviu. Ela sempre se esmerou em servir, atenta aos chamados dos quartos, aos pedidos na mesa do jantar. Vigilante, está pronta a cuidar, fiel guardiã.

Enquanto o patrão é velado na sala de visitas, Cema permanece na cozinha, onde desfia seu rosário e conta, por insistência de Nevinha, histórias envolvendo a família do morto, relatos, por vezes, parecidos com as tramas das novelas de rádio que Nevinha tanto aprecia. À medida em que as horas avançam, Nevinha escuta novos segredos, capítulos marcados por discórdias e dolorosas separações. Mas, para surpresa de Cema, o amanhecer vai trazer um acerto de contas com o seu próprio passado, após ser revelado algo que vai mudar para sempre a vida da criada.

O contexto da peça e suas personagens, colocadas em papel de subalternidade, suscitam reflexões de ordem social e permitem, enquanto afloram as suas histórias pessoais, discussões de fundo político, levantando oportunas abordagens sobre desigualdade social, opressão feminina e preconceito.

A parceria artística entre dramaturgo, diretor e atrizes é antiga. Paulo Henrique Alcântara já dirigiu Vivianne Laert por duas vezes: em “Álbum de Família”, de Nelson Rodrigues, em 2008, e em “A Lira dos Vinte Anos”, de Paulo César Coutinho, em 2016. Professor da Escola de Teatro da UFBA, Paulo Henrique Alcântara escreveu e dirigiu a peça “Sublime é a Noite”, em 2017, para uma turma de formandos do curso de Interpretação Teatral, da qual faziam parte Hyago Matos e Veridiana Andrade. “Maldita Seja” foi escrita especialmente para Hyago Matos, após este ligar para Alcântara pedindo sugestões de textos para encenar.

Ficha Técnica:

Direção: Hyago Matos

Elenco: Vivianne Laert e Veridiana Andrade

Texto: Paulo Henrique Alcântara

Cenografia: Maurício Pedrosa

Direção de Produção: Clarissa Gonçalves

Assistência de Produção: Hyago Matos

Figurino: Guilherme Hunder

Costura: Saraí Reis e Luiz Santana

Iluminação: Otávio José Correia Neto

Assistência de Iluminação: Fernanda Paquelet

Trilha sonora: Luciano Salvador Bahia

Maquiagem: Júlia Laert

Arte Gráfica: Mário Oliveira

Contrarregra: Bárbara Laís

Operação de som: Hyago Matos

Operação de luz: Otávio Correia e Iar Zaza

Cenotécnicos: Ademir França, Reinaldo Moreira, Márcio Aurélio Carvalho Serralheria: Leandro de Jesus

Assistência de cenografia: Éveli Prazzo, Jhéssy Oliveira, Mainah Rego, Amanda Mayer, Hamilton Lima e Hyago Matos

Instagram:@_espetaculomalditaseja

O que já se disse sobre o espetáculo:

Tive o prazer de assistir a uma peça inspirada, que transita entre o humor, a ternura e a trágica sina dos que ocupam o andar de baixo da nossa sociedade. ‘Maldita Seja’, dirigida por Hyago Matos e protagonizada por Vivianne Laert e Veridiana Andrade, foi escrita pelo dramaturgo Paulo Henrique Alcântara, a quem devo o convite e a ótima experiência. Através do olhar das personagens Cema e Nevinha, vislumbramos o Brasil arcaico e desigual e o nosso racismo cordial. Mas também vivenciamos o que este país tem de mais terno. Há, no texto impecavelmente escrito, ecos do Baú de Ossos, de Pedro Nava, e sobretudo de Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso, mas sem o memorialismo do primeiro e o barroquismo trágico do segundo. É uma peça leve, mas que faz a gente pensar na nossa sociedade injusta e na calidez da nossa gente…”

Paulo Sales – jornalista

Maldita seja é um espetáculo imperdível.

A inspirada dramaturgia de Paulo Henrique Alcântara constrói um dueto repleto de cumplicidade, afeto e humanidade entre Cema e Nevinha, duas mulheres de gerações diferentes que trabalham como empregadas domésticas na mesma casa e vivenciam a morte através da partida do patriarca da família para qual trabalham.

Com ótimos diálogos repletos de humor e delicadeza, a dramaturgia de Alcântara dá corpo, alma e voz as personagens que passam grande parte de suas vidas dentro da cozinha, sendo detentoras de todos os segredos que as paredes daquele casarão escondem.

A direção afinadíssima de Hyago Matos, explora com beleza e sensibilidade a sensorialidade desse belíssimo dueto, e a partir delas somos movidos a imaginar as outras personagens periféricas que não surgem em cena, mas estão também em cena, através da beleza absoluta das duas atrizes-personagens que duelam e duetam com leveza e intensidade, técnica e intuição, transpiração e inspiração.

Vivianne Laert e Veridiana Andrade esbanjam química e sintonia e jogam com fluidez amparadas por um texto sincero, engraçado e comovente que tem suas matizes ampliadas a partir do olhar da direção que investe com profundidade nesse jogo teatral entre as duas magníficas atrizes.

Vida longa a esse esperamos… se programem para assistir, a experiência é absolutamente verdadeira, poética e divertida.

Herton Gustavo Gratto – ator, poeta e dramaturgo

“É um texto sobre o amor. É um texto sobre a convivência entre duas mulheres, empregadas numa cozinha, que passam a noite acordadas enquanto o senhor da casa é velado na sala de visitas. Com profundidade de sentimentos vai nos mostrando a cumplicidade entre as duas e o humor pontua a cena de maneira que possamos sentir alívio. Duas atrizes, Vivianne Laert e Veridiana Andrade, num momento de beleza, uma mais experiente e a outra em início de carreira, dão conta das personagens de uma maneira profunda, mostrando-nos retratos da vida. O jovem diretor Hyago Matos deu conta do recado com muita segurança.”

Raimundo Matos de Leão – Professor aposentado de História do Teatro da Escola de Teatro da UFBA

“É emocionante ver o teatro cheio ser deslocado para uma cozinha cheia de histórias, de amores e dores, lembranças e cheiros. A interpretação de Vivianne Laert e Veridiana Andrade vai nos conduzindo para esse universo cheio de poesia e concretudes criado no texto de Paulo Henrique Alcântara e na direção cuidadosa de Hyago Matos. Um deleite. Desejo vida longa para esse trabalho que nos lembra que o bom teatro é cheio daquela “boa simplicidade” tão difícil de encontrar e de fazer acontecer.”

Wanderley Meira – Ator

“O texto Maldita Seja é engenhoso, hábil, maduro. Texto lapidado, burilado. Texto para o público em geral. Mantem o elo com o repertório de Paulo Henrique Alcântara, com sua assinatura muito autoral, ao mesmo tempo que amplia, dilata. É um texto politizado, que fala de diferenças sociais, poder. Apresenta um humor inteligente, inspirado.”

Marcos Uzel – Professor, jornalista, escritor de vários livros sobre teatro baiano

Aviso: Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não reflete a opinião deste site. Todos os comentários são moderados e nos reservamos o direito de excluir mensagens consideradas inadequadas com conteúdo ofensivo como palavrões ou ofensa direcionadas a pessoas ou instituições. Além disso, não serão permitidos comentários com propaganda (spam) e links que não correspondam ao post.