Oficina de iluminação cênica para mulheres


Maria Carla. Foto Luis Alberto Gonçalves/Divulgação

Com o propósito de um processo formativo em iluminação para mulheres, o projeto “iluMINA!”, realizado pela Dimenti Produções Culturais, abre inscrições para oficina de luz para cena, coordenada pelas iluminadoras Milena Pitombo, Maria Carla e Larissa Lacerda.

Sessenta vagas gratuitas são oferecidas para mulheres da Bahia que desejem se instrumentalizar nesta área, desenvolver um olhar sensível para a arte de iluminar e construir seus projetos de luz em diversas circunstâncias: em casa, para uma câmera ou dentro de um teatro. Interessadas devem preencher o formulário online disponível em https://tinyurl.com/oficinailumina, até o dia 29 de janeiro.

A lista de inscritas será divulgada no dia 1º de fevereiro e as aulas se realizarão, em formato online, de 2 a 20 de fevereiro, às terças e quintas, das 18h30 às 21h, e aos sábados, das 9h30 às 12h, totalizando uma carga horária de 20 horas. Na oficina, serão abordados conteúdos como a história da iluminação (dando enfoque à participação de mulheres importantes para a área), os fundamentos básicos para luz, como cor, intensidade, ângulo, direção, qualidade etc., e noções técnicas que envolvem reconhecer equipamentos, lâmpadas e lentes, além de noções de eletricidade básica.

Milena Pitombo. Foto por Etz Foto Raiz/Divulgação

Neste percurso, será proposto que cada participante escreva um miniprojeto artístico, com foco na conceituação de um projeto de luz de sua autoria, para ser avaliado pelas instrutoras. A partir disso, 12 alunas serão selecionadas para uma segunda etapa de orientação individualizada, com 8 horas de acompanhamento de seus processos criativos, com oferta de uma bolsa-auxílio de criação no valor de R$ 800. Os resultados artísticos desta etapa serão apresentados ao público no final do mês de março.

O projeto “ilumina!” tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Sobre as ministrantes

Milena Pitombo – Atriz e iluminadora. Trabalha com iluminação desde 2006. Já atuou ao lado de iluminadores como Telma Fernandes, Rodrigo Marçal, Bruno Cerezoli, Marina Arthuzzi, Alexandre Galvão, Vladimir Medeiros e Bruno Magalhães. Criou luz para os espetáculos “Solo para coisas não esquecidas”, de Julia Branco; “Sobre Nós”, com a UMA COMPANHIA; e “Falância”, de Marcelo do Vale, com Paulo Vitor.

Foi coordenadora técnica do Festival Internacional de Improvisação (FIMPRO), nas edições I e II, e do Festival de Solo de Mulheres Pretas – ÌYÁ’S. No México, criou luz para “Batrácio”, de Maurício Galaz, “Debotas al Votox” e outros espetáculos de teatro de improvisação, onde improvisava luz em tempo real. Foi técnica e operadora de luz de “Passaredo Passarinholas”, do Grupo Vilavox; “OXUM”, no Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas (NATA); “Pele Negra, Máscaras Brancas”, com direção de Onisajé e Licko Turle; e “Medeia Negra”, de Márcia Limma.

Maria Carla – Licenciada em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), atua nas artes cênicas como iluminadora, produtora e atriz. Trabalhou no Teatro Castro Alves (TCA) e ministrou aulas no projeto de extensão “Faça-se luz” (UFBA). Trabalhou como iluminadora e operadora de luz dos espetáculos “As Centenárias” (2018) e “Relatos sentimentais para corações juvenis” (2017), de Leandro Santolli; “Apareceu a Margarida” (2017), de Vinicius Martins; e “E contar tristes histórias das mortes das bonecas” (2017), de Queila Queiroz.

Também dos shows “Cais e Sais” (2017) e do lançamento do CD “Um corpo no mundo” (2018), ambos de Luedji Luna. Realizou ainda a coordenação técnica e a operação de luz da “Caravana As Três Marias” (2017/2018), composta pelas encenações “Solo Almodóvar”, “Benedita” e “Amanheceu”. Atualmente, desenvolve o projeto “Vão”, do qual é realizadora.

