O bairro do Garcia é palco, neste domingo (17), a partir das 19h, de um grande desfile solidário promovido pela Liga do Samba Junino. O evento conta com apoio da Prefeitura, por meio do Prêmio Samba Junino, da Fundação Gregório de Mattos (FGM). A concentração do desfile será em frente ao Colégio Edgard Santos e o cortejo cultural sairá pelas ruas do bairro, seguindo até o final de linha para, depois, retornar ao Colégio Edgard Santos, no bairro do Garcia.
Quem quiser participar, basta doar dois quilos de alimentos não-perecíveis, a serem trocados por um chapéu e uma camisa. A troca pode ser feita na sede da Liga do Samba Junino, na Rua Prediliano Pita, 30, Garcia. O montante arrecadado será destinado ao Núcleo Assistencial Para Pessoas com Câncer (Naspec) e para o Núcleo de Apoio ao Combate do Câncer Infantil (Nacci).
Edital – O Prêmio Samba Junino é voltado à salvaguarda da manifestação cultural, de acordo as diretrizes de política cultural do município e do Registro Especial do Samba Junino como Patrimônio Cultural de Salvador. Foram contempladas seis propostas, no valor de R$30 mil cada, que incentivam o fortalecimento, a manutenção e dinamização do Samba Junino no município de Salvador, além das formas de produção e reprodução, através da realização de ensaios, festivais, concursos, apresentações, “arrastões”, entre outras, no período junino.
Registro e história – Conforme a Lei 8.550/2014, o Registro Especial Cultural é aplicado aos bens culturais de natureza imaterial, inclusive aqueles comumente designados como eventos, passíveis de verificação no plano material por suas práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, modos de fazer e instrumentos, objetos, artefatos e lugares associados. O registro funciona para o patrimônio imaterial como o tombamento para o patrimônio físico.
De acordo com pesquisas realizadas pela Gerência de Patrimônio Cultural da FGM, o samba junino surgiu em torno das casas de candomblé de Salvador, no bojo da religiosidade popular, presente nos terreiros e em muitas festividades de matriz africana nas festas de caboclo. As manifestações são iniciadas ainda na chamada “queima de Judas”, no sábado de Aleluia, com encerramento nos festejos ao 2 de Julho – incluindo nesse período as rezas direcionadas aos santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
O samba junino representa, então, uma expressão cultural genuinamente soteropolitana, marcado pela rítmica do samba duro, disseminada há pelo menos 40 anos em diversos bairros de Salvador. Serviu como base para o surgimento de estilos musicais contemporâneos como o pagode baiano, além de projetar muitos artistas conhecidos do grande público como Tatau, Reinaldo, Ninha e Márcio Victor. Os bairros tradicionais que realizam os festejos são Engenho Velho de Brotas, Engenho Velho da Federação, Federação, Fazenda Garcia, Tororó e Nordeste de Amaralina.