“As Musas do Amado Jorge” desfilam no Centro Histórico


Foto: Divulgação/Secom-PMS

Dona Flor, Teresa Batista, Gabriela, Tieta e Perpétua vão ganhar as ruas do Centro Histórico, na última semana de janeiro. As personagens, que fazem parte das obras do saudoso escritor baiano Jorge Amado, dão vida ao espetáculo teatral itinerante “As Musas do Amado, Jorge”

Em uma apresentação interativa e cheia de movimento, elas prometem colocar todo mundo para andar, dançar e cantar, nos largos e ladeiras do Pelô. A partir desta quarta (24) até o sábado (27), o grupo se apresenta sempre a partir das 19h.

Esta é a segunda montagem do Circuito Jorge Amado, concebido pela produtora cultural Eliana Pedroso em 2017 e que faz parte da programação do Viva o Centro, da Prefeitura de Salvador. “O projeto Circuito Jorge Amado foi criado dentro da ideia de produzir espetáculos que unissem a linguagem do teatro, da dança e da música em encenações itinerantes, que preenchessem as ruas, sacadas e janelas do Pelourinho.

Com um elenco de alto nível profissional, agregamos durante três verões um grande público que se encantou com as apresentações. Estamos voltando com uma segunda montagem, enaltecendo importantes personagens da literatura amadiana, com criatividade, humor e uma encantadora trilha sonora”, declara Eliana Pedroso.

Cenas famosas – O espetáculo reúne um elenco com mais de 30 integrantes entre artistas, atrizes, atores, produção e direção. Tudo começa com a chegada das musas no Terreiro de Jesus, gloriosas, em carro aberto.

De lá, seguem para as sacadas do Casarão 17, onde o narrador, que estará presente durante todo o percurso, dá início ao espetáculo. Em cortejo, elas e os homens das suas vidas – Vadinho, Teodoro e Nacib – seguem pelas ruas descendo a ladeira até o Largo do Pelourinho, onde as musas são devidamente apresentadas ao público.

Do Largo do Pelourinho, o grupo de artistas sobe à Rua Gregório de Mattos, sempre puxando o público. Quatro cenas ícones são realizadas, tendo como foco cada uma das personagens: na primeira, Dona Flor, Teodoro e Vadinho e os conflitos desta traição paranormal; na segunda, a força de Teresa Batista cansada de guerra; na terceira, Gabriela, em toda sua formosura; e, na quarta, Tieta, num embate fenomenal com Perpétua.

Dançarinos e cantores – Acompanhado do público, o cortejo segue para encerrar a apresentação no Largo do Cruzeiro do São Francisco. Além dos intérpretes, um elenco de dançarinos e grandes nomes da música baiana também integram a montagem. O som fica por conta da batucada dos Meninos da Rocinha do Pelô, regidos pela maestrina Elem Silva, com participação da cantora Denise Correia cantando músicas temas das musas, e alguns músicos tocando instrumentos de sopro.

Para o diretor de Turismo da Secretaria Municipal de Turismo (Secult), Gegê Magalhães, a peça tem forte relação com a história do Centro Histórico. “A vida de Jorge e Zélia se confunde com o Pelourinho, frequentemente citado em suas obras”, disse ele, lembrando que o legado dos escritores permanece vivo na região através da Fundação Casa de Jorge Amado, localizada no Pelô, e ainda nas praças que carregam nomes em homenagens às obras de Jorge Amado. O gestor destaca que o Centro Histórico, além de ser um ponto turístico atrativo, tem sido palco de apresentações culturais durante toda a semana, gerando grande movimentação de visitantes e baianos.

Elenco e produção – O texto da trama é de Cleise Mendes, com direção de Elisa Mendes, direção musical de Luciano Salvador Bahia, coreografia de Sonia Gonçalves e os figurinos e adereços são de Maurício Martins. Em cena estarão quatro consagradas atrizes baianas: Cristiane Mendonça (Dona Flor e Perpétua), Mariana Freire (Teresa Batista), Dani Souza (Gabriela) e Márcia Andrade (Tieta). No elenco masculino, estão os atores Paulo Borges (Vadinho), Eddie Marques (Teodoro e delegado), Joseph Caio (Bafo de Bode) e Saulus Castro (Nacib e narrador).

