Antigos carnavais e festas populares da Cidade Baixa em websérie


Um dos criadores do trio elétrico e da guitarra baiana, Osmar, parceiro de Dodô, nasceu na Ribeira, onde a Fubica foi montada. Foi também lá que a cantora Margareth Menezes nasceu, se criou e deu os primeiros passos na carreira. A Cidade Baixa também era palco da Levada do Jegue, além da icônica Festa do Senhor do Bonfim e de Bom Jesus dos Navegantes.

É também de lá o Trio Saborosa, ícone do carnaval no final dos anos 70 e início dos 80, criado por uma fábrica de cachaça situada na Rua Barão de Cotegipe. Essas e outras histórias integram a websérie “Diga aí, CBX”, que estreou na quarta-feira (03), dentro da programação do VirtuArte Cidade Baixa, disponível no Instagram do projeto: @virtuartecbx. A programação é gratuita.

Natielly, Feira de São Joaquim. Foto Amós Costa/Divulgação

São quatro episódios com duração de até oito minutos, contando um pouco sobre o início do axé, carnaval e festejos populares, os primeiros cinemas de rua de Salvador, a história das fábricas e ainda um episódio dedicado à localidade de Alagados. Entre os entrevistados, Laurinha Arantes, a primeira cantora da “Cheiro de Amor” e primeira mulher a puxar um bloco de Carnaval; os jornalistas Jolivaldo Freitas e Valber Carvalho; o Padre Edson Menezes da Silva, Reitor da Igreja do Bonfim há 12 anos; Ybsen de Souza Britto, ex-coordenador da equipe da praia da Festa de Bom Jesus dos Navegantes; e Jamira Muniz, coordenadora do Espaço Cultural dos Alagados.

“O VirtuArte surge da vontade de fazer pulsar esse lugar de onde venho, onde nasci e me criei, que não tem visibilidade cultural. As pessoas precisam se deslocar de seu território para apresentar sua arte e se desenvolver enquanto artista”, pontua a idealizadora e produtora executiva e artística do projeto, Polyana Sá. “A gente conhece a CBX como um lugar turístico e um pouco das festas populares, como a Lavagem do Bonfim, que leva milhões de pessoas, uma vez ao ano, até lá, mas a gente não conhece muito mais sobre a parte histórica”, enfatiza.

Santuário Santa Dulce dos Pobres (antigo Cine Roma). Foto Amós Costa

Os episódios serão exibidos quinzenalmente: dias 03, 17 e 31 de março, e 14 de abril. Entre os conteúdos de resgate histórico, a trajetória de sucesso do primeiro cinema de rua da capital baiana: o Cine Roma (onde hoje é o Santuário de Irmã Dulce), inaugurado em 1948 e que recebeu artistas como Roberto Carlos e Waldick Soriano, foi palco de festivais de música, peças teatrais e concursos de beleza.

“Ali era o principal ponto cultural dos anos de 1950 aos anos 80, não só da Cidade Baixa como de Salvador. Era um cineteatro para duas mil pessoas, que recebia dos grandes filmes de Hollywood aos shows da Jovem Guarda. Foi também onde Raul Seixas praticamente estreou ao lado dos Panteras. Era mesmo um local de encontros”, pontua o historiador Matheus Buente, que está no primeiro e terceiro episódio da websérie.

Cultura em movimento

Ponta de Humaitá. Foto Jeferson Teixeira/ Divulgação

A programação do VirtuArte Cidade Baixa é totalmente online, com todas as atividades disponíveis no Instagram, e inclui a exposição fotográfica “Olhares sobre a CBX”, que estreou no último dia 23, reunindo o trabalho de oito profissionais da localidade; oficinas de dança afro brasileira, interpretação para audiovisual e Mobgrafia (vídeo com celular); workshop de profissionalismo na música independente; sete vídeos performances de artistas locais e variadas manifestações, como música, capoeira, dança e teatro (o primeiro episódio vai ao ar no sábado, com o duo João Melo e Edwã Victor, tocando Marimba na Praia da Ribeira);

E o “Fala aí, diretxr_”: um bate papo mediado pelo ator e diretor Heraldo de Deus, recebendo convidadas como as diretoras Cecília Amado (“Capitães de Areia”) e Vilma Martins (“5 fitas”) para discutir filmes ambientados na região – estreia 15 de março.
O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Serviço:

VirtuArte Cidade Baixa

Quando: até 17 de abril
Programação (100% online):

