A Festa da Boa Morte na histórica Cachoeira, Recôncavo Baiano, é um dos eventos mais importantes do calendário de turismo religioso da Bahia, acontece entre o final da primeira a segunda quinzena de agosto (neste ano será de 13 a 17), por ser uma tradição secular celebrada somente por mulheres pertencentes à Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, fundada há mais de 200 anos, vive em amor a Nossa Senhora.
Esta festa é um espetáculo de devoção e cores com muitas rendas brancas e faixas vermelhas sempre usando várias joias e levando muitas flores para Nossa Senhora da Boa Morte, a santa que elas prestam homenagem. A festa desde 2010 é considerada Patrimônio Imaterial da Bahia. Para fazer parte, as irmãs precisam descender de escravos africanos e possuir mais de 50 anos de idade.
Contam os historiadores que a confraria surgiu quando um grupo de ex-escravas reuniu-se para conseguir a alforria de outros escravos ou facilitar-lhes a fuga. E que as irmandades proliferaram com o país independente, mas ainda escravocrata. Atualmente, a Irmandade da Boa Morte se encontra sem recursos para arcar com a festa.
E já havia até o anúncio de que o evento não iria se realizar neste ano de 2017. Entretanto o governo do estado garantiu apoio à festa por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac) e Bahiatursa e já está confirmada a celebração.
Cachoeira recebe turistas
A cidade se enche de turistas vindos de todas as partes do país e do exterior para acompanhar uma das mais lindas festas baianas. Geralmente são quatro dias que começam na segunda quinzena de agosto com a missa de corpo presente de Nossa Senhora na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e segue com a Procissão do Enterro de Nossa Senhora da Boa Morte com filarmônicas tocando marchas fúnebres pelas principais ruas da cidade.
As mulheres que integram a irmandade chamam a atenção pela demonstração de fé e devoção, além da beleza da vestimenta, própria para cada dia. No primeiro dia, o vestuário é composto de saia preta, plissada, e blusa branca de richelieu. As irmãs cobrem parte do rosto e não usam joias nesse dia.
No segundo dia pela madrugada tem a Alvorada, com fogos de artifício e mais tarde a Missa Solene da Assunção de Nossa Senhora na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário que também segue a Procissão festiva em homenagem a Nossa Senhora da Glória e posse da comissão organizadora.
Por volta do meio-dia tem a Valsa e samba de roda no Largo da Ajuda e almoço das irmãs, com convidados e o povo, na sede da Irmandade. No meio da tarde Samba de roda no Largo da Ajuda. No terceiro dia à noite é oferecido o prato Cozido seguido de samba de roda no Largo da Ajuda. E no quarto dia o tradicional Caruru seguido de samba de roda e encerramento da festa.
Programação
13/08 (domingo)
18h30 – Saída do corpo de Nossa Senhora da Boa Morte da Capela de Nossa Senhora d’Ajuda em procissão pelas principais ruas da cidade
19h – Missa pelas almas das irmãs falecidas na Capela de Nossa Senhora da Boa Morte
21h – Ceia Branca na Sede da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte
14/08 (segunda-feira)
19h – Missa de corpo presente de Nossa Senhora na Capela de Nossa Senhora da Boa Morte
21h – Procissão do Enterro de Nossa Senhora da Boa Morte pelas principais ruas da cidade
15/08 (terça-feira)
6h – Alvorada com fogos de artifício
10h – Missa solene da assunção de Nossa Senhora na Igreja Matriz
11h – Procissão festiva em homenagem a Nossa Senhora da Glória e posse da comissão organizadora
12h – Valsa e Samba de Roda no Largo d’Ajuda
13h – Almoço das irmãs, convidados e pessoas da comunidade na sede da Irmandade
16h – Samba de Roda no Largo d’Ajuda
16/08 (quarta-feira)
18h – Cozido seguido de Samba de Roda no Largo d’Ajuda
17/08 (quinta-feira)
18h – Caruru seguido de Samba de Roda e encerramento da festa.
Cachoeira – A cidade histórica de Cachoeira, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), possui uma arquitetura com traços barrocos clássicos, além de belíssimas igrejas com pinturas e azulejos portugueses. A cidade também oferece passeios de barco pelo leito do Rio Paraguaçu, uma ótima opção para os turistas que gostam da natureza. Na culinária, um dos pratos mais tradicionais é a maniçoba, feita com a folha da mandioca, acrescida de carnes suína e bovina.
Como chegar:
Pela BR-324. O motorista segue por 59 km até o entroncamento da BA-026. Percorre mais 11 km até Santo Amaro. Pela mesma BA-026, por mais 38 quilômetros. De ônibus, a empresa de transporte Santana São Paulo oferece diversos horários. Mais informações: (71) 3450-4951