Última festa de largo antes do Carnaval: lavagem de Itapuã


Lavagem de Itapuã. Foto Mauro Akin Nassor (Correio da Bahia)

Foto divulgação de Mateus Pereira (Setur-BA)

O ritual belíssimo das baianas vestidas a caráter com seus potes de cerâmica, perfume e flores lavando a escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã. Uma homenagem à santa, mas que mescla o catolicismo com os rituais afro de seus ancestrais.É a tradicional Lavagem de Itapuã, última festa de largo, antes do Carnaval que acontece quinta-feira, dia 21 de fevereiro. (Por Noemi Flores)

As homenagens começam na madrugada quando o Bando Anunciador, grupo formado por percussionistas e pessoas da comunidade que percorrem as ruas do bairro para anunciar a festa e, ainda de madrugada, tem a alvorada de foguetes.

Às 6h, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, situada na Praça Dorival Caymmi, abre as portas para celebração da missa. Depois, baianas vestidas a caráter com potes de cerâmica cheio de flores e água de cheiro para lavar a escadaria do templo. Elas vão até a igreja com o cortejo, formado por pescadores, moradores do bairro e artistas que saem do bairro de Piatã e desfilam pela orla até a igreja, na Praça Caymmi, onde acontece a lavagem.

 

O cortejo saindo de Piatã em direção à Igreja Nossa Senhora da Conceição em Itapuã. Foto Enaldo Pinto (Ag Haack)

Neste cortejo há a participação de blocos como o Malê de Balê, A Lenda do Pássaro do Abaeté,que se formaram neste bairro, e os Filhos de Gandhy. Depois disto, começa a festa profana nas diversas barracas espalhadas pelo local com música, comida e bebidas típicas. .

O Malê de Balê foi fundado em 1979 quando moradores afrodescendentes sentiram a necessidade de formar uma agremiação para que seu bairro pudesse participar do Carnaval de Salvador. Escolheram este nome, inspirados na população descendente dos Malês, povo de origem africana de religião muçulmana que lutaram na Revolta dos Malês contra o sistema escravocrata brasileiro.

História – Iniciada em 1906, a Lavagem de Itapuã é marcada pelo sincretismo religioso, com devoção à Nossa Senhora da Conceição, pelos católicos, e Iemanjá, pelos adeptos do candomblé.

As comemorações começam logo de madrugada, ao som do Bando Anunciador e o café da manhã, cuja tradição iniciada por Dona Niçu tem continuidade com os filhos da falecida moradora do bairro. A tarde é marcada pela parte profana da festa, com comidas, bebidas e muita música.

 

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