Também integram o espetáculo os dançarinos Angel Martins, Laiane Carmo, Jennie Costa, Maju Passos, Dudé Conceição e Clodô Santana, além da cantora e atriz Denise Correia, que estará puxando o cortejo cantando ao vivo. A produção executiva é de Ila Vita e Cris Correia, sonorização e iluminação assinadas pela M2 Soluções Audiovisuais e a realização é do Núcleo de Ações Culturais Estratégicas (Nace).


Carnaval Ouro Negro de 2024


Cortejo Afro.Divulgação

O Carnaval de 2024 terá 132 blocos afros nos circuitos de Salvador e interior; 70 a mais em relação a 2023, maior Ouro Negro da história. Dentre estes, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Olodum, Malê Debalê, Cortejo Afro, Bloco Alvorada, Bankoma e Banda Didá. O tema da festa popular é uma homenagem aos 50 anos da presença dos blocos afros nos circuitos: “Nossa energia é ancestral”.

Para a festa, além dos tradicionais circuitos Dodô, Osmar e Batatatinha, as agremiações também participam dos circuitos Orlando Tapajós, Sérgio Bezerra, Riachão, Mestre Bimba e Mãe Hilda Jitolú. O programa também amplia a participação dos grupos para os carnavais do interior, Micareta de Feira de Santana, Lavagem de Itapuã e de Santo Amaro, outra novidade do Ouro Negro.

Malê de Balê. Foto: Lucas Rosário/Divulgação

O coordenador do carnaval Geraldo Júnior lembrou que o Ouro Negro é a valorização dos artistas da Bahia e da cultura afro brasileira. “Nós tivemos mais de 130 propostas aprovadas, e isso me traz uma felicidade muito grande como coordenador-geral do Carnaval. São quase 15 milhões de investimentos no axé, no afro, no reggae, no samba, no samba de roda, ou seja, é a valorização dessas pessoas, músicos, artistas, do nosso povo, que faz a nossa história”, frisou.

A ampliação do Programa Ouro Negro, que apoia blocos de matriz africana, dos segmentos afro, afoxé, samba, reggae e indígena da capital e do interior, também conta com uma política de inclusão para  inserção de entidades que tiverem no seu quadro diretivo pessoas LGBTQIAPN+, além de jovens negros e/ou mulheres negras. Mais faixas também foram incluídas para que mais grupos participassem e ampliar o número de beneficiados.

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, explicou que um dos objetivos é também estimular o equilíbrio na presença de mulheres e pessoas LGBT na direção dos blocos. “Colocamos como sugestão para ampliar a pontuação, porque são princípios democráticos de justiça social, de integração da diversidade, que consideramos fundamentais no conjunto das políticas públicas. Então, a nossa forma é estimular, pontuando mais aqueles que atendam a esses pressupostos. É desse jeito que a gente vai reequilibrando a presença de mulheres e LGBT nos espaços de direção”, reforçou a secretária.

Um dos afoxés contemplados foi o Filhas de Gandhy  (Foto Pedro Moraes – Sepromi), que dá destaque especial às mulheres negras. Nesse carnaval, o grupo completa 45 anos. Para a diretora do Filhas de Gandhy, Cherry Almeida, é um reconhecimento da resistência e da história das mulheres negras no carnaval. “É uma honra para nós. E ter um governo que reconhece, fortalece e empodera esse olhar das mulheres no carnaval é extremamente importante. Só um governo democrático consegue entender a importância de fortalecer as mulheres, em especial os blocos de mulheres. Nosso tema esse ano, inclusive, será o empoderamento das mulheres de axé”, afirmou.

História do Ouro Negro

O programa começou como edital em 2008. Em 2014, com a publicação da Lei nº 13.182, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, o Programa Ouro Negro foi reconhecido como política pública.

Além de participarem dos desfiles, as entidades desenvolvem projetos que estimulam a cultura cidadã nas suas comunidades.
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1ª edição do “Palhaços – A Festa”, no Rio Vermelho


Bailinho de Quinta: Divulgação

1ª edição do evento, 27 de janeiro, abre alas para o Carnaval e promete ser o ponto alto da temporada, unindo cultura, tradição e alegria no coração do Rio Vermelho.

