Novos filmes liberados no final do CachoeiraDoc


O Bem Virá (Pernambuco, 2020, 75 min.), de Uilma Queiroz/Divulgação

O IX CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira, que nesta edição online homenageia a professora e líder religiosa Makota Valdina, abriu dois novos programas com 19 filmes gratuitos no site www.cachoeiradoc.com.br. O evento, que segue até o dia 20 de dezembro, será encerrado num ato poético com a presença do cantor, músico e compositor Tiganá Santana ao lado do poeta, contista e compositor Lande Onawale. O encontro musical será transmitido no domingo, às 16h, pelo Facebook e YouTube (CachoeiraDoