Gerônimo e Lia Chaves no encontro de filarmônicas e Baile da Independência


Oficina de Frevos e dobrados do maestro Fred Dantas. Divulgação

Seis filarmônicas e um coral realizam o 27º Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho, das 18h às 21h do dia da Independência do Brasil na Bahia, em frente ao Monumento ao Dois de Julho, no Campo Grande e com a participação especial de Gerônimo. No dia seguinte, 3 de julho, a partir das 19h, também no Campo Grande, o Baile da Independência celebra com o povo a data máxima da Bahia, com a participação também especial da cantora Lia Chaves. Os dois eventos são promovidos pela Fundação Gregório de Mattos, da Prefeitura Municipal de Salvador, com coordenação musical do maestro Fred Dantas.

No 27º Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho a abertura será realizada pela Filarmônica e pelo Coral da Casa Pia de São Joaquim e pela Filarmônica Ambiental. Em seguida, se apresentam a Filarmônica 19 de Março, de Acupe (distrito de Santo Amaro da Purificação), a Minerva Cachoeirana, a Filarmônica 2 de Janeiro, de Jacobina, e a Oficina de Frevos e Dobrados, de Salvador, que terá a participação especial do compositor Gerônimo.

Filarmônicas na Capital – O Encontro de Filarmônicas é realizado há 27 anos sem interrupção e se tornou o principal meio de expressão das Bandas Filarmônicas diante do grande público na Bahia e a oportunidade de se apresentarem na capital, em uma data significativa para a nossa cultura, em um palco de grandes dimensões, com sonorização, iluminação e cobertura de todos os meios de comunicação. Este ano, duas corporações – de Cachoeira e Jacobina – vêm comemorar no Encontro 140 anos de atividades musicais.

As Filarmônicas baianas – são 285 em todo o estado – são o principal meio de inclusão social e profissional através da música, um quadro que se reproduz em todo o Brasil. Aqui na Bahia as filarmônicas abrigam cerca de 15 mil crianças e adolescentes recebendo aulas de música e aprendendo a conviver e ter responsabilidade dentro de um conjunto. Essas instituições estão há mais de 12 anos sem um programa governamental de apoio, sobrevivendo de suas apresentações e de suportes locais que cada uma vai conseguindo, como um corpo regular de sócios contribuintes.

Lia Chaves em foto de Rodrigo Tavares

Baile da Independência – No dia 3 de julho, a partir das 19h, o povo baiano poderá participar de um verdadeiro baile público a céu aberto e celebrar a data magna da Bahia. Este ano a convidada especial é a cantora Lia Chaves, uma das mais queridas e consagradas vozes da Bahia. Iniciativa da Fundação Gregório de Mattos, reviver o ancestral Baile da Independência, realizado em dia subsequente ao grande cortejo popular do 2 de Julho até a década de 50, significa reproduzir o clima de urbanidade e delicadeza que caracterizava a também esquecida Festa da Mocidade. A Orquestra Fred Dantas foi incumbida de reproduzir musicalmente os vários períodos desta festa urbana.

Para o Baile da Independência resgatou-se primeiramente o Hino de Salvador, composto por Oswaldo José Leal, mas o repertório vai do lundu à modinha, passando pelos boleros e sambas próprios para a dança de salão, até os mais atuais ritmos dançados em grupo. Neste baile popular, dançarinos exímios se exibem, enquanto outros casais simplesmente dançam ao som da orquestra. Num segundo momento, ritmos balançantes convidam a todos para um congraçamento. Este ano estão convocadas todas as academias e escolas de dança a transformar esta noite em uma ocasião especial. Serão distribuídas lembranças a estes participantes.

 As Filarmônicas

Fotos divulgação

Filarmônica e Coral da Casa Pia e Colégio de Órfãos de São Joaquim – Em uma escola fundada em 1799, destinada a acolher com instrução militar os órfãos e crianças desvalidas da Bahia, uma grande tradição musical foi estabelecida, com base na sua banda filarmônica. Ali floresceram os talentos de Guilherme de Mello, o primeiro musicólogo do Brasil, Vivaldo da Conceição, o mais conhecido maestro popular do século XX na nossa capital, o maestro Durval Montanha, fundador de diversas bandas de música religiosas, entre outros.