O movimento cultural vibrante  e festivo dos Palhaços do Rio Vermelho, que há muito encanta e toma as ruas  do bairro com suas cores, alegria e irreverência, ganha um novo capítulo. A Oquei Entretenimento tem a honra de apresentar a 1ª edição do “Palhaços – A Festa”, um evento que promete transformar o pós-desfile das ruas em uma noite inesquecível, unindo tradição, cultura e muita alegria.

No dia 27 de janeiro, sábado, a partir das 18h, o Estacionamento da Vila Caramuru (ex-Mercado do Peixe) será o palco dessa celebração que traz shows do cantor Faustão, com toda sua irreverência, do divertido Bailinho de Quinta e os ritmos contagiantes da banda Batifun. Os ingressos estão disponíveis para compra no Sympla, na TicketMaker e na sede da Oquei Entretenimento.

É importante destacar que este evento não representa uma responsabilidade direta do movimento Palhaços do Rio Vermelho, mas sim  uma adição à tradição já estabelecida. A parte do desfile e a atmosfera nas ruas permanecerão inalteradas, mantendo a essência do que Os Palhaços sempre foram. A única diferença é a introdução de um evento oficial dos Palhaços após o encerramento do desfile.

“Ao longo do tempo, percebemos o anseio do público em prolongar a diversão após o encerramento do desfile. Diante disso, trouxemos a proposta de preencher essa lacuna e decidimos oferecer essa oportunidade aos participantes. Trata-se de uma festa da Oquei  chancelada pelo movimento cultural dos Palhaços. Não é de responsabilidade deles, mas sim um evento que complementa o desfile, atendendo a uma antiga demanda do público por uma continuação animada após a festa da rua. Estamos entusiasmados em proporcionar essa nova dimensão à experiência dos Palhaços do Rio Vermelho”, afirma animado Ricardo Cal, sócio da Oquei Entretenimento.

SERVIÇO

PALHAÇOS – A FESTA

ATRAÇÕES: Faustão, Bailinho de Quinta e Batifun

DATA: 27 de janeiro, sábado

HORA: às 18h

LOCAL: Estacionamento da Vila Caramuru (ex- Mercado do Peixe),  Rio Vermelho
VENDAS: TicketMaker, Sympla e na sede da Oquei (Shopping da Bahia, 3º Piso)


Ilê Aiyê encontra Gab Ferruz em show gratuito na terça-feira


Ilê Aiyê. Divulgação
Gab Ferruz. Divulgação

O evento gratuito, que celebra o verão e a música baiana, será realizado a partir das 19h, na Praça de Alimentação do Salvador Shopping

Para aquecer o público para o Carnaval, o Salvador Shopping realiza, a cada terça-feira, o projeto Som do Salvador, com uma grade musical exclusiva de artistas negros e que enaltece a música baiana. No dia 23/01, clientes e visitantes podem conferir gratuitamente o encontro entre Ilê Aiyê e a cantora Gab Ferruz.

O repertório do Ilê Aiyê vai apresentar sucessos como “Que Bloco é Esse”, “O Mais Belo dos Belos” e “Depois que o Ilê passar”. Já durante o encontro com a cantora Gab Ferruz, que ganhou projeção nacional ao participar dos programas “Superstar” e “The Voice”, da Rede Globo, serão apresentadas músicas como “A-FÉ-TO” e “Do Tamanho do Mar”.

O próximo show do Som do Salvador acontecerá no dia 30 de janeiro, às 19h, com as apresentações do cantor Ninha e de Paula Sanffer.

SERVIÇO

2ª edição do Som do Salvador

Atração: Ilê Aiyê encontra Gab Ferruz

Data: terça-feira, 23 de janeiro de 2024;

Horário: 19h;

Local: Praça de Alimentação – Piso L3 do Salvador Shopping;

Evento gratuito.


Festa de Iemanjá no dia 2 de fevereiro


Foto-Arquivo: Valter Pontes/Secom-PMS

A Festa de Iemanjá é uma das mais tradicionais do calendário festivo de Salvador e, neste ano, acontece no dia 2 de fevereiro (sexta-feira), dia de saudar a orixá no Rio Vermelho. Bairro onde se localiza a Colônia de Pescadores e lá foi construída a Casa de Iemanjá. Os pescadores todos os anos homenageiam a Rainha do Mar com oferendas e abrem a casa para que baianos e turistas também depositem as suas oferendas para a orixá.(Por Noemi Flores)

As oferendas pode ser perfumes, flores, bijuterias de materiais naturais (é recomendado que os presentes sejam o mais natural possível para não contaminar o mar, os perfumes levados devem ser jogados nas flores e o vidro é descartado). Os presentes são colocados em balaios para ser lançados no alto mar pelos pescadores. Geralmente por volta das 16 horas saem em embarcações soltando fogos para a Rainha do Mar, formando um verdadeiro espetáculo marítimo para ser observado.

