Moraes Moreira terá nome em concha acústica na Castro Alves


Foto Correio

O palco da concha acústica que será erguida na Praça Castro Alves, como Palco Moraes Moreira, nome do compositor que balançou o chão da praça e foi o primeiro cantor de trio elétrico.

Em 2019, durante escavações para reforma da Praça Castro Alves, foram encontrados achados arqueológicos do Teatro São João. A partir daí, a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) engendrou uma ampla e aprofundada pesquisa com arquitetos, arqueólogos, historiadores e engenheiros para elaborar um projeto que agregasse a requalificação da praça do povo com as ruínas reveladas e carregadas de história e memória.

Para a Fundação Gregório de Mattos (FGM), órgão convidado para compor a equipe multidisciplinar na elaboração do projeto, a ideia é criar um espaço que utilize a estrutura da fonte encontrada nas escavações do final do ano passado, como um palco para atividades culturais de pequeno porte, com capacidade para receber um público de até duzentas pessoas. Além disso, um sítio arqueológico com as ruínas da fachada do São João, farão parte do mesmo ambiente e estariam ali, abertas para interatividade com o público.

Dentro da proposta para esse espaço cultural, Fernando Guerreiro, presidente da FGM, batiza o palco da concha acústica que será erguida no local, como Palco Moraes Moreira, nome daquele que balançou o chão da praça e foi o primeiro cantor de trio elétrico. Para Guerreiro, “prestar essa homenagem na Praça Castro Alves, ao artista que transformou aquele espaço num palco de grandes carnavais é fazer jus não só ao cantor, como ao poeta, cordelista, letrista de inesquecíveis sucessos da MPB, o eterno Novo Baiano e a pessoa eletrizante que foi e sempre será, Moraes ‘Carnaval’ Moreira.”.

Foto Marcelo Guedes -Agência Haack

Para o professor e arquiteto, Nivaldo Andrade, autor do projeto, “a arte de Moraes Moreira está historicamente ligada à Praça Castro Alves. O carnaval da Bahia como conhecemos hoje, começou aqui, há 45 anos, com Moraes cantando em cima do trio elétrico de Dodô e Osmar.

São inúmeras as canções compostas e imortalizadas por ele desde então que falam desta praça, como ‘Chame Gente’, ‘Chão da Praça’ e ‘Cidadão’. A cada carnaval, Moraes balançava o chão da Praça, enchendo de alegria a Praça e o poeta. Além disso, Moraes era também cordelista. A ideia do Prefeito ACM Neto de homenageá-lo neste espaço, que incorporará um palco para cordelistas e artistas de rua em geral, não poderia ser mais acertada. A Praça Castro Alves é do povo… e é também de Moraes Moreira!”

A obra está avaliada em R$ 1,8 milhão e tem conclusão prevista para carnaval/2021. Com isso, a cidade ganha mais um espaço cultural, combinando história, poesia e beleza natural, com a linda vista para a Baía de Todos os Santos, cenário de um dos mais belos pôr do sol de Salvador. Agora, além de Gregório, Castro Alves, Dodô e Osmar, mais um grande poeta baiano passa a ser imortalizado no Quarteirão das Artes: Moraes Moreira.

 

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