Espetáculo Dembwa marca estreia do duo Marcos Ferreira e Ruan Wills


Fotos Alice Rodrigues/Divulgação

Dembwa, espetáculo de dança do duo Marcos Ferreira e Ruan Wills, a estrear no Espaço Xisto Bahia, em curta temporada, de 10 a 12 de novembro – sexta e sábado, 20h, e domingo, 19h, utiliza memórias biográficas dos dançarinos para uma coreografia que nos leva a espelhar as narrativas de muitos brasileiros – pretos, periféricos, bixas, afeminadas, mulheres, candomblecistas, crianças viadas com camisas nas cabeças a dançarem – “a dança, especificamente o pagode baiano, foi a primeira manifestação de liberdade do meu corpo gay, com meus cabelos de algodão me sentia mais a Carla Perez, do que o Jacaré”, o funk, quadril a requebrar.

Qual o seu chão?

Tempo para dançar,

Tempo quer cantar,

Gota d’água para lavar,

Assobio de Tempo pra curar.

Barro. Quintal. De casa. Pregadores. Mãe, canta com as mãos a dançar. Roupas, a lavar. Lembranças. Rabiscos de memórias. Referências, dos nossos corpos-lar, a se reencontrar. Pedaços de um tempo espiralar. Tempo, a assobiar. Vento a desequilibrar. Dançar. Samba de Caboclo. Força ancestral brasileira é a primeira a se saudar. Águas de yabás para curar Ori.

Em que chão ei de bolar, para se reencontrar?

“Enquanto Marcos traz essa referência do quintal, que nos faz recordar das lavadeiras, das ganhadeiras, dessas mulheres pretas que são o nosso chão ancestral. A minha primeira referência veio em uma conversa com meu babalorixá, em que falamos da cumeira e dessa força ancestral que é a base, o chão de cada terreiro. Ao trazer nossas referências e narrativas para Dembwa percebemos que temos chão e que não estamos soltos, apesar de todas as violências sociais que sofremos”, declara Wills.

Dembwa é um espetáculo sankofa, uma coreografia ancestral em atos, a narrar as histórias de muites. Um transe em saudação para afirmar e firmar. Do samba de caboclo, que leva ao chão, a bolar. Transe para espelho ancestral se transformar. “Acredito que o nosso principal objetivo é dançar os nossos chãos e questionar: de quais rios viemos? quais os nossos quintais? onde está a sua raíz? o seu chão?. Ao retornar para esse chão, compreendemos o que nos foi tomado”, indaga Ferreira.

O vento, Tempo. O Tombo, barravento. O Chão, para saudar. Pelos quatro cantos, benção a quem reina a cabeça. Dança, de respeito aos homens guerreiros de outro tempo, espelho dos homens de hoje. As narrativas documentais de Marcos Ferreira e Ruan Wills é dançada com a guiança das forças ancestrais dos oborós – a caça de Oxóssi, a espada amolada de Ogun, o silêncio de Obaluaê, a alujá de Xangô, para desaguar nas águas arco-íris de Oxumaré. Natureza a se transformar.

Ferreira e Wills, trazem as danças das religiões de matriz africana como estratégias afro futurísticas para mergulhar no passado, dançar no presente, que já é o passo para o futuro. Movimentos tecnológicos e ancestrais em consonância com a dança contemporânea das ruas periféricas de Salvador e do Rio de Janeiro. Como diz Inaicyra Falcão, “Corpo e Ancestralidade”. A rua é trânsito, movimento. Encruzilhada. Ritmos para se reconectar e se afirmar. Corpo bixa a se afirmar.

“O espetáculo permeia esses chãos que nos afirmam e nos fortalece, mas traz as violências – racismo e a homofobia – sofridas por corpos como os nossos. E aí trazemos os ritmos e coreografias contemporâneas para dançar e firmar nossos corpos como referência ancestral do agora”, reforça o artista da dança Ruan Wills, que hoje faz parte do elenco da Biblioteca de Dança, com Jorge Alencar e Neto Machado, e do Balé do Teatro Castro Alves (BTCA).

