Coletivo DUO leva espetáculos para cidades da Chapada, Sul e Sertão


Fotos: Divulgação

Uma viagem que parte da capital baiana, pega as rodovias da esquerda em direção às cidades da Chapada Diamantina no coração da Bahia, desce para a região sul do estado, e, por fim, ascende para o Sertão baiano. Este é o percurso do projeto comemorativo DUO 13 anos, que tem apresentado parte do repertório do Coletivo DUO em praças públicas e teatros da Bahia. Em maio e junho, o grupo pega as rodovias para apresentar os infanto-juvenis O Barão nas Árvores e Em Busca da Ilha Desconhecida.

A circulação se inicia em Maio, de 11 a 14, pela região da Chapada Diamantina – Rio de Contas, Andaraí, Morro de Chapéu e Lençóis. Ainda em Maio, de 25 a 28, o Sul da Bahia recebe o repertório DUO 13 ANOS – Itabuna, Camacan, Canavieiras e Ilhéus. Por fim, em Junho, de 08 a 11, o Sertão – berço inspirador de algumas obras do Coletivo – será palco para os espetáculos – Ribeira do Pombal, Tucano, Cícero Dantas e Euclides da Cunha.

De acordo com idealizador e integrante do DUO, Saulus Castro, a escolha das regiões se deu primeiramente por uma poética territorial e identitária. “Além do nosso desejo de capilarizar nossas produções. A troca de vivências e atividades de formação com outros públicos que, muitas vezes, têm pouco acesso a espetáculos profissionais de teatro. E, sendo eu mesmo do interior do Estado, retornar com este projeto é um imergir naquilo que sou e oferto”, realça Castro.

Além dos espetáculos, o Coletivo DUO realizará a ação Construindo Personas : Oficina para Atuantes Cênicos, a ser ministrada pelo ator e diretor Antônio Fábio, que visa compartilhar técnicas teatrais para a estruturação de um sistema psicofísico para a/o atuante, no que diz respeito a criação de um estado pré-cênico necessário para a construção de personas dramáticas e suas performances.

“Com o DUO 13 ANOS poderemos compartilhar um pouco de nossa arte com diversas regiões da Bahia, mobilizando diretamente o trabalho de cerca de 30 profissionais da Cultura, difundindo nosso repertório”, pontua Saulus Castro, que integra o DUO ao lado dos intérpretes Israel Barreto e Marcos Lopes, e o dramaturgo e poeta Denisson Palumbo.

Circulação

Inspirado no realismo fantástico de Ítalo Calvino, o espetáculo infanto-juvenil O Barão nas Árvores, que tem direção de Guilherme Hunder, traz para o palco a história do menino Cosme Chuvasco de Rondó – filho primogênito do barão de Rondó -, que decide subir às árvores e nunca mais descer. O espetáculo é primeiro solo do ator, palhaço, circense, músico e produtor Marcos Lopes. Preenchidas de poesia e singeleza, as aventuras de Cosme são subterfugio para falar sobre família, temas como sustentabilidade e meio ambiente, valores e cidadania, poder e amor.

“Cosminho é um cidadão do mundo e faz de tudo para preservá-lo. Vira um militante do meio ambiente. E ainda se apaixona por sua vizinha”, explica o ator, ao acrescentar que o multiartista Antônio Fábio assume a assistência de direção e o ator Lineu Gabriel Guaraldo a preparação corporal, que tem como alicerce a manifestação popular do Cavalo Marinho, folguedo da Zona da Mata de Pernambuco, com sua musicalidade, suas figuras, motes e passos.

O Barão nas Árvores – que recebeu duas indicações ao prêmio Braskem de Teatro, em sua estreia em 2018, melhor ator para Marcos Lopes e melhor espetáculo infanto-juvenil – vai circular pelas cidades: Rio de Contas (11), Lençóis (13), Camacan (25), Itabuna (27), e em junho vai para Euclides da Cunha (08) e Ribeira do Pombal (10). “É uma felicidade colocar Cosme para circular entre as árvores da nossa Bahia, principalmente por ser uma obra que dialoga com a realidade de algumas cidades, em que há a preservação da natureza, a brincadeira de escalar árvores”, declara Lopes.