Larissa Lacerda (Autorretrato)

Larissa Lacerda – Com olhar múltiplo para as artes e técnicas da cena, atua como iluminadora, diretora teatral, atriz, cantora e coordenadora técnica (IC Encontro de Artes e Jornada de Dança da Bahia, 2018 e 2019). É mestra em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (PPGAC/UFBA), bacharel em Direção Teatral (UFBA) e licenciada em Letras Vernáculas (UFBA).

Pesquisa tensões entre performatividade e teatralidade no teatro contemporâneo, que resultou no espetáculo “…nenhuma carta” (2016), com o qual participou de diversos festivais. Trabalhou ao lado de diretores como Márcio Meirelles, Hebe Alves, Fábio Espírito Santo, Rino Carvalho e Paula Lice. Foi coordenadora artística do “Projeto Diário Rosa”, ação artística multilinguagem em torno do tema da violência sexual contra mulheres, que ocupou o Teatro Gamboa Nova (2017). Fez o projeto de luz do Festival Concha Negra (2019). Assina a luz e a assistência de direção do espetáculo “Vermelho Melodrama”, de Jorge Alencar, vencedor na categoria Melhor Espetáculo pelo Prêmio Braskem de Teatro 2019.

Ilumina!

Oficina de luz para cena

Exclusiva para mulheres da Bahia

Com: Milena Pitombo, Maria Carla e Larissa Lacerda

Inscrições: 19 a 29 de janeiro de 2021

Em: https://tinyurl.com/oficinailumina

Número de vagas: 60 vagas

Carga horária total: 20 horas

Aulas online ao vivo: 2 a 20 de fevereiro de 2021

Terças e quintas, das 18h30 às 21h; sábados, das 9h30 às 12h

Quanto: Gratuito


Projeto Memórias do Teatro da Bahia terá Galeria Online


João Guisande/Divulgação

Numa imersão provocada pelo isolamento gerado pela pandemia da Covid-19, o ator, diretor e dramaturgo teatral João Guisande intensificou sua pesquisa sobre as histórias e vivências de artistas do Teatro da Bahia e lança no próximo dia 22 de janeiro a plataforma digital Memórias do Teatro da Bahia – galeria online (www.memoriadoteatrodabahia.com.b​r). No mesmo dia, às 18h30, acontecerá a leitura dramatizada do texto Quem somos nós?, transmitida pelo canal do YouTube do Teatro do SESI – Rio Vermelho (https://youtube.com/user/TeatroSESISalvador).Escrito e dirigido por João Guisande, Quem somos nós? foi construído a partir de memórias de artistas e público do teatro baiano coletadas em 2020 e traz a cena uma fictícia companhia de teatro – VIXE, que está prestes a estrear o seu primeiro espetáculo. Compõem o elenco Bárbara Laís, Fernanda Beltrão, Fernando Antônio, Iana Nascimento e Marcos Lopes.

Entre os ensaios para estreia, os atuantes brincam, falham, improvisam, revelam como conseguiram algumas memórias, cantam e celebram a história do nosso teatro, quem fez e faz ele acontecer. Espetáculos marcantes, personalidades da cena baiana, representatividade, histórias de bastidores e dos teatros da Bahia são alguns dos temas abordados pelo texto dramático.

Em 2020, com a pandemia da Covid-19, Guisande deu continuidade a uma pesquisa iniciada em 2019 – Memória do Teatro da Bahia, que dá nome a este projeto dividido em três atos que ocorrerão de janeiro a abril de 2021. Em isolamento, ele provocou atrizes, atores, técnicos, colaboradores e espectadores do teatro baiano que responderam às perguntas “Qual a sua primeira memória do teatro baiano?”, “Qual a sua imagem mais viva do teatro da Bahia?” e “O teatro baiano existe?”.

A partir das memórias coletadas, o autor elaborou uma trama textual descontínua que revela muito sobre o imaginário do teatro baiano. Guisande fala que Quem somos nós? (ATO I) é uma homenagem a todos artistas de teatro da Bahia. “Recebi respostas de diversas formas (escritas, áudio e vídeo) e a medida que ia lendo, ouvindo e assistindo os relatos, fui tomado por uma profunda emoção e desejo de revelar algumas dessas memórias”.

