“O Caminho dos Mascates” ocupa praças da Ribeira e Rio Vermelho


Fotos James Barretto/Divulgação

Temporada de 02 a 12 de fevereiro da montagem integra o projeto DUO 13 ANOS, do Coletivo DUO, que apresenta repertório em uma circulação por Salvador, Chapada Diamantina, Sertão e Sul do Estado

“Na hora vaga … a vagar / Que eu vou cantar com você / Tô com tempo pra perder e peleja pra ganhar”. Rima o Antônio das Velhas, personagem de “O Caminho dos Mascates”, espetáculo do Coletivo DUO em que música e dramaturgia se borram.

E é neste convocar que este e outros personagens, que também são Antônio – Massangano e Corrente, convidam ao público soteropolitano – principalmente, dos bairros da Ribeira e Rio Vermelho, a dançarem, se divertirem e refletirem a respeito da derrubada de uma muralha, repleta de ilusões – geográficas e racionalistas, que divide “ficcionalmente” o Brasil do Unidos Estados do Nordeste (UENE).

O Coletivo DUO, que está em circulação com o projeto DUO 13 anos, leva o musical O Caminho dos Mascates aos largos da Madragoa (Ribeira), de 02 a 05 de fevereiro, e Mariquita (Rio Vermelho), de 09 a 12 de fevereiro, sempre às 16h. Um total de oito apresentações, com sessão do dia 10 de fevereiro, no Largo da Mariquita, com acessibilidade em Libras.

O espetáculo tem dramaturgia de Denisson Palumbo e interpretação de Israel Barretto (Antônio Corrente), Marcos Lopes (Antônio das Velhas) e Saulus Castro, ator que dá vida ao mascate Antônio Massangano e assina a direção musical.

Uma muralha separa Brasil e Unidos Estados do Nordeste (UENE), em O Caminho dos Mascates. Um plebiscito questiona a população se a muralha deve ou não ser derrubada, muralha que limita movimentos, trânsitos de memórias.

No fluxo de ser e estar nesses territórios estão os mascates – vendedores viajantes constituídos de caminhos -, que carregam em suas malas ausências, histórias e desejos. Viajantes por profissão que vão questionar suas vivências e produzem repentes a partir de dúvidas territoriais.

Neste bailar, o espetáculo tem uma musicalidade que traz a pluralidade dos Nordestes. Baiões, Bois, Aboios, Sambas de roda, Maracatus, Cavalos Marinho, Frevos, Emboladas, Carimbós, Xotes, Xaxados, Serestas e tantas outras sonoridades do Brasil-Profundo. Diversidade de ritmos do Brasil-Profundo que fazem parte da poética musical e dramatúrgica do grupo.

Distópico, o Nordeste se fez e se reinventa, em O Caminho dos Mascates. É dessa necessidade de recriar-se e reerguer-se, que Palumbo cria os Unidos Estados do Nordeste (UENE) e questiona “Com quantos bordados se faz uma bandeira?”. Com direção cênica de Elisa Mendes, o espetáculo é permeado de referências coletivas do ser nordeste, de um povo imaginário que em trânsito construiu um Brasil.

Circulação

O Coletivo DUO, fundado em 2010 por Saulus Castro e Jonatan Amorim e, atualmente, composto pelos multiartistas Saulus Castro, Marcos Lopes, Israel Barretto e Denisson Palumbo, passará com o projeto Duo 13 anos por treze municípios baianos – Salvador, Itabuna, Camacan, Canavieiras, Ilhéus, Rio de Contas, Andaraí, Morro de Chapéu, Lençóis, Ribeira do Pombal, Tucano, Cícero Dantas e Euclides da Cunha – com  cinco espetáculos do seu repertório – O Barão das Árvores, Em busca da Ilha Desconhecida, Jonas: dentro do grande peixe, Memórias do Fogo e a mais recente montagem O Caminho dos Mascates.

Em janeiro, já apresentou os infanto-juvenis O Barão nas Árvores e Em Busca da Ilha Desconhecida, em praças de Salvador – Paripe, Cajazeiras, Itapuã e Ribeira, respectivamente. Depois de passar pelos largos Madragoa (Ribeira) e Mariquita (Rio Vermelho), o DUO volta aos palcos teatrais de Salvador em março e abril com montagens adultas Jonas: dentro do grande peixe (16 a 31 de Março, – quinta a sábado, 19h, no Teatro Sesc Senac Pelourinho) e Memórias do Fogo (06 a 20 de Abril – quinta a sábado, 19h, no Teatro Sesc Senac Pelourinho).

Após quatro meses apresentando os cinco espetáculos na capital baiana, o DUO parte para o interior da Bahia, com os infantis O Barão nas Árvores e Em Busca da Ilha Desconhecida, em Maio, de 11 a 14, pela região da Chapada Diamantina – Rio de Contas, Andaraí, Morro de Chapéu e Lençóis. Ainda em Maio, de 25 a 28, é a vez das terras brasilis do Sul da Bahia receberem o repertório DUO 13 ANOS – Itabuna, Camacan, Canavieiras e Ilhéus.

Por fim, em Junho, de 08 a 11, o Sertão – berço inspirador de algumas obras do Coletivo – será palco para os espetáculos – Ribeira do Pombal, Tucano, Cícero Dantas e Euclides da Cunha.

Além dos espetáculos, o Coletivo DUO realizará atividades formativas por meio de oficinas teatrais, coordenadas e ministradas pelo ator e diretor Antônio Fábio, e a mediação teatral com escolas públicas da Bahia, coordenada por Poliana Bicalho, para aproximar jovens e adolescentes da multilinguagem que forma o grupo – teatro, literatura, poesia, cordel e música

A criação

Quando criado em 2010, o Coletivo DUO se iniciou com o objetivo de  aprimorar a prática teatral dos seus integrantes e o local de encontro foram salas cedidas pelo Colégio Central da Bahia. Depois da entrada de Saulus Castro na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, o trabalho passa a focar o treinamento/vivência do(a) atuante.

Foi quando surgiu a primeira obra, ‘deriva’ (2014 – com Saulus e Uerla Cardoso). A partir de então, foram produzidos 10 espetáculos – somam-se as cinco montagens da circulação o solo O Avô e O Rio (2019, com Israel Barretto), Arraial (2018), Arturo Ui: uma parábola (2017), A Flor da Pele (2016) e Deriva (2014). O projeto DUO 13 anos foi contemplado pelo Edital Setorial de Teatro em 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

Serviço

O quê: Coletivo DUO 13 anos – temporada espetáculo O Caminho dos Mascates

Quando e onde:

02 a 05/02, às 16h – Largo da Madragoa, Ribeira

09 a 12/02, às 16h – Largo da Mariquita, Rio Vermelho

Perfis do Coletivo DUO

Instagram – @coletivoduoteatro

YouTube – https://youtube.com/c/ColetivoDuo

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