Militar, é alicerçar caminhos para a criação de sonhos e horizontes. Sonhar. Ato de render-se à ilusão, à imaginação, aos desejos. Neste caminho do sonhar, o DUO criou em 2016 o seu primeiro espetáculo infanto-juvenil “Em Busca da Ilha Desconhecida, que traz o conto de dois jovens que desejam encontrar um território nunca habitado. A montagem será apresentada  nas cidades de Andaraí (12), Morro do Chapéu (14), Canavieiras (26), Ilhéus (28); e em junho nos municípios de Cícero Dantas (09) e Tucano (11).

Em Busca da Ilha Desconhecida estimula as crianças de todas as idades a perseguirem seus sonhos e resgata referências do imaginário e da musicalidade popular ibérico-nordestinas, notadamente as que se conectam com o mar. Inspirado em “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago, a montagem do DUO tem dramaturgia e encenação de Saulus Castro, que também atua ao lado de Israel Barretto e Marcos Lopes.

“Muito além de trazer para o teatro a obra de um escritor de indiscutível relevância para a história das artes, este projeto traz à tona a construção dos sonhos, de seus alicerces, o que se conecta perfeitamente com a vida de crianças e jovens que estão caminhando seus primeiros passos na relação social. Assim como nós enquanto coletivo artístico”, afirma Saulus Castro, que fundou o DUO em 2010 ao lado do ator Jonatan Amorim, não mais integrante.

Antes de circular pelo interior da Bahia, o Coletivo DUO ocupou praças públicas e teatros de Salvador com estas duas obras – O Barão da Árvores, Em busca da Ilha Desconhecida – e mais três espetáculos do seu repertório, os solos Jonas: dentro do grande peixe, Memórias do Fogo, com Saulus Castro, e a mais recente montagem O Caminho dos Mascates.

“Esta primeira etapa do projeto DUO 13 anos em Salvador foi muito especial. É um revisitar ao nosso repertório, à nossa história e percurso, muito potente pelas ações de Mediação com escolas públicas e outras instituições que realizamos, mas também desafiador devido a diversas circunstâncias inerentes ao próprio projeto”, pontua Saulus Castro.

A criação

Criado em 2010, o Coletivo DUO se inicia com o objetivo de  aprimorar a prática teatral dos seus integrantes e o local de encontro foram salas cedidas pelo Colégio Central da Bahia. Depois da entrada de Saulus Castro na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, o trabalho passa a focar o treinamento/vivência do(a) atuante. Foi quando surgiu a primeira obra, ‘deriva’ (2014 – com Saulus e Uerla Cardoso). Compõem ainda o repertório do grupo, os espetáculos À flor da pele, da dramaturga Consuelo de Castro (2017);  Arturo Ui – uma parábola, obra baseada no texto de Bertold Brecht no qual a chantagem, a corrupção e a violência dão o tom (2017); Arraial, adaptado da obra Antônio Conselheiro, de Joaquim Cardozo (2018); e o solo de Israel Barretto, O Avô e o Rio (2019).

Projeto

O DUO 13 anos foi contemplado pelo Edital Setorial de Teatro em 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.

Coletivo DUO – 13 anos – circulação Chapada Diamantina, Sul da Bahia e Sertão Baiano

Quando e Onde:

11/05: Rio de Contas – O barão nas árvores, 17h

12/05: Andaraí – Em busca da ilha desconhecida, 17h

13/05: Lençóis – O barão nas árvores, 17h

14/05: Moro do chapéu – Em busca da ilha desconhecida, 17h

OFICINA ANTONIO FÁBIO: Morro do chapéu de 11 a 14/05

25/05: Camacan – O barão nas árvores, 17h

26/05: Canavieiras – Em busca da ilha desconhecida, 17h

27/05: Itabuna – O barão nas árvores, 17h

28/05: Ilhéus – Em busca da ilha desconhecida, 17h

OFICINA ANTONIO FÁBIO: Ilhéus de 25 a 28/05

JUNHO

08/06: Euclides as Cunha – O barão nas árvores, 17h

09/06: Cícero Dantas – Em busca da ilha desconhecida, 17h

10/06: Ribeira do Pombal – O barão nas árvores, 17h

11/06: Tucano – Em busca da ilha desconhecida, 17h

OFICINA ANTONIO FÁBIO: Euclides da Cunha de 08 a 11/06

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