“Lembrar foi um exercício que nos fez permanecer vivos em 2020. A pandemia nos deu oportunidade de olhar para trás, recordar, tornar a passar pelo coração. Neste texto fazemos uma viagem no tempo, com histórias que vão desde o incêndio do teatro São João em 1923 a sala principal do TCA em 2019”, realça Guisande, premiado como melhor ator no Prêmio Braskem de Teatro nos anos de 2015 e 2018.

Projeto

Além da leitura dramatizada, o público de Memória do Teatro da Bahia – galeria online poderá conferir a duas exposições – uma do SESI, parceiro do projeto que fará uma exposição sobre o Teatro Sesi Rio Vermelho e outra do designer gráfico Belmiro Neto, que irá expor artes gráficas, criadas em seus mais de 25 anos de colaboração a arte teatral baiana -, ouvir seis podcast (ATO II) e assistir um Docudrama com cinco episódios em torno de 10 minutos cada (ATO III).

O Ato II, a ser lançado em fevereiro de 2021 na Galeria Online, trará entrevistas exclusivas com personalidades do teatro baiano sobre temas que transitam entre história e musicalidade da cena baiana, a mulher na produção teatral, criadores e espetáculos históricos, bastidores da cena, a produção teatral no interior, entre outros.

No ATO III, as memórias ganham uma adaptação para o audiovisual em cinco episódios, o Docudrama, a ser exibida de 20 de março a 10 de abril, no site www.memoriadoteatrodabahia.com.br. Bárbara Laís, Fernanda Beltrão, Fernando Antônio, Iana Nascimento e Marcos Lopes unem-se a atriz Luisa Muricy para interpretarem as histórias e vivências de espetáculos e artistas que são inspirações e estão no imaginário do teatro da Bahia, tanto no interior como na capital.

No Docudrama, Guisande divide a direção com o cineasta, cantor e compositor Ronei Jorge e os roteiros com Sandro Souza, que também está na assistência de direção. Cores, tons, brilhos e visualidades ficam sob a direção fotográfica de Rana Tosto. A produção do projeto é assinada por Fernanda Beltrão.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Pesquisa

O premiado ator e diretor baiano João Guisande se debruça sobre Memórias desde 2013. Como ator-criador no espetáculo “Amnésis”, ele levou para a cena as memórias de transeuntes de lugares específicos da cidade de Salvador. Já em “Foi por esse Amor”, contracenou com seu pai e revelou um jogo cênico que transitava entre memórias familiares e histórias do cotidiano soteropolitano.

A respeito do Memória do Teatro da Bahia – galeria inline realça que “existe uma memória de um teatro vivo, pulsante e resistente que merece ser contada, preservada e celebrada. Criando e documentando em uma galeria online de memórias vivas, reverenciaremos o passado e o utilizaremos como ferramenta de suporte para o que vem pela frente”.


Ria com Andréa Elia em 40tona do Palco da 40tena


Fotos/Divulgação

Ano novo tem de começar com novas risadas, por isso a “40tona no Palco da 40tena”, da atriz Andréa Elia, volta a cartaz, desta vez de 7 a 13 de janeiro, pelo Virtualidades, palco virtual do Sesc – www.youtube/SescBahiaOficial. A estreia acontece nesta quinta-feira, dia 7, às 19h, mas o vídeo vai ficar disponível até o dia 13. E Andrea Elia avisa! Já está criando novas histórias e ensaiando para uma nova temporada!

40tona na 40tena – Durante o isolamento social pelo COVID-19, em resposta à ameaça de ter a sua atuação artística interrompida pela crise econômica, Andréa Elia libertou a sua pulsão criativa produzindo vídeos autorias intitulados “A 40tona na 40tena”. Esta nova “persona” libertária respondeu aos temores do confinamento com provocações dotadas de um humor reflexivo, em meio as dores de um cenário pandêmico.

