Objetos arqueológicos encontrados valorizam mais a história do Terreiro de Jesus


Um dos locais mais visitados por baianos e turistas, ondem encontram bons restaurantes com música ao vivo, além de lojas de souvenires,  é o Terreiro de Jesus, localizado no Centro Histórico. Lá estão a antiga Igreja dos Jesuítas (atual Catedral Basílica) que mantém características urbanas dos séculos passados, além de sobrados ricamente adornados e outras três igrejas: Convento e a Igreja do São Francisco; a Igreja da Ordem Terceira de São Domingos e a Igreja de São Pedro dos Clérigos. No centro da praça, um chafariz de origem francesa (1855), todo em ferro fundido, representa a deusa Ceres, da agricultura. O Terreiro de Jesus contempla ainda a primeira Faculdade de Medicina do país.

A fonte do Terreiro de Jesus foi interligada ao primeiro sistema de abastecimento de água do Brasil, o Sistema do Queimado. Ela traz a escultura de quatro mulheres que representam os rios baianos São Francisco, Paraguaçu, Jequitinhonha e Pardo. A praça mede 80 metros de cumprimento por 33 de largura e passará por atualizações para tornar o local harmônico com o entorno, que é composto por casario e igrejas coloniais, todos tombados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Objetos encontrados enriquecem mais a história do Terreiro

Foto divulgação Bruno Concha (Secom/PMS)

Objetos históricos foram localizados durante a prospecção arqueológica do Terreiro de Jesus, que teve início recentemente. Técnicos que estão no local realizando serviços de escavações encontraram cachimbos, cerâmica vidrada, louça portuguesa do século XIX, ostras do mar, metal e fragmentos de vidro. Até agora, foram escavados dois pontos de sondagem, com espessura, largura e profundidade de um metro. Outros dois poços ainda serão estudados. O trabalho deve durar mais uma semana.

As ações integram o projeto que contempla um conjunto de ações de requalificação do Centro Antigo do programa Salvador 360, orçado em R$ 200 milhões. O projeto da reforma foi concebido pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), e tem orçamento previsto de R$ 1,4 milhão.

Durante essa fase de escavações arqueológicas, os profissionais verificam se existem aspectos que necessitem ser removidos ou preservados – a medida segue uma recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O objetivo é resgatar e preservar a riquíssima história da praça que oficialmente tem o nome de XV de Novembro, mas ficou conhecida como Terreiro de Jesus. No local, existem vestígios que remontam ao período colonial.

Arqueólogo Railson Cotias. Foto divulgação Bruno Concha (Secom/PMS)

De acordo com o arqueólogo Railson Cotias, que coordena o trabalho, todo material encontrado será higienizado, identificado, enumerado e analisado em laboratório para subsidiar estudos históricos. “Os primeiros indícios é que tudo isso remeta ao século XIX”, disse. Ainda segundo ele, o trabalho de prospecção arqueológica seguirá sendo feito em paralelo com obra civil. “Vamos continuar com o monitoramento, acompanhando a execução da obra para garantir que toda a história seja preservada”, assinalou.

Foto divulgação Bruno Concha (Secom/PMS)

Finalizada a fase de escavações, as intervenções começam a ser executadas. O prazo para conclusão da obra é de quatro meses. Uma das mais importantes praças do Brasil, o Terreiro de Jesus será totalmente requalificado. Entre as melhorias estão obras de pavimentação, recuperação dos canteiros, arborização e recuperação da fonte. A intervenção faz parte de um conjunto de ações e obras, projetadas, em andamento ou já concluídas, para requalificar todo o Centro Antigo.

O projeto também contempla a via do entorno que será beneficiada com a recolocação dos paralelepípedos. A proposta é reconstituir o piso da praça em pedras portuguesas, mantendo o desenho original, ampliar a presença das árvores laterais, recuperar a estrutura da fonte que abriga a estátua da deusa romana Ceres (agricultura), além de promover mudanças na iluminação, substituindo as atuais luminárias por lâmpadas de LED mais econômicas. A base do projeto é o trabalho do paisagista Roberto Burle Marx, de 1952, que consiste na manutenção do traçado da estrutura, com a devida atualização aos modernos elementos de acessibilidade.

 

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