Se as primeiras lembranças vem do quintal de mãe, um dos atos de Dembwa é dedicado às yabás – orixás femininos, entidades que carregam em si o poder sobre as águas, que são vida, mães, líquido-nascimento, cura e carinho de Ori. Nesta parte da coreografia, pregadores viram beleza e encanto nos corpos dissidentes de Marcos e Ruan.”Iansã cadê Ogun? Foi pro mar”, para o colo de Iemanjá. Um dos seus filhos é Exu, rei que é dono do comunicar. Pregadores símbolos para o padê a se despachar.

“Percebendo as encruzilhadas que nos aproximam, bem como, nossas memórias, experiências de vida e as histórias que traçam a trajetória dos nossos familiares e que também se assemelham às histórias das pessoas pretas no Brasil, nasce o espetáculo Dembwa. Ancestralidade, referências, memória e retorno são palavras que deram ignição ao processo criativo da obra”, explica Marcos Ferreira, que atualmente é diretor e coreógrafo do Grupo Jeitus de Dança e Balé Jovem de Cajazeiras.

Em Dembwa, os artistas Marcos Ferreira e Ruan Wills investigam de forma multidirecional suas referências ao longo do tempo, como uma forma de “entender nossas gingas como mecanismos tecnológicos, mapeando novas rotas a partir desse retorno. É um convite a reacessar memórias e sonhar com quem nos sonhou, um despertar para nossa existência a partir do olhar para os nossos ancestrais, nos reconhecendo como ancestrais desse tempo”.

Dembwa é uma coreografia permeada de retalhos, assim como seu figurino patchwork, construído a partir de vários restos – de roupas, fios, acessórios, tecidos, etc.. Os artistas que além de intérpretes também assinam a concepção e coreografia do espetáculo, reforçam o resgate e o retorno como fatores importantes de sobrevivência, entendendo que quanto mais nos aproximamos da nossa ancestralidade e da força dos que vieram antes, nos aproximamos também da força que somos nesse tempo.

Serviço

O quê – Espetáculo Dembwa

Quando – 10, 11 e 12 de Novembro (10 e 11, às 20h, e 12, às 19h)

Onde: Espaço Xisto Bahia

Ingressos: $30 (inteira) $15 (meia) – venda na bilheteria do Teatro


Grupo Galpão chega com o novo espetáculo “Cabaré Coragem”


Em cartaz nos dias 27 e 28 de outubro, no Teatro Vila Velha, no Campo Grande, nova peça da Companhia  mescla dramaturgia, música ao vivo e dança como forma de reafirmar a arte como identidade, permanência e crítica social. Ingressos a partir de R$ 25 (meia).

Ao percorrer o universo do cabaré, de Brecht à contemporaneidade, o novo espetáculo do Grupo Galpão, que chega a Salvador, apresenta uma trupe envelhecida e decadente que, apesar das intempéries e dos revezes, reafirma a arte como lugar de identidade e permanência. Ao mesclar um repertório de músicas interpretadas ao vivo com números de variedades e danças, fragmentos de textos da obra de Brecht e cenas de dramaturgia própria, o Cabaré Coragem convida o público a uma viagem sonora e visual.

Fiel às suas origens de teatro popular e de rua, o Grupo Galpão busca, na nova montagem, a ocupação de espaços alternativos, ao romper, uma vez mais, com a relação entre palco e plateia, numa encenação que incorpora, radicalmente, a presença do público, sempre convidado a compartilhar da encenação. As apresentações serão realizadas nos dias 27 e 28 de outubro, sexta-feira e sábado, às 20h, no Teatro Vila Velha, no Campo Grande. Os ingressos R$ 50 (inteira) e  R$ 25 (meia), estão à venda na www.sympla.com.br/vilavelha ou na bilheteria do teatro, 1h antes da apresentação.

A Turnê Nordeste do Grupo Galpão é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Petrobras.
Com direção de um de seus integrantes, o ator e diretor Júlio Maciel, o espetáculo conta com direção musical, trilha e arranjos de Luiz Rocha, dramaturgia coletiva com supervisão de Vinicius de Souza, cenários e figurinos de Márcio Medina, iluminação de Rodrigo Marçal e, no elenco, os atores Antonio Edson, Eduardo Moreira, Inês Peixoto, Luiz Rocha, Lydia del Picchia, Simone Ordones e Teuda Bara.

