É o Malê Debalê quem terá a honra de encerrar a primeira temporada do Concha Negra, dia 4 de fevereiro (domingo), às 18h, projeto que, em edições mensais no último semestre, vem garantindo o lugar da música afro-baiana na programação do Complexo do Teatro Castro Alves (TCA), maior equipamento cultural da Bahia.
O show na Concha Acústica do TCA terá participações especiais de Mariene de Castro e Ellen Oléria, e ainda abertura com As Ganhadeiras de Itapuã. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) e estarão à venda a partir de 20 de janeiro na bilheteria do TCA, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista e no site www.ingressorapido.com.br.
Fundado em 1979, o Malê Debalê nasceu de um grupo de moradores de Itapuã que desejavam ver o seu bairro representado no carnaval de Salvador. O bloco, hoje com 4 mil integrantes, tem na dança e na música um elo forte com as tradições herdadas da cultura afro, mescladas com o viver popular e a subjetividade coletiva e contemporânea de sua comunidade praieira.
A bateria, totalmente acústica, é composta de 150 percussionistas e quatro maestros. São ainda 19 alas de dança, num total de 1,5 mil dançarinos, o que fez o jornal The New York Times conceder-lhes o título de “o maior balé afro do mundo”. Seu espetáculo é reconhecido como uma das mais autênticas representações da cultura negra baiana, traduzindo a simbologia da afrodescendência e o imaginário da sua origem. Por isso, já representou o Brasil em festivais no México, Europa, África e Estados Unidos.
O nome do bloco é uma homenagem aos Malês, da mais célebre revolta escrava nas ruas de Salvador, ocorrida em 25 de janeiro de 1835: a Revolta dos Malês. Eram negros muçulmanos, que lutaram contra o processo de escravidão. O Malê Debalê considera uma missão não apenas contar esta história, mas, principalmente, se tornar um outro exemplo de resistência à dominação.
Participações especiais
A sambista baiana Mariene de Castro, cantora, compositora, dançarina, atriz, traz sua voz firme e contralto singular para o palco. Reconhecida no cenário nacional, tem cinco discos lançados. Seu trabalho soma de forma íntima e indelével as referências culturais de suas origens, enquanto traduzem a potência de uma cantora contemporânea e de múltiplas representações.
Já a cantora e compositora Ellen Oléria, nascida e criada em Brasília, tem mais de 15 anos de carreira, acumulando prêmios em festivais, cinco discos lançados e turnês realizadas pelo Brasil e mundo afora. Conhecida pelo seu timbre, afinação e repertório brasileiríssimo, a soprano dramática condensa entusiasmo, versatilidade, ativismo político e sorriso no rosto.
Para a abertura da noite, o Malê Debalê convida outro poético e genuíno representante de seu bairro: As Ganhadeiras de Itapuã, iniciativa cultural surgida em 2004 nos terreiros das casas de Dona Cabocla e de Dona Mariinha, onde um grupo de pessoas motivadas pelo interesse no fortalecimento da identidade cultural de Itapuã se reunia semanalmente para trocar informações sobre as antigas tradições do lugar.
Dali, vieram a compilação de um repertório de cantigas e sambas de roda e a criação do grupo, que conta com a participação de senhoras cantadeiras, ganhadeiras e lavadeiras, ao lado de crianças e músicos de instrumentos de corda e percussão. Com suas vozes de tom peculiar, resgate de memórias, louvações e festejos, As Ganhadeiras encantam plateias, celebrando a diversidade e a autodeterminação dos povos.
Concha Negra – Malê Debalê com participações de Mariene de Castro e Ellen Oléria
Abertura: As Ganhadeiras de Itapuã
Quando: 4 de fevereiro (domingo), 18h
Onde: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)