Há alguns anos a atividade do Colégio teve especial crescimento ao tornar-se Escola Técnica e incluir alunos de modo geral, chegando atualmente a mais de dois mil alunos, mas sempre com o olhar para os mais necessitados. Depois de alguns anos desativada, a Banda de Música da Casa Pia vem tendo admirável retomada. O mesmo ocorre com o Coral. Juntos, Banda Filarmônica e Coral irão cantar o Hino Nacional e o Hino ao 2 de Julho no Encontro de Filarmônicas.

Filarmônica Ambiental – Apenas um ano após o maestro Fred Dantas dar início ao admirável projeto da Escola Ambiental, em Barra do Pojuca, Camaçari, Bahia, ele mesmo criou e preparou as crianças da área em leitura musical e instrumentos musicais de sopro, iniciando a Filarmônica Ambiental que, como já ocorreu em anos anteriores, participa da Abertura do Encontro de Filarmônicas de 2018.

Já são pelo menos cinco turmas bem diferenciadas – alguns integrantes atuais são filhos de ex participantes – que já se apresentaram diversas vezes em Salvador, em Camaçari, e muito frequentemente em outras escolas da rede pública. A Filarmônica ambiental já participou do PercPan, da gravação da Missa Ambiental, do CD Todo Canto, da CESE e em diversos programas de TV. Em seu repertório, além dos dobrados próprios das bandas de música, estão arranjos da rica tradição popular do Litoral Norte, como o Reisado do Guará, Samba de viola e o Zé de Vale.

Sociedade Filarmônica 19 de Março – Fundada em 19 de março de 1943 em Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação, a filarmônica 19 de Março vem se mantendo independente, com estatutos próprios, educando musicalmente jovens e crianças de uma pequena comunidade cujos habitantes são em maioria pescadores, local de rica cultura popular onde se destaca o Nêgo Fugido, uma representação teatral de rua, simbolizando episódios de resistência à escravidão.

Em contraste com esse ambiente de riqueza popular, a filarmônica mantém um acervo de partituras musicais manuscritas de importância clássica, e mantém seus jovens aprendizes no tradicional sistema de leitura musical e execução de instrumentos profissionais. Vários de seus ex-integrantes se tornaram músicos militares e populares com destaque. Recentemente a 19 de Março organizou um Encontro de Filarmônicas em sua localidade, sem nenhum apoio oficial. Tem participado de eventos regionais como o conhecido Festival de Filarmônicas do Recôncavo e de todas as ocasiões onde as filarmônicas são convocadas em Santo Amaro da Purificação e em todo o Recôncavo.

Sociedade Lítero Musical Minerva Cachoeirana – Fundada em 1878, a Minerva de Cachoeira comemorou com grandes festas os seus 140 anos de atividades ininterruptas em sua heróica Cachoeira, e estende essa comemoração ao nosso 27º Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho. Sua escola de música não para de produzir novos músicos, que vão integrar o seu corpo musical, para depois se empregarem em bandas militares, grupos populares e escolas de música.

Seu currículo inclui a participação em cerimônias tradicionais da sua cidade, como o Cortejo da Independência na Bahia, Festa da Boa Morte e de N. Sra da Ajuda, além das Flica-Feira Literária de Cachoeira. A Minerva apresentou-se ao lado de Dorival Caymmi, em 1973 sob regência do Maestro Carlos Veiga. Gravou um Cd próprio, pela Casa das Filarmônicas, em 2003. Apresentou-se no Teatro Castro Alves, em Salvador. Obteve classificação em concertos, festivais e encontros, como os Festivais de Filarmônicas do Interior (Setrabes-BA), Festival de Filarmônicas do Recôncavo (Dannemann –São Félix), Encontro Filarmônicas da Chapada Diamantina de 2014, em Morro do Chapéu, Cortejo do 2 de Julho em Salvador e em edições anteriores do Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho.

Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina – Fundada em 1878, a Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina vem comemorar seus 140 anos de existência, com atividades ininterruptas. Ela faz parte da rica história cultural da cidade de Jacobina, responsável por animar os antigos micaretas, carnavais da região e os grandes bailes que existiam na cidade. Jacobina fica a 330 quilômetros de Salvador e é também conhecida como Cidade do Ouro, uma herança das minas de ouro que atraíram os bandeirantes paulistas no início do século XVII.

Rodeada por serras, morros, lagos, rios, fontes e cachoeiras, apresenta também um rico patrimônio histórico, artístico e cultural. Hoje a Filarmônica 2 de Janeiro, atende centenas de pessoas, oferecendo oportunidades das crianças e jovens de Jacobina ter acesso a linguagem musical e uma futura profissão, pelo que recebe apoio financeiro da Prefeitura Municipal de Jacobina, num exemplo que bem poderia ser imitado por outros municípios. A 2 de Janeiro tem participado com sucesso dos diversos encontros e festivais de filarmônicas no estado da Bahia, tendo sido campeã no Festival de Filarmônicas do Recôncavo em 2016.

Gerônimo será convidado

Oficina de Frevos e Dobrados – Fundada por Fred Dantas em 1982, para receber em Salvador o seu mestre de bandas João Sacramento Neto, a Oficina ao longo de 34 anos de atividades sem interrupção tem ajudado no crescimento de diversas turmas de músicos. As pesquisas realizadas e a execução de músicas revelaram para a modernidade diversos mestres compositores.

Gravou Cds, participou e promoveu festivais, realizou edições de partituras e livros didáticos e históricos. Seu Cd Oficina 15 anos – reproduzido em várias mídias sociais – é considerado um dos melhores registros fonográficos já realizados nesta área de pesquisa. Em Salvador a Oficina tornou-se a banda da cidade, participando de eventos cívicos, como o próprio 2 de Julho, religiosos, como a tradicional Procissão de Santo Antônio, e culturais, a exemplo das Jornadas Culturais da UFBA e do Carnaval do Pelourinho.

A banda participou do Especial da TV Bahia dedicado aos 80 anos de João Gilberto. Este ano se apresentou com destaque executando o Hino Nacional Brasileiro na Abertura do Fórum Social Mundial, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia. Este ano a Oficina tem como convidado especial o cantor, compositor e trombonista Gerônimo, que vai interpretar, com arranjos exclusivos feitos para banda filarmônica, sucessos como É d´Oxum, Jubiabá e Lambada Delícia, e ainda uma homenagem especial aos Caboclos, a composição Fumo e Mel.

Programação

18:00 – Abertura com execução do Hino ao 2 de Julho (Santos Títara-Santos Barreto) com o Coral e Filarmônica da Casa Pia e Colégio de Órfãos de São Joaquim – regência do Coral por Irma Ferreira e da Filarmônica por Edvan Moreira – e Filarmônica Ambiental, com regência de Antônio Dácleo.

18:30 – Filarmônica 19 de Março, de Acupe (distrito de Santo Amaro da Purificação), sob regência do mestre Jairo Pinho.

19:00 – Filarmônica Minerva Cachoeirana, com regência do mestre Claricio Mascarenhas Marques e do mestre decano Felisberto José da Silva – Imagens – https://youtu.be/Vky4DqJi-YA

19:30 – Filarmônica 2 de Janeiro, de Jacobina, com regência de Celso Santos – Imagens – https://youtu.be/txoCuFXkJVg

20:00 – Oficina de Frevos e Dobrados, com regência do maestro Fred Dantas, com participação especial de Gerônimo

Baile da Independência – 3 de julho de 2018, no Campo Grande, a partir das 19h30, com Orquestra Fred Dantas e participação de Lia Chaves.

 

 

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