Júlio Maciel, ator do Grupo Galpão e diretor do espetáculo, conta que “já se passaram muitos meses desde que nos sentamos ao redor de nossa mesa de trabalho na busca por um novo espetáculo. Como sempre, vieram muitas ideias, uma enxurrada de sonhos e vontades. Líamos Bertolt Brecht à procura de inspiração e para entender o caos político e social que vivíamos, enquanto uma persistente pandemia nos assombrava. Lembro-me de que, num desses encontros, às vezes acalorados, alguém disse a palavra ‘Cabaré’.

Naquele instante, conta o artista, os olhos se acenderam: “Logo depois, fomos inundados por indagações. Um Cabaré Brecht? Um Cabaré Brasileiro? Um Clássico? Jovem? Contemporâneo?  Político? Feroz? Drag? Vedete? Teatro de Revista? E o teatro? O que diferencia o Cabaré do Teatro? Seria uma peça sobre um Cabaré de Beira de Estrada? Um Inferninho, com tipos excêntricos? Ou um show, uma festa de reencontro com o público?”

“Todos queriam tudo pois estávamos famintos de gente”, explica Júlio. “Queríamos juntar as pessoas, tínhamos saudade. A partir de desejos pessoais, começamos a preparar canções, números de variedades. Reativamos nossa banda e convidamos muitos amigos criadores, que, corajosamente, aceitaram embarcar nessa nau para o desconhecido”, diz. Tais artistas levaram o Grupo por diversas rotas, de forma a que conhecessem várias paisagens. “Entre tempestades e luares, criamos nosso show. Finalmente, chegamos aqui. As portas do nosso ‘Cabaré Coragem’ estão abertas. Divirtam-se”, convida.

Responsável pela supervisão dramatúrgica, Vinicius de Souza explica que “Cabaré Coragem” – cujo nome faz menção à icônica personagem de Brecht, Mãe Coragem – é um espetáculo que, por meio da música e do humor, permite que as pessoas pensem no velho sistema em que vivem, no qual alguns poucos levam uma vida de privilégios, enquanto a maioria sente fome.

“O espetáculo nasceu de uma série de experimentos cênicos realizados pelo Grupo Galpão nos últimos meses. Eles se deram a partir de pesquisa sobre a linguagem do cabaré – que mistura música, teatro, dança – e a obra poética e musical de Bertold Brecht, o famoso diretor teatral alemão”, destaca.

A mistura de experimentos resultou em um divertido e irônico show de variedades. Os atores e atrizes encarnam figuras de um decadente cabaré, onde apresentam números de canto, dança, acrobacia e outros entretenimentos. “Todos eles misturados à plateia, que também é convidada a beber e a cantar. No entanto, ao modo das personagens de Brecht, as figuras desse cabaré são extremamente carentes, vítimas da guerra e da exploração, esquecidas ou marginalizadas, mas cheias de sonhos e pulsões de vida”, conta Vinicius.

Para a atriz Inês Peixoto, “a estreia de Cabaré Coragem na turnê nordeste tem muitos motivos para ser festejada. Esse foi o nosso primeiro processo de criação presencial após a pandemia. Que alegria! Um processo que teve várias etapas de compartilhamento com o público, nos colocando num jogo vivo para borrar as fronteiras entre ator e espectador.

Minha personagem, num certo momento da peça, diz: ‘Sejam bem-vindxs ao Cabaré Coragem, este buraco quente, onde nossas paixões e nossos tormentos são colocados sobre a mesa, temperados no caldo da ironia, do deboche, do delírio e da música! Ninguém sairá ileso daqui!’. Está feito o convite! Esperamos vocês!”, reforça Inês.

OFICINAS PETROBRAS COM O GRUPO GALPÃO

No dia 26 de outubro, das 14h às 18h, no Teatro Vila Velha, em Salvador (BA) será realizada a “Oficina Petrobras Diálogos Clássicos – Jogo de Cena”, com a atriz do Grupo Galpão, Inês Peixoto. Já no dia 28 de outubro, das 9h às 13h, também no Teatro Vila Velha, será realizada a “Oficina Petrobras Tecnologia da Cena” com Rodrigo Marçal e Beatriz Radicchi. As inscrições podem ser feitas pelo link: sympla.com.br/grupogalpao

Oficina Petrobras Diálogos Clássicos – Jogo de Cena, com Inês Peixoto

Sinopse: Abordando diálogos pinçados de textos da dramaturgia clássica do teatro, de diferentes gêneros, épocas e tradições, a oficina propõe um exercício de imersão no jogo da cena. A presença, a escuta e a emissão da palavra, serão estimuladas a partir de exercícios experimentados em processos criativos vivenciados pelo Grupo Galpão durante sua trajetória de 40 anos.