A série “40tona na 40tena” consta de 27 videos com milhares de visualizações nas redes sociais. O convite chegou em abril, logo no inicio do decreto do isolamento pelo Covid-19, através da empresa Via Press Comunicação que criou o Programa “Bem que Cura”. A atriz aceitou o convite, trazendo ao programa a força de um humor curativo, protagonizando diversas e divertidas personas de uma mulher acima dos 40 anos que em meio ao isolamento fisico parte para o encontro de si mesma.

Na cena virtual, videos de 01 m e 30s até 02 m e 30s gravados inicialmente sem efeitos de edição, contando essencialmente com a pulsação viva da atriz, envolvendo desabafos disparados num fluxo confessional. A personagem expõe e revela nuances do feminino, personagens que habitam o inconsciente de muitas pessoas, a estreia da 40tona surgiu de uma “dr” com o seu próprio pensamento, uma hora a 40tona é terapeuta de si mesma, em outro momento ela tenta meditar, por vezes bisbilhota a a vida dos vizinhos ou devora uma panela de brigadeiro sem culpa, tudo numa entrega tão intensa que provoca o imaginário de seus seguidores, arrancando risos e reflexões.

Sobre Andréa Elia – Bacharela em Direito pela Universidade Católica do Salvador, em 1986, Andréa Elia fez do Teatro a sua real tribuna. É uma empreendedora das Artes Cênicas, atuando há 30 anos como atriz, professora e diretora teatral. Vencedora do Prêmio Braskem de Teatro, na categoria melhor atriz em 2010 pelo espetáculo “As Velhas” de Luiz Marfuz. Em 1995 foi vencedora do Concurso Melhor de 3 do Faustão, valendo um contrato com a Rede Globo.

Sua atuação se consolidou fora de Salvador com o espetáculo Divinas Palavras, um grande marco nos Festivais de Curitiba, Londrina, São Paulo e Recife. Ganhou projeção internacional atuando no espetáculo Kaô, que representou a Bahia em Moscou, Espanha e Portugal em 2001. Em 2010 celebrou 30 anos de carreira com o monólogo “A Caixa Não é de Pandora” com apresentações nos Festivais de Porto Alegre e Recife. Interpretou Maria Madalena na Paixão de Cristo por 05 anos consecutivos, sob direção de Paulo Dourado.

Há vinte anos vem ministrando aulas para a formação em Teatro no Villa Campus de Educação, Acbeu e há dez anos no Grupo LM para o desenvolvimento pessoal de seus funcionários. Desde o decreto do isolamento do Covid -19, Andrea Elia tem se projetado nas redes sociais com a personagem a “40tona na 40tena”, escrevendo, atuando e produzindo videos temáticos que partem do conceito do riso mítico libertador, objeto de pesquisa de sua formação atual como terapeuta junguiana, pelo Instituto Junguiano da Bahia.

 


Veja a programação virtual das Cameratas da OSBA


Foto Alberto Coutinho/ Divulgação – Secom

As Cameratas da OSBA, projeto de extensão da Orquestra Sinfônica da Bahia formado pelos grupos Opus Lumen, Bahia Cordas, Quadro Solar e Quarteto Novo, iniciam o ano levando música de forma virtual para centros culturais e instituições de Salvador através do projeto “Café com as Cameratas #Drops”, que neste mês traz dois vídeos musicais.

Entre os dias 11 e 14 de janeiro, vai ao ar o vídeo da Bahia Cordas interpretando “Valsa da Polyana”, de Rogério Laborda, que também é violinista do grupo. Já entre os dias 18 e 21 de janeiro, a Opus Lumen interpreta em vídeo “Instantâneos Folclóricos nº1 – Bagunça com o Gato”, de Raphael Batista. Os vídeos são exibidos nos perfis de Instagram da OSBA (@orquestrasinfonicadabahia), do Teatro Castro Alves (@teatrocastroalvesoficial), do Museu Geológico da Bahia (@museugeologicodabahia) e da Associação Atlética da Bahia (@aatleticadabahia).

