Grafite e Capoeira ocupam espaços urbanos no Metrô


Fotos: @jooowfilms./Divulgação

Dois painéis já estão prontos nas Avenidas Bonocô e Paralela, por onde circulam milhares de pessoas diariamente. A estratégia e ocupar mais espaços no futuro

Quem mora e visita Salvador e passa pelas avenidas Paralela e Bonocô já está acostumado a ter o metrô como um companheiro de viagem, seja utilizando o modal ou observando pela janela do carro ou ônibus.

Com o intuito de tornar os espaços urbanos mais significativos e valorizar a arte baiana, CCR Metrô Bahia, concessionária que administra o Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, em parceria com a Maré Cheia Produções Criativas e Sustentáveis e a Colecult buscaram no grafite e na capoeira uma solução que tem chamado a atenção dos clientes.

Desde junho é possível visualizar, na altura da Estação Brotas do Metrô, um painel homenageando a capoeira, arte de rua tipicamente baiana. Há poucos dias, em agosto, uma segunda obra foi finalizada, desta vez na altura da Estação Flamboyant do Metrô, também homenageando a capoeira, e em especial o mestre Cobrinha Verde.

O gerente de comunicação da CCR Metrô Bahia, Álvaro Britto, explica a iniciativa e aponta que a tendência deve ganhar ainda mais força. “Começamos com o painel em Brotas e já temos um segundo no Flamboyant. Representar a capoeira nos espaços urbanos do metrô por meio do grafite faz todo sentido, é um formato criativo de ocupar esses locais, com um tema que faz muito sentido e orgulha o baiano”, pontua.

Britto afirma ainda que a prática de trazer arte para as estruturas do meio de transporte é uma tendência e novos projetos devem ser apresentados em breve para a população. O painel da Estação Brotas é de autoria do grafiteiro Hilton Baga, inspirada e traz uma cena icônica desta manifestação cultural que atravessou fronteiras e está presente em mais de 150 países.

Já o grafite da Estação Flamboyant, que chama a atenção também pela altura, cerca de 12 metros, é assinado pelos grafiteiros Marcos Costa, Geferson Trigo e Júlio Alves. Ambos são projetos da Maré Cheia Produções e da Colecult.

A idealizadora das ações, Franciane Simplício, explica o contexto dos projetos. “Assim como o grafite, a capoeira é uma manifestação artística e cultural que se encontra à margem da sociedade e precisa ser valorizada, difundida e preservada. Dessa forma, surgiu a ideia de colorir a cidade de forma criativa e responsável através da arte urbana”.

A iniciativa teve apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal em parceria com a CCR Metrô Bahia.

A capoeira é reconhecida como patrimônio cultural da Bahia desde 2006 pelo Governo do Estado e 2008 pelo Governo Federal. Em 2014 a Unesco também reconheceu a capoeira como patrimônio da humanidade. No painel da Avenida Paralela, que fica na estrutura onde está o elevador utilizado pelos clientes para acessar a passarela e a Estação, homenageia-se a figura do mestre Cobrinha Verde, figura extremamente relevante da capoeira na Bahia.

Ele que é primo do Besouro de Mangagá e com certeza está no imaginário das pessoas que praticam e agostam dessa arte. A obra traz ainda grafismos étnicos e elementos como os búzios, os pássaros, as pombas da paz e toda a diversidade que temos na Bahia, buscando levar cores e paz para nossa comunidade. “Trazer esse simbolismo e apresentar esses ícones para a nova geração é também um objetivo deste projeto, precisamos conhecer nossa história para interpretar o presente”, finaliza Álvaro Britto, gestor de comunicação da CCR Metrô Bahia.

 

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