Exposição fotográfica “Olhares sobre a CBX”: de 23 de fevereiro a 13 de abril

Vídeos performances: de 06 de março a 17 de abril

Diga aí, CBX – série de entrevista com historiadores e personagens da região: dias 03, 17 e 31 de março e dia 14 de abril

Oficinas:

Dança afro-brasileira (com Agatha Simas): dias 08 e 10 de março

Mobgrafia – vídeo com celular (com Ariel L. Ferreira): dias 23 e 24 de março

Interpretação para audiovisual (com Everton Machado): dias 05 e 07 de abril

Workshop de música independente:

08 abril (com Luan Tavares da “OFÁ” e Dieguito da “Vivendo do Ócio”)

13 de abril (com Jad Ventura da “Zuhri” e Gabriela Carmo)

Fala aí, diretxr_: bate papos com cineastas sobre filmes ambientados na Cidade Baixa, como “Tungstênio”, “Capitães de Areia”, “Navegantes” e “5 fitas”: dia 15 de março e 12 de abril
Gratuito

Mais informações: @virtuartecbx

 


Arte e Identidade: Festa de Arte e Literatura Negra Infanto Juvenil


Foto Edcleuza Sena/Divulgação

Com o objetivo de promover e incentivar a literatura negra desde a infância acontece, de 30 de março a 1º de abril, das 9h às 19h, a primeira edição da Arte e Identidade, Festa de Arte e Literatura Negra InfantoJuvenil. Em formato digital, reunirá gratuitamente escritores, artistas, educadores, pais, crianças e adolescentes, com acesso por meio das redes sociais e canal do youtube do evento.

A festa literária promoverá a difusão da literatura e da leitura infantojuvenil, com obras com protagonismo negro, e bate papos acerca da formação da identidade e desenvolvimento da autoestima da criança e adolescente negro.

Com tradução simultânea em libras, o evento on-line, contará com rodas de conversa e mesas literárias, contação de histórias, atividades lúdicas, apresentações culturais de artes integradas, oficinas, encontro com autor, lançamento de livros e feira de livros e brinquedos afirmativos.

A Arte e Identidade pretende democratizar o acesso aos livros de literatura negra infantil, despertar o gosto pela leitura do público alvo, incentivar a diversidade, além de fortalecer a cadeia criativa em torno da literatura do segmento.

A Festa de Arte e Literatura Negra InfantoJuvenil é uma realização da EdCarlão Eventos, com a autoria e produção executiva de Cris Santana e a curadoria de Mazé Lúcio, Cássia Valle e Carol Adesewa.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia por meio da Secretaria de Cultura e Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Primeira edição da Arte e Identidade, Festa de Arte e Literatura Negra InfantoJuvenil
Onde: Transmitido pelas redes sociais e canal do youtube do evento
Quando: 30 de março a 1º de abril
Horário: das 9h às 19h
Quanto: Gratuito.

Redes Sociais

Instagram:https://www.instagram.com/arteeidentidadeoficial/


Enxurrada III lança o Podcast Casa Preta com bate-papo até abril


Encontros trazem temas que permeiam assuntos artísticos baseados em diversidade racial, de gênero e religiosa durante quatro meses.

A partir de 3 de março, às quartas-feiras de março e abril serão de encontros virtuais com artistas, pesquisadores e profissionais das artes da cena baianas que trazem importantes percepções sociais e coletivas no Podcast Casa Preta, ação que integra o Enxurrada III, projeto idealizado pelo Aldeia Coletivo. Ao todo, serão lançados oito bate-papos até o dia 21 de abril, que trazem reflexões cotidianas sobre perspectivas não hegemônicas.

Maju Passos. Foto Caio Lírio/Divulgação

Diante da pandemia e das consequências do novo Coronavírus (Covid-19), a estratégia é à distância possibilitar diálogos e análises de assuntos que são comuns no dia-a-dia da Casa Preta Espaço de Cultura, localizada no bairro Dois de Julho. Com 10 anos de ocupação artística e um vírus que desde março de 2020 interferiu na dinâmica e produção cultura do casarão de fachada preta, a intenção é abarcar experiências que surgem e aconteceram na convivência dos coletivos e frequentantes do espaço, mas que são comuns para outras pessoas, mediante as estruturas sociais e vivências quais estamos submetidos.

Com um tema diferente e com convidados que possam contribuir nas reflexões propostas, em cada episódio terá um mediador(a) que faz parte de um dos grupos da casa ou estão integrados às ações que atuam em parceria do espaço, para que haja diversidade e contribuições mais plurais. Essa é a poética do Enxurrada da Casa Preta III, que tem apresentado desde o mês de janeiro lives com produções culturais (música, teatro e poesia urbanas) baseadas em diversidade racial, de gênero e religiosa durante quatro meses.

O primeiro encontro debate o tema ”Espaços Culturais Alternativos”, movimento que cresceu em todo o país e que certamente está alterando o modo como a produção cultural se organiza. Com mediação de Vitor Barreto, co-gestor da Casa Preta, produtor cultural e integrante do Grupo Vilavox de Teatro, o #01 Podcast da Casa Preta traz os convidados Maju Passos (fundadora da Casa Charriot e especialista em produção cultural e economia criativa) e o artista LGBTQIA+, perfomer, educador social Georgenes Isaac, integrante do Coletivo das Liliths e gestor da Casa Evoé.

Os podcasts #02 e #03 tem como tema “Racismo estrutural, ambiental e religioso” e prometem aprofundar o racismo e suas manobras que exterminam e silenciam vidas, principalmente no que diz respeito às práticas religiosas e filosofias de vida afroindígenas. No dia 10 de março, o segundo podcast será conduzido por Belle Damasceno, cientista social e antropóloga, e traz como convidados Caboclo de Cobre, compositor, cantor e integrante do Aldeia Coletivo, e Sanara Rocha, pesquisadora, produtora cultural e multiartista.

Geórgenes Isaac. Foto/Divulgação

Já no dia 17 de março, o debate será mediado pela comunicóloga Bruna Rocha e terá as ricas contribuições da encenadora, dramaturga e pesquisadora da relação candomblé e teatro Onijasé, a performer e diretora de arte Tina Melo e a atriz e ekedi do Ilê Asé Oyá L’adê Inan (Alagoinhas) Fabíola Nansurê.

Para encerrar a primeira parte da temporada do Podcast da Casa Preta, o tema escolhido foi Planejamento Estratégico e Assessoria de Imprensa para Artistas Independentes, com apresentação de Laísa Gabriela, jornalista, gestora cultural e assessora de imprensa, integrante do Aldeia Coletivo e co-criadora do EPA Criativo.

Lançado dia 24 de março, o encontro traz reflexões e dicas para que artistas emergentes possam compreender estratégias comunicacionais para divulgar seus trabalhos. Os convidados são Francini Ramos – gestora cultural e uma das responsáveis pela Jornada da Cena Independente; Rafael Brito – jornalista, assessor de comunicação e multi-artista – e ISSA – cantor, compositor e instrumentista.

O público ainda terá mais quatro encontros posteriores a esses, com os temas: Dimensões sensíveis do cotidiano na produção cultural: relações raciais, de gênero e sexualidades; Trabalho via apps, o dia na tela: posts, criações de conteúdo e edições de texto, redes sociais; Articulação: a importância de estar em canais de diálogo, grupos temáticos em redes sociais (o novo associativismo); O espaço cultural no território: experiências de relações com as comunidades do entorno; dias 31 de março, 07, 14 e 21 de abril, respectivamente.

O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

Março

03 de março – PodCast 1 – gestão de espaços culturais alternativos com a participação de outras casas de cultura da cidade

10 de março – PodCast 2 – Debate com intelectuais acerca do racismo estrutural, religioso e ambiental

13 de março – Cabokaji e MC Coscarque

17 de março – PodCast 3 – Debate com intelectuais acerca do racismo estrutural religioso e ambiental

20 de março – Los Pesos

24 de março – PodCast 4 – Produção e Gestão Cultural: como montar um portfólio, realizar assessoria de si mesmo e/ou dividir as funções em trabalhos colaborativos

31 de março – PodCast 5 – Dimensões sensíveis do cotidiano na produção cultural: relações raciais, de gênero e sexualidades

Abril

03 de Abril – DJ Nay Kiesse e Cabôco Experiencia / MC Tipo A

07 de abril – PodCast 6 – Trabalho via apps, o dia na tela: posts, criações de conteúdo e edições de texto, redes sociais

10 de abril – Medeia Negra

14 de abril – PodCast 7 – Articulação: a importância de estar em canais de diálogo, grupos temáticos em redes sociais (o novo associativismo)

21 de abril – PodCast 8 – O espaço cultural no território: experiências de relações com as comunidades do entorno. Uma programação cultural de qualidade e diversificada, gratuita para o público adulto, jovem e infantil

24 de abril – Coletivo das Liliths e MC Di Cerqueira


Religiosos de terreiros e ativistas defendem lugares sagrados


Fotos Mônica Silveira Divulgação

Representantes das Comunidades de Terreiros das nações Angola, Jeje, Ketu e Umbanda do entorno da Pedra de Xangô receberam ativistas e lideranças religiosas do sitio natural sagrado Lagoa do Abaeté, bem como Milena Tavares, Diretora de Patrimônio e Humanidades, como representante da Fundação Gregório de Mattos, sábado passado(20/02). O encontro teve como objetivo reverenciar Xangô, Nzazi e Sogbo e, sobretudo, fortalecer as conexões e redes em defesa dos espaços sagrados e dos espaços verdes na cidade de Salvador.Patrimônio cultural da cidade, a Pedra de Xangô é uma formação geológica de mais de bilhões de anos, localizada na região central da cidade de Salvador-Bahia, em áreas de remanescentes de quilombos e do bioma Mata Atlântica. Outrora, o lugar era rota de fugas, portal da liberdade, moradas de indígenas e quilombolas e de divindades africanas e afro-brasileiras. Na atualidade, sede de um Parque Urbano, de uma Área de Proteção Ambiental – APA Municipal Vale do Assis Valente e de um Parque em Rede Pedra de Xangô, criados no PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) de 2016, os dois últimos, através de emenda popular. Considerando a complexidade do projeto, o Município de Salvador, em 2020, optou por implantar o Parque Urbano Pedra de Xangô e em paralelo desenvolver estudos para implantação das outras unidades.

 


Panorama Coisa de Cinema divulga filmes para a Competitiva Nacional


O amor dentro da câmera, documentário conta a história de Orlando e Conceição Senna, cineastas baianos. Divulgação

Oito longas-metragens produzidos na Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram selecionados para a Competitiva Nacional do XVI Panorama Coisa de Cinema, que acontece entre os dias 24 de fevereiro e 3 de março, no formato on-line. De histórias de amor à opressão da classe trabalhadora, a mostra passeia por diversas temáticas, reunindo filmes de diferentes gêneros.

Filho de boi/Divulgação

Cinco curtas baianos estão entre os 16 escolhidos para a competição, formada ainda por produções de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Distrito Federal, Amazonas, Ceará e Rio Grande do Sul. Os filmes serão exibidos gratuitamente seguindo programação a ser divulgada em breve, acompanhados de debates com diretores e equipe de longas e curtas.

O XVI Panorama Internacional Coisa de Cinema tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Depois da primavera/Divulgação

 

Confira os filmes selecionados 

Longas

A flecha e a farda – Miguel Antunes Ramos | SP

Depois da primavera – Isabel Joffily e Pedro Rossi | RJ

Eu, empresa – Leon Sampaio e Marcus Curvelo | BA/MG

Filho de boi – Haroldo Borges e Ernesto Molinero | BA

O amor dentro da câmera – Jamille Fortunato e Lara Back Belov | BA

Rio de vozes – Andrea Santana & Jean Pierre Duret | BA

Vil, má – Divinely Evil – Gustavo Vinagre | SP

Voltei! – Ary Rosa e Glenda Nicácio | BA

Curtas

5 Fitas – Heraldo de Deus e Vilma Martins | BA

A Destruição do Planeta Live – Marcus Curvelo | BA

Adelaide, Aqui Não há Segunda Vez Para o Erro – Anna Zêpa | SP

Celio’s Circle – Diego Lisboa | BA

Chão de Rua – Tomás von der Osten | PR

Filhas de Lavadeiras – Edileuza Penha de Souza | DF

Inabitável – Matheus Farias & Enock Carvalho | PE

Inspirações – Ariany de Souza | RJ

Joãosinho da Goméa – Janaína Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra | RJ

Menarca – Lillah Halla | SP

Noite de Seresta – Sávio Fernandes e Muniz Filho | CE

O Barco e o Rio – Bernardo Ale Abinader | AM

Opy’i Regua – Júlia Gimenes, Sérgio Guidoux | RS

Portugal Pequeno – Victor Quintanilha | RJ

Vamos à Luta – Paula Carneiro e Tenille Bezerra | BA

Ventania no Coração da Bahia – Tenille Bezerra | BA