Café com as Cameratas #Drops
Música: Valsa da Polyana
Compositor: Rogério Laborda
Camerata Bahia Cordas
11/jan (seg) – Perfil de Instagram da OSBA (@orquestrasinfonicadabahia)
12/jan (ter) – Perfil de Instagram do Teatro Castro Alves (@teatrocastroalvesoficial)
13/jan (qua) – Perfil de Instagram do Museu Geológico da Bahia (@museugeologicodabahia)
14/jan (qui) – Perfil de Instagram da Associação Atlética da Bahia (@aatleticadabahia)

Café com as Cameratas #Drops
Música: Instantâneos Folclóricos nº1 – Bagunça com o Gato
Compositor: Raphael Batista
Camerata Opus Lumen
18/jan (seg) – Perfil de Instagram da OSBA (@orquestrasinfonicadabahia)
19/jan (ter) – Perfil de Instagram do Teatro Castro Alves (@teatrocastroalvesoficial)
20/jan (qua) – Perfil de Instagram do Museu Geológico da Bahia (@museugeologicodabahia)
21/jan (qui) – Perfil de Instagram da Associação Atlética da Bahia (@aatleticadabahia)

 


Novos filmes liberados no final do CachoeiraDoc


O Bem Virá (Pernambuco, 2020, 75 min.), de Uilma Queiroz/Divulgação

O IX CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira, que nesta edição online homenageia a professora e líder religiosa Makota Valdina, abriu dois novos programas com 19 filmes gratuitos no site www.cachoeiradoc.com.br. O evento, que segue até o dia 20 de dezembro, será encerrado num ato poético com a presença do cantor, músico e compositor Tiganá Santana ao lado do poeta, contista e compositor Lande Onawale. O encontro musical será transmitido no domingo, às 16h, pelo Facebook e YouTube (CachoeiraDoc).Os dois possuíam relação específica e especial com Makota Valdina, por isso, vão compartilhar um momento de conversa filosófica sobre o pensamento de Valdina Pinto, além das repercussões na sociedade e nas próprias obras dos artistas. O pensamento negro contemporâneo tem, na postura intelectual de Makota, uma importante referência, já que ela foi uma conhecedora do candomblé angola-congo, mas também, a partir desta matriz religiosa e suas cosmogonias, ela projetou-se como uma notável líder e intérprete de dilemas políticos, sociais e existenciais do nosso tempo. A estilista Alice Pinto, sobrinha de Makota, participará com leituras de poemas da homenageada.

Tiganá Santana. Foto José de Holanda/Divulgação

Tiganá Santana defendeu sua tese de doutorado no mesmo dia da passagem de Valdina Pinto (Makota Zimewanga ou Makota Valdina, como ficou conhecida): um estudo sobre a cosmologia bântu-kongo, a partir do congolês Bunseki Fu-Kiau. Essa abordagem faz ressoar as pesquisas da intelectual baiana e sua relação com o filósofo africano. Já Lande Onawale partilhou muita vivência religiosa e política com Makota.

Programa 3

Intitulado “E, de repente, o tempo voltou a se mover”, este programa traz nove filmes organizados em três sessões sob a curadoria de Fabio Rodrigues, Patrícia Mourão e Rayane Lessa. Esta mostra apresenta “filmes que descongelam o tempo ao trazer à tona uma memória esquecida, apagada ou silenciada nas fotografias e arquivos. Aqui, a memória latente reacende a brasa no coração do arquivo. Em grande parte das obras desta constelação, o gesto é de retornar para avançar, resgatar-se entre ou para além das imagens e documentos”, como aponta o trio.

Lembrar daquilo que esqueci (Espírito Santo, 2020, 20 min.), de Castiel Vitorino Brasileiro/Divulgação

Fazem parte do Programa 3: “NC5 contra a lei do impedimento” (Rio de Janeiro, 2019, 24 min.), de Lucio Branco; “Um de vermelho e um de amarelo” (Minas Gerais, 2020, 14 min.), de Frad, GM, Lipe; “Vander” (Bahia, 2019, 2 min.), de Barbara Carmo; “Cinema contemporâneo” (Pernambuco, 2019, 5 min.) de Felipe André Silva; “Formatura” (São Paulo, 2020, 8 min.), de Caio Franco; “Quando Era Primavera” (Goiás, 2019, 13 min.), de Lara Damiane; “Entre o céu e o subsolo” (Bahia, 2019, 43 min.), de Felipe da Silva Borges; “Não fique triste, menino” (Ceará, 2018, 8 min.), de Clébson Francisco; “O Bem Virá” (Pernambuco, 2020, 75 min.), de Uilma Queiroz.

Programa 4

Evelyn Sacramento, Kênia Freitas e Ramayana Lira assinam a curadoria do programa cujo título é “Toda articulação política é ficção científica”. Esta junção de filmes “desafia a pensar nos confins das imagens e dos sons e de nós mesmos. Especula um Brasil que não existe e, não existindo, permanece e se reinventa. Hiperficcionalizando e abrindo a ideia do documentário como registro do real para também tratar do hiper, do intra e do sub, que atravessam as nossas realidades”, como escrevem as curadoras na apresentação do Programa 4.

Reduto (Bahia, 2020, 13 min.), de Michel Santos/Divulgação

Desta constelação, fazem parte as seguintes obras: “Obatala film” (Minas Gerais, 2019, 7 min.), de Sebastian Wiedemann; “POPXOP” (Minas Gerais, 2019, 102 min.), de Natalino Maxakali e Ana Estrela; “A Cristalização de Brasília” (Distrito Federal, 2019, 7 min.), de Guerreiro do Divino Amor; “Reduto” (Bahia, 2020, 13 min.), de Michel Santos; “Invasão Espacial” (Distrito Federal, 2019, 15 min.), de Thiago Foresti; “VAZÃO” (Pernambuco, 2019, 9 min.), de Cecilia Assy e Marcia Rezende; “Lembrar daquilo que esqueci” (Espírito Santo, 2020, 20 min.), de Castiel Vitorino Brasileiro; “Rua Augusta, 1029” (São Paulo, 2019, 11 min.), de Mirrah Iañez; “Relatos Tecnopobres” (Goiás, 2019, 13 min.), de João Batista Gabriel Carvalho Silva; “Veias de Fogo” (Ceará, 2020, 18 min.), de coletivo Carnaval no Inferno.

Retorno para a programação

Dos quatro filmes que compõem a homenagem à Makota Valdina, dois voltam à programação nos últimos dias de CachoeiraDoc, 19 e 20 de dezembro, sábado e domingo: “Aleluia, o Canto Infinito do Tincoã” (Bahia, 2020, 70 min.), de Tenille Bezerra, e “Kalunga – memórias de um mar sem fim” (Bahia, 2020, 14 min.), de Renata Semanyangue.

Já “Pattaki” (Bahia, 2019, 21 min.), de Everlane Moraes, e “Retrato da Mestra Makota Valdina” (Minas Gerais, 2019, 92 min.), de César Guimarães e Pedro Aspahan, estão disponíveis desde o início desta edição do festival, 4 de dezembro, e poderão ser assistidos até o último dia.

Além disso, o filme que ocupou a sessão de abertura, “Acervo ZUMVI – O Levante da Memória” (Bahia, 2020, 36 min.), de Iris de Oliveira, também voltará ao site do CachoeiraDoc nos dias 19 e 20 dezembro. O doc aborda a trajetória do ZUMVI Arquivo Fotográfico, sua luta por preservação e o trabalho de Lázaro Roberto, o “Lente Negra”, referência em fotografia documental na Bahia.

Neste último fim de semana de festival, também voltam à programação os filmes que estiveram organizados nos Programas 1 e 2, respectivamente, as mostras “Nós nunca nascemos, nós nunca morremos. Nós transicionamos” e “Nem todo trajeto é reto”. Assim, os 42 filmes que integram a programação online do IX CachoeiraDoc estarão em cartaz para o público.

IX CACHOEIRADOC: 4 a 20 de dezembro de 2020

52 filmes gratuitos: 42 online e 10 presenciais

Transmissão gratuita das atividades pelo YouTube e Facebook: CachoeiraDoc

● Encerramento: encontro entre o poeta, escritor e compositor Lande Onawale e o cantor, músico e compositor Tiganá Santana – 20 de dezembro, domingo, às 16h.

Programação completa em: www.cachoeiradoc.com.br