Data: 26 de outubro, das 14h às 18h

Carga horária: 4 horas

Público-alvo: Estudantes em fase iniciante e pessoas interessadas em conhecer a prática teatral.

Vagas: 30

Local: Teatro Vila Velha

Oficina Petrobras Tecnologia da Cena com Rodrigo Marçal e Beatriz Radicchi

Sinopse:  A Oficina de Formação: Tecnologia da Cena é uma ação formativa que visa apresentar o universo dos bastidores do teatro através de quatro das inúmeras áreas que envolvem o backstage: iluminação, sonorização, cenotécnica e produção técnica. Ministrada pelo ator e iluminador Rodrigo Marçal e pela jornalista e produtora Beatriz Radicchi, o curso tem por objetivo apresentar elementos introdutórios e essenciais da prática profissional dos bastidores do teatro, a partir dos processos de trabalho desenvolvidos pelo Grupo Galpão.

Data: 28 de outubro, das 9h às 13h
Carga Horária: 4 horas.
Público alvo: Artistas independentes, produtores, técnicos e público em geral, interessados nos processos internos de gestão do Grupo Galpão, aprimorados ao longo dos seus quase 40 anos de história.
Vagas: 30
Local: Teatro Vila Velha

SOBRE OS PATROCINADORES

INSTITUTO CULTURAL VALE

Desde de 2021, o Instituto Cultural Vale aposta no trabalho do Grupo Galpão e contribui para que suas ações sejam amplamente acessadas, através do seu patrocínio de manutenção. O Instituto Cultural Vale acredita que viver a cultura possibilita às pessoas ampliar sua visão de mundo e criar novas perspectivas de futuro. Busca democratizar o acesso, fomentar a arte e a cultura; e contribuir para fortalecer a economia criativa.

PETROBRAS

Em 2023, a Petrobras retoma a parceria de mais de 20 anos com o Grupo Galpão, patrocínio que foi fundamental para a consolidação e expansão do trabalho do Grupo e seu amplo acesso, das capitais às pequenas cidades do interior. O Programa Petrobras Cultural faz acontecer projetos que emocionam, ressaltam nossa brasilidade, nossa diversidade e movem a economia criativa de norte a sul do país. Nos 70 anos da Petrobras e 40 anos do Grupo Galpão, celebramos as conquistas que essa energia transformadora nos traz.

SOBRE O GRUPO GALPÃO

Criado por cinco atores, em 1982, a partir do espetáculo “A alma boa de Setsuan”, montagem conduzida por diretores do “Teatro Livre de Munique”, da Alemanha, o Galpão se valeu dessa rica experiência para se lançar numa proposta de construção de um teatro de grupo, de pesquisa, e com raízes profundamente populares – ligada à tradição do teatro popular e de rua. Com 12 integrantes no elenco, o Grupo é formado por Antonio Edson, Arildo de Barros, Beto Franco, Chico Pelúcio, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Inês Peixoto, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Paulo André, Simone Ordones e Teuda Bara.

Há 40 anos, o Grupo desenvolve um teatro que alia rigor, pesquisa e investigação de linguagens, com montagem de peças com grande poder de comunicação com o público. Formado por atores que trabalham e trabalharam com diferentes diretores convidados – como Gabriel Villela, Cacá Carvalho, Paulo José, Yara de Novaes e Marcio Abreu (além dos próprios integrantes, que também já dirigiram espetáculos do Grupo) – o Galpão formou sua linguagem artística a partir desses encontros diversos, criando um teatro que dialoga com o popular e o erudito, a tradição e a contemporaneidade, o teatro de rua e o palco, o universal e o regional brasileiro.

