Adiado para dia 17 “Concha Negra”, show com Filhos de Gandhy e Carlinhos Brown


O primeiro show do projeto Concha Negra com o afoxé Filhos de Gandhy e Carlinhos Brown é adiado para 17 de setembro em virtude da chuva intensa em Salvador no dia que aconteceria o evento.
A direção do TCA informa que atendeu ao pedido dos produtores dos Filhos de Gandhy. Foi levada em consideração a previsão do tempo para a noite do dia 3, que apontou o aumento do volume da chuva na capital baiana. Os ingressos já adquiridos poderão ser utilizados no dia 17, portanto não será necessário fazer a troca dos bilhetes. Quem optar pelo ressarcimento poderá fazer o cancelamento do ingresso e receber o valor na bilheteria do TCA.

Garantir o lugar da música afro-baiana na programação mensal da Concha Acústica do Complexo do Teatro Castro Alves (TCA), o maior equipamento cultural da Bahia, é o propósito do projeto Concha Negra, que estreará no dia 17 de setembro com espetáculo do afoxé Filhos de Gandhy, participação especial de Carlinhos Brown e abertura com o Frases de Mainha. Numa primeira etapa, que segue por um semestre até o mês de fevereiro, seis entidades de consistente reconhecimento foram convidadas a compor a programação. Completam a lista: Muzenza (8 de outubro), Ilê Aiyê (19 de novembro), Cortejo Afro (17 de dezembro), Olodum (7 de janeiro) e Malê Debalê (4 de fevereiro). Os shows acontecerão sempre em dias de domingo, às 18h, com ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Iniciativa do Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), através do próprio TCA e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), e em alinhamento com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), o Concha Negra se compromete a fomentar a diversidade que tanto identifica a Bahia, suas tradições e patrimônios culturais. O incentivo a mais um canal de visibilidade e acesso à música afro-baiana se alinha a políticas que reconhecem a cidadania cultural e a afirmação de identidades, combatendo preconceitos e valorizando a expressão das variadas manifestações humanas.

“O projeto Concha Negra é um abraço que o Governo do Estado dá, através da Secretaria de Cultura, à música e à arte dos afrodescendentes, dos negros da Bahia. É uma grande ação afirmativa e uma pequena parcela da grande dívida histórica que o Estado tem com o povo negro da Bahia e do Brasil”, afirma Jorge Portugal, secretário de Cultura da Bahia.

O projeto se lança com direção artística de Elísio Lopes Jr., mais um nome que, no uso de seu reconhecido talento e consistente carreira, atua pela promoção da cultura afro-brasileira. Além das apresentações principais, cada espetáculo terá a participação de pelo menos um convidado especial e também uma abertura com o Janela Baiana, ação continuada da SecultBA que abre espaço para artistas ou grupos emergentes da Bahia nos eventos da Concha.

História do afoxé Filhos de Gandhy – No dia 18 de fevereiro de 1949, os estivadores do porto de Salvador estavam sentados ao pé de uma mangueira perto da sede da entidade (Sindicato dos Estivadores), preocupados com a falta de trabalho nos portos e a política de arrocho salarial, gerada pela crise do pós-guerra. Inconformados com a impossibilidade de o bloco carnavalesco “Comendo Coentro” desfilar, Durval Marques da Silva, conhecido como Vavá Madeira, sugeriu colocar um bloco na rua. A sugestão foi logo aceita entre os vários colegas da estiva e assim se deu a fundação do bloco Filhos de Gandhy. Desde então, o Afoxé, pioneiro da paz e com estilo próprio, não parou de crescer.Nos primeiros anos, saiu cantando marchinhas até se dedicar especialmente ao ijexá, inclusive compondo suas próprias canções.

Segundo o professor Marco Aurélio Luz, “os afoxés contribuíram de modo contundente para o enriquecimento cultural dos festejos do carnaval no Brasil e se caracteriza como um dos muitos desdobramentos culturais das comunidades-terreiros da religião tradicional africana no Brasil. Ele se constitui por uma linguagem contextual em forma de síntese recreativa que combina expressões de dança, música, dramatização, vestuário, instrumentos, emblemáticas etc., características da estética negra”.

Nas ruas de Salvador no carnaval, o Gandhy cultua a nação Ijexá, impregnando a avenida com seu ritmo peculiar e cadenciado, perfumando as ruas com sua alfazema e formando o imenso tapete branco que simboliza a bandeira da paz. No desfile, são utilizadas algumas alegorias que relembram o sentimento de Mahatma Gandhi: o elefante, símbolo da força que teve para não se curvar diante do poder inglês; o camelo, símbolo da resistência que manteve fiel aos ideais de liberdade mesmo quando preso; e a cabra, símbolo da vida porque através do leite pode recuperar as forças e continuar a peregrinação em favor da liberdade do povo indiano.

A fantasia do Afoxé Filhos de Gandhy é composta por um lençol branco de 2,20m x 2,00m, costurado nas laterais, com uma abertura na parte superior e uma pintura na parte frontal com o tema do carnaval. O turbante é feito na cabeça do associado por artesãos, usando uma toalha de banho que, após ser dobrada, envolve a cabeça, com acabamento em linha e agulha. Para finalizar, é aplicado o broche, de formato redondo, com uma pedra azul, lembrando os marajás indianos. Um par de sandálias, meias e faixa completam o figurino junto com os colares, nas cores azul e branco: uma reverência aos orixás Oxalá e Ogum.

A Associação Cultural, Recreativa e Carnavalesca Filhos de Gandhy tem hoje sua sede localizada no Pelourinho, doada pelo Governo do Estado em 1983, onde funcionam, o ano inteiro, a administração e a quadra de ensaios, buscando na sua pluralidade sociocultural desenvolver atividades que, através do entretenimento e do respeito pela tradição, preguem a paz e abriguem pessoas de todos os credos, condições sociais e etnias.

Concha Negra: Filhos de Gandhy
Quando: 17 de setembro (domingo), 18h
Onde: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Quanto:
Arquibancada: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

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