A festa de Iemanjá é uma das mais belas e famosas da cidade, onde o bairro do Rio vermelho fica colorido de branco e azul das vestes dos visitantes, dentre estes baianos e turistas, que vão render homenagem à Rainha do Mar. Há uma peculiaridade diferente das festas de santos, quando baianas realizam a famosa lavagem em adro de igrejas. Já a de Iemanjá não ocorre isto porque se trata de um orixá, do Candomblé, uma divindade em forma de sereia que protege as águas do mar cuja saudação é Odoyá! .

Um evento sem trio elétrico, porém com vários blocos e bandas , formados por populares, artistas e associações de bairro, relembrando carnavais passados. Desfilam pelas ruas do bairro, sem cordas, o que democraticamente podem ser seguidos por quem quer entrar no embalo da música contagiante. E, seguramente, com um policiamento ostensivo.

Foto-Arquivo: Bruno Concha/Secom-PMS

Hotéis, bares e restaurantes e pousadas se transformam em camarotes, regados a pratos típicos e bebidas, para proporcionar ao turista uma melhor visibilidade da festa, além, é claro, das barracas espalhadas pelas ruas do bairro oferecendo tira-gostos e bebidas.

Em alguns destes estabelecimentos, para a comodidade do baiano e turista, é cobrado um valor para a entrada com direito à almoço, geralmente são as famosas feijoadas. Uma festa interna para assistir a show de bandas ou cantores contratados, longe da movimentação para quem quer tranquilidade e diversão.

História – A festa em homenagem à Iemanjá teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes à mãe das águas. Nesta época, os peixes estavam escassos no mar. Desde então, todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo.

Conta a tradição dos povos iorubás que Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Ele a teria dado uma garrafa e recomendado que só abrisse em caso de necessidade. Um dia, em fuga de Okerê, o marido que a ofendeu, ela tropeçou na garrafa, que se quebrou, fazendo surgir um rio de águas tumultuadas que levou Iemanjá ao oceano. Desde então, a rainha das águas não voltou mais para a terra.

Uma série de superstições rondam a celebração. Por exemplo, se o presente for encontrado na beira da praia é porque a divindade não gostou da oferta. Todos os anos, é preparado um presente principal pelos pescadores, que só é revelado no dia das homenagens.

Foto-Arquivo/Divulgação

Sustentabilidade – Campanhas de conscientização têm sido realizadas para a preservação do meio ambiente. Uma das correntes defende a não utilização de qualquer material para render homenagens à entidade no mar. Já para quem deseja manter a tradição, a recomendação é de que as pessoas adotem presentes biodegradáveis, como uma forma também de preservar o meio ambiente – exemplos disso são flores naturais e despejo do perfume, sem jogar o frasco no mar.
Programação da festa

A programação já começa na véspera, às 7h,dia 1, com a abertura do Caramanchão, local onde são colocados os presentes, ao lado da Colônia de Pescadores Z1, próximo ao Largo de Santana.

No dia 2, de madrugada, antes das homenagens à Iemanjá, devotos saúdam Oxum, orixá das águas doces,  no Dique do Tororó. Já às 5h, tem alvorada de fogos de artifício marca a chegada do presente principal ao Rio Vermelho. Durante todo o dia, uma enorme fila se forma para a entrega dos presentes.

À tarde, bares e estabelecimentos situados no perímetro da festa promovem eventos e oferecem pratos diversos, principalmente a tradicional feijoada. A procissão para a entrega do presente no mar (que é mantido em segredo pela colônia de pescadores) e dos cerca de 600 balaios com oferendas depositadas pelos devotos e admiradores sai a tarde.

O encerramento da festa ocorre às 18h, mas a parte profana segue durante a noite toda. O dia ainda é marcado por diversas manifestações culturais, como rodas de capoeira, samba de roda e grupos de bairro.