Galpão em números

Fundação: novembro de 1982

26 espetáculos

aproximadamente 1.900.000 espectadores

100 prêmios brasileiros

+ de 3.000 apresentações em + de 280 cidades

Apresentações em 19 países diferentes

67 festivais internacionais

172 festivais nacionais

CABARÉ CORAGEM

ELENCO

Antonio Edson

Eduardo Moreira

Inês Peixoto

Luiz Rocha

Lydia Del Picchia

Simone Ordones

Teuda Bara

FICHA TÉCNICA

Direção: Júlio Maciel

Direção musical, arranjos e trilha sonora: Luiz Rocha

Diretor assistente: David Maurity

Cenografia e figurino: Márcio Medina

Dramaturgia: Coletiva

Supervisão de dramaturgia: Vinícius de Souza

Direção de cena e coreografia: Rafael Bacelar

Iluminação: Rodrigo Marçal

Adereços e pintura de arte: Marney Heitmann

Preparação corporal e do gesto: Fernanda Vianna

Preparação vocal: Babaya

Assistência de figurino: Paulo André e Gilma Oliveira

Assistência de cenografia: Vinícius de Andrade

Assessoria de iluminação: Marina Arthuzzi

Colaboração artística: Cida Moreira, Ernani Maletta, João Santos e Paulo André

Maquiagem e perucaria: Gabriela Dominguez

Assistente de maquiagem e perucaria: Ana Rosa Oliveira

Construção cenário: Artes Cênica Produções

Instalação de luminárias cênicas: Wellington Santos

Assessoria de Imprensa: Polliane Eliziário (Personal Press)

Assessoria de Imprensa em Salvador: Doris Veiga

Comunicação on-line: Rizoma Comunicação & Arte

Fotos: Mateus Lustosa

Registro e cobertura audiovisual: Alicate

Projeto gráfico: Filipe Lampejo e Rita Davis

Operação de luz: Rodrigo Marçal

Sonorização e operação de som: Fábio Santos

Assistente técnico: William Teles
Técnico de palco: William Bililiu

Assistente de produção: Idylla Silmarovi

Produção Executiva: Beatriz Radicchi

Direção de Produção: Gilma Oliveira

Produção: Grupo Galpão

*Músicas Alabama Song, Moritat, Singapura e Tango dos Açougueiros Felizes a partir dos arranjos musicais de Ernani Maletta.

* Fragmento do texto “Discurso sobre Nada” de Marcio Abreu.

GRUPO GALPÃO

ATORES

Antonio Edson – Arildo de Barros

Beto Franco – Chico Pelúcio

Eduardo Moreira – Fernanda Vianna

Inês Peixoto – Júlio Maciel

Lydia Del Picchia – Paulo André

Simone Ordones – Teuda Bara

EQUIPE

CONSELHO EXECUTIVO

Beto Franco, Eduardo Moreira, Fernando Lara, Gilma Oliveira e Lydia Del Picchia

Equipe Grupo Galpão

Gerente Executivo – Fernando Lara

Coordenadora de Produção – Gilma Oliveira

Coordenadora Administrativa – Wanilda D’Artagnan

Coordenadora de Planejamento – Alba Martinez

Coordenadora de Comunicação – Letícia Leiva

Coordenador Técnico e Técnico de luz  – Rodrigo Marçal

Produtora Executiva – Beatriz Radicchi

Técnico de Som – Fábio Santos

Assistente de Produção –  Idylla Silmarovi

Assistente Financeiro – Cláudio Augusto

Assistente de Planejamento – Júlia Castro

Assistente de Comunicação – Fernanda Lara

Assistente Administrativo – Caroline Martins

Assistente Técnico – William Teles

Serviços Gerais – Danielle Rodrigues

Assessoria de imprensa – Polliane Eliziário – Personal Press

Comunicação on-line – Rizoma Comunicação & Arte

Assessor Contábil – Wellington D’Artagnan

Gestor Financeiro de Projetos – Artmanagers

PRODUÇÃO LOCAL – SALVADOR:
Produção: Selma Santos

Assistência de Produção: Clarissa Gonçalves

Lei Federal de Incentivo à Cultura | Mantenedor: Instituto Cultural Vale | Apoio local: Teatro Vila Velha | Patrocinadora Oficial: Petrobras | Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal União e Reconstrução

SALVADOR (BA)

27 e 28 de outubro de 2023

Sexta e Sábado – 20h

Teatro Vila Velha (Passeio Público – Av. Sete de Setembro – Campo Grande)

Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

Venda de ingressos pela www.sympla.com.br/vilavelha ou na bilheteria do teatro, 1h antes da apresentação.

Informações: www.grupogalpao.com.br

O espetáculo terá interpretação em Libras

CABARÉ CORAGEM

Direção: Júlio Maciel

Estreia: 2023 | Duração: 90 minutos | Gênero: musical | Classificação: 18 anos

Sinopse

É mais uma noite no Cabaré Coragem! Numa atmosfera engraçada e delirante, os artistas dançam, cantam e fazem números de variedades, enquanto estranhas contradições daquele lugar vão despontando no palco.


FGM exibe série no YouTube: “A Pessoa por trás do Carrinho de Café”


Divulgação

A Fundação Gregório de Mattos (FGM) exibexe a série documental “A Pessoa por trás do Carrinho de Café”, no canal do YouTube (https://www.youtube.com/c/fundacaogregoriodemattos). Ao todo serão seis episódios, cada um composto pela entrevista com um “cafezinho” ou “cafezinha”, e com duração de até 14 minutos.

“Cafezinho” ou “cafezinha” é a expressão usada pelos vendedores de café de Salvador para se autodefinirem. O documentário “A Pessoa por trás do Carrinho de Café” apresenta a história de vida de Cícero Barbosa de Matos (Doutor Café), Misael Balbino de Almeida (Café Rubro-Negro), José Carlos Gomes Teixeira, Cristiane Silva da Cruz (Cris Café), José dos Santos Silva (Zé) e José Carlos dos Santos (Carlinhos).

O primeiro episódio foi exibido na última quinta-feira (12) e mostra um pouco da força feminina, a partir da história da “cafezinha” Cristiane Silva da Cruz, conhecida como Cris Café. Nesse episódio, Cris conta um pouco sobre o enfrentamento para atuar na rua com uma atividade que é predominantemente masculina, traz um pouco da própria história de vida e do cardápio desenvolvido por ela, que conta hoje com mais de 100 sabores de café.

O segundo episódio será exibido nesta quinta (19) e trará a história de Misael Balbino de Almeida, o Café Rubro-Negro. Misael é um defensor do reconhecimento da atividade da venda de café com carrinhos como patrimônio cultural. Nesse segundo episódio ele, que atua como cafezinho na Estação da Lapa e na Piedade, vai contar um pouco da influência do trabalho que exercia como agricultor, juntamente com a família, no interior da Bahia, para a atividade que hoje exerce.

Projeto – Todas as quintas-feiras será exibido um episódio até a conclusão da série. A obra audiovisual faz parte do projeto Salvador Vai de Cafezinho, selecionado pelo prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural – Ano II da FGM. A primeira ação do projeto foi um desfile de carrinhos de café, realizado no dia 1º de abril, com direito à premiação, no Campo Grande. O desfile “Salvador Vai de Cafezinho” contou com cerca de 40 inscrições e com premiações para os dez primeiros classificados.

Em setembro, o projeto voltou à cena da capital baiana, a partir da realização do Cine Cafezinho, um evento audiovisual que reuniu o documentário “A Pessoa por trás do Carrinho de Café” e a masterclass “A Origem dos Cafezinhos”. A exibição fez parte do Festival da Primavera e ocorreu no Espaço Cultural da Barroquinha e na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). Em ambos os espaços a entrada foi gratuita.

A exibição da série no YouTube é uma oportunidade para que quem não pôde visitar o Cine Cafezinho possa conferir a produção audiovisual, que tem roteiro e direção-geral de Edvard Passos; parceria do Teatro Sesi Rio Vermelho e Sesi-BA e apoio do Café São Braz.

“A ideia, ao produzir esse trabalho, foi tentar entender quem são essas pessoas, como é a vida dessas pessoas, a origem, o trabalho, a rotina, os desafios e enfrentamentos. Esse trabalho faz parte de um programa maior que está desenhando uma salvaguarda da atividade dos cafezinhos na perspectiva do reconhecimento como patrimônio cultural imaterial”, afirma o diretor e roteirista Edvard Passos.

Salvaguarda – O Salvador Vai de Cafezinho é um projeto que objetiva a salvaguarda do ofício dos cafezinhos na luta pelo registro como patrimônio cultural imaterial de Salvador. São realizadas ações como oficinas, documentários, aulas, capacitação, desfiles com premiação e exposição dos cafezinhos finalistas, entre outras, que celebram os vendedores de café e seus carrinhos, uma invenção 100% soteropolitana.

História – Não existem documentos que sinalizem com precisão o ano do surgimento dos cafezinhos em Salvador. No entanto, matérias jornalísticas e entrevistas com os próprios vendedores, que serviram de fonte de pesquisa para a produção da dissertação “Um Patrimônio em Movimento: Os Carrinhos de Café nas Ruas de Salvador”, de autoria do museólogo e mestre Eduardo de Araújo Fróes, dão conta de que a venda de cafezinho em Salvador ocorre desde 1970, período em que crianças atuavam nesse comércio com suas guias de mão.

Ainda segundo a pesquisa, em 1980, surgem as guias com rodas adaptadas com um sistema de direção para facilitar o transporte das garrafas térmicas. Anos depois, as guias com rodas passaram por um processo criativo e inovador até se transformarem nos atuais carrinhos de café, alguns reproduzindo um caminhão; outros, um trio elétrico. (Texto: Priscila Machado/Secom PMS)


Exposição “As Cores no Cangaço” do artista iraraense João Martins


Fotos: Divulgação

A capital baiana recebe a exposição “As Cores no Cangaço”, do artista plástico iraraense João Martins, com 21 obras inéditas que apresentam o lado humano e antropológico da cultura do Cangaço, com seus hábitos e costumes, roupas e utensílios que conferem aos cangaceiros e cangaceiras uma imagem ao mesmo tempo forte e colorida. A exposição fica até 15 de outubro,  na Sala Carlos Bastos, no Teatro Módulo, no bairro da Pituba, aberta para visitação com entrada gratuita.

Conhecido como “O Poeta da Cor”, João Martins desenvolveu as peças desta coleção a partir de pesquisas realizadas em obras e documentos de diversos historiadores que retratam essa importante parte da história e cultura nordestinas. “É a partir desse sentimento poético, inspirado no Cangaço, que procurei mostrar o aspecto figurativo do Sertão de sempre, tanto histórico, quanto festivo, numa linguagem colorida e alegre, entre bandeirolas, sanfonas e mandacarus, que compõem o bonito e típico cenário da Caatinga, com suas frutas e passarinhos”, destaca João Martins.

As obras retratam esse universo do Cangaço, formado por homens e mulheres comuns que se insurgiram, por volta da primeira metade do século XX, contra a opressão, os latifúndios, a injustiça social, e a dura realidade do Sertão nordestino. Porém, a coleção apresenta outro lado dos temíveis cangaceiros, que eram também vaidosos, gostavam de festas, danças, e demonstravam muita religiosidade, apesar do banditismo rural que amedrontava os fazendeiros e todo o povo sertanejo. “É esse o meu contexto artístico e onírico sobre o Cangaço, que apresento nessa exposição com todas as cores da minha poesia”, concluiu o artista João Martins.
Entre os destaques da exposição, como não poderia deixar de ser, estão as duas figuras mais emblemáticas desse movimento sertanejo: Lampião e Maria Bonita. Líder do bando, o corajoso alfaiate Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era também um homem ligado às artes, que tinha bom gosto, criatividade e um estilo próprio nas costuras e bordados, roupas e utensílios, figuras e símbolos que ele criava com muito apuro estético, e que viraram marca registrada de seu bando.

A exposição destaca também a presença marcante de Maria Bonita, a musa e companheira de Lampião, que foi a primeira mulher a entrar para o bando de cangaceiros, transformando-se numa figura notável do Cangaço. Além de bonita, ela era também muito vaidosa, gostava de jóias, enfeites e perfumes. Tão valente quanto afeiçoada, submissa e empoderada, ela entrou para a história como a Rainha do Cangaço.

Sobre João Martins – Artista Plástico, João Martins nasceu em Irará-BA, e estudou Artes Plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA. Fez sua primeira exposição individual intitulada “A Poesia das Cores”, em 1998, e no ano seguinte fez a exposição “Cores Poéticas”, ambas na Galeria da Casa do Comércio, em Salvador. Ainda em 1999, fez a exposição “Irará em Mim”, em Irará.

Em 2001, fez a exposição “Calendários”, em Salvador. Em 2002, representou o Brasil na Itália no XXII FESTIVAL LATINO AMERICANO DE ARTE, em Milão, com a Coleção “Cores do Brasil”, e na exposição coletiva COLORI IN FESTA AREZANO, em Gênova. Em 2007, fez parte do projeto Arte Sofitel-Galeria Prova do Artista, com a exposição “Curumins e Passarins”, em Costa do Sauípe, depois na Aliança Francesa de Brasília (2007) e em Irará (2009). Em 2009, fez a exposição “As Cores dos Orixás”, no Teatro XVIII, no Pelourinho, também na capital baiana, e levou a exposição “A Poesia das Coisas” para Feira de Santana-BA.

João Martins participou também de inúmeras exposições coletivas, dentre as quais “O Encontro dos Sete Caminhos” (2001), na Galeria do Farol da Barra, Salvador-BA; Exposição Comemorativa aos 500 anos do Descobrimento da Baía de Todos os Santos (2001), em Salvador-BA; exposição coletiva “Arte Contemporânea”, na Galeria Prova do Artista, em Salvador-BA (2007).

Também pela Galeria Prova do Artista, participou da Exposição Coletiva “A Mão Afro da Bahia” (2008), no IRDEB; exposição coletiva “Grandes Artistas da Bahia em Pequenos Formatos no Museu Regional de Arte”, em Feira de Santana-BA; exposição em homenagem ao escritor baiano JOÃO UBALDO, em Itaparica-BA; e, em 2019, participou da Semana Nacional nos Museus com a Coleção “Mãos ao Barro”, na exposição “Saberes e Sabores de Irará”, no Museu Udo Knoff, em Salvador.

Serviço

O quê: Exposição da Coleção AS CORES NO CANGAÇO, do artista João Martins

Visitação: 06 a 15 de outubro de 2023

Terça a sábado: 15h às 19h

Domingo: 9h às 13h

Onde: Sala Carlos Bastos, Teatro Módulo (Avenida Magalhães Neto, 1177, Pituba, Salvador/BA)

Quanto: Gratuito


Espaço Cultural da Barroquinha recebe novas apresentações de “Matéria dos Sonhos”


Divulgação

O Espaço Cultural da Barroquinha, situado na Rua do Couro, no Centro, recebe nesta quinta-feira (5), a partir das 19h, o espetáculo “Matéria dos Sonhos”, último trabalho realizado em vida pelo renomado diretor teatral Harildo Déda, falecido em setembro passado, como preparador do elenco. As apresentações seguem até domingo (8), com entrada franca – a retirada do ingresso deve ser realizada na bilheteria uma hora antes do início do evento.

A encenação teatral é o resultado do curso Clube da Cena – Solos – Grande Personagens realizado pela Companhia de Teatro Os Argonautas, em parceria com a Fundação Gregório de Matos (FGM) – Espaço Boca de Brasa Centro. O espetáculo narra composições literárias das grandes obras do dramaturgo inglês William Shakespeare, como Macbeth, Hamlet, Otelo, Ricardo II, Henrique V e Romeu e Julieta, entre outros.

“Nessas novas apresentações do último trabalho realizado em vida pelo mestre Harildo, o público poderá perceber a natureza especial do seu olhar sobre o ensino da interpretação e preparação do elenco, adquirindo também um caráter de reverência ao seu legado, tendo na interpretação os personagens conhecidos de Shakespeare. Será um lindo espetáculo de paixões, anseios e complexidade dos seres humanos”, enfatiza o diretor do espetáculo, Marcelo Flores.

De acordo com o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, o espetáculo é um tributo à imortalidade da arte e à profundidade da condição humana. “Passa a ser também uma grande homenagem a Harildo Deda, um mestre cujo brilhante trabalho e talento continuam a ecoar em cada interpretação apaixonada dos personagens de Shakespeare. É uma reverência ao seu legado, sobre o espelho das paixões, anseios e complexidades que nos definem como seres humanos, todos moldados pela ‘Matéria dos Sonhos’”, pontua.