Festa de Iemanjá no dia 2 de fevereiro


Foto-Arquivo: Valter Pontes/Secom-PMS

A Festa de Iemanjá é uma das mais tradicionais do calendário festivo de Salvador e, neste ano, acontece no dia 2 de fevereiro (sexta-feira), dia de saudar a orixá no Rio Vermelho. Bairro onde se localiza a Colônia de Pescadores e lá foi construída a Casa de Iemanjá. Os pescadores todos os anos homenageiam a Rainha do Mar com oferendas e abrem a casa para que baianos e turistas também depositem as suas oferendas para a orixá.(Por Noemi Flores)

As oferendas pode ser perfumes, flores, bijuterias de materiais naturais (é recomendado que os presentes sejam o mais natural possível para não contaminar o mar, os perfumes levados devem ser jogados nas flores e o vidro é descartado). Os presentes são colocados em balaios para ser lançados no alto mar pelos pescadores. Geralmente por volta das 16 horas saem em embarcações soltando fogos para a Rainha do Mar, formando um verdadeiro espetáculo marítimo para ser observado.

A festa de Iemanjá é uma das mais belas e famosas da cidade, onde o bairro do Rio vermelho fica colorido de branco e azul das vestes dos visitantes, dentre estes baianos e turistas, que vão render homenagem à Rainha do Mar. Há uma peculiaridade diferente das festas de santos, quando baianas realizam a famosa lavagem em adro de igrejas. Já a de Iemanjá não ocorre isto porque se trata de um orixá, do Candomblé, uma divindade em forma de sereia que protege as águas do mar cuja saudação é Odoyá! .

Um evento sem trio elétrico, porém com vários blocos e bandas , formados por populares, artistas e associações de bairro, relembrando carnavais passados. Desfilam pelas ruas do bairro, sem cordas, o que democraticamente podem ser seguidos por quem quer entrar no embalo da música contagiante. E, seguramente, com um policiamento ostensivo.

Foto-Arquivo: Bruno Concha/Secom-PMS

Hotéis, bares e restaurantes e pousadas se transformam em camarotes, regados a pratos típicos e bebidas, para proporcionar ao turista uma melhor visibilidade da festa, além, é claro, das barracas espalhadas pelas ruas do bairro oferecendo tira-gostos e bebidas.

Em alguns destes estabelecimentos, para a comodidade do baiano e turista, é cobrado um valor para a entrada com direito à almoço, geralmente são as famosas feijoadas. Uma festa interna para assistir a show de bandas ou cantores contratados, longe da movimentação para quem quer tranquilidade e diversão.

História – A festa em homenagem à Iemanjá teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes à mãe das águas. Nesta época, os peixes estavam escassos no mar. Desde então, todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo.

Conta a tradição dos povos iorubás que Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Ele a teria dado uma garrafa e recomendado que só abrisse em caso de necessidade. Um dia, em fuga de Okerê, o marido que a ofendeu, ela tropeçou na garrafa, que se quebrou, fazendo surgir um rio de águas tumultuadas que levou Iemanjá ao oceano. Desde então, a rainha das águas não voltou mais para a terra.

Uma série de superstições rondam a celebração. Por exemplo, se o presente for encontrado na beira da praia é porque a divindade não gostou da oferta. Todos os anos, é preparado um presente principal pelos pescadores, que só é revelado no dia das homenagens.

Foto-Arquivo/Divulgação

Sustentabilidade – Campanhas de conscientização têm sido realizadas para a preservação do meio ambiente. Uma das correntes defende a não utilização de qualquer material para render homenagens à entidade no mar. Já para quem deseja manter a tradição, a recomendação é de que as pessoas adotem presentes biodegradáveis, como uma forma também de preservar o meio ambiente – exemplos disso são flores naturais e despejo do perfume, sem jogar o frasco no mar.
Programação da festa

A programação já começa na véspera, às 7h,dia 1, com a abertura do Caramanchão, local onde são colocados os presentes, ao lado da Colônia de Pescadores Z1, próximo ao Largo de Santana.

No dia 2, de madrugada, antes das homenagens à Iemanjá, devotos saúdam Oxum, orixá das águas doces,  no Dique do Tororó. Já às 5h, tem alvorada de fogos de artifício marca a chegada do presente principal ao Rio Vermelho. Durante todo o dia, uma enorme fila se forma para a entrega dos presentes.

À tarde, bares e estabelecimentos situados no perímetro da festa promovem eventos e oferecem pratos diversos, principalmente a tradicional feijoada. A procissão para a entrega do presente no mar (que é mantido em segredo pela colônia de pescadores) e dos cerca de 600 balaios com oferendas depositadas pelos devotos e admiradores sai a tarde.

O encerramento da festa ocorre às 18h, mas a parte profana segue durante a noite toda. O dia ainda é marcado por diversas manifestações culturais, como rodas de capoeira, samba de roda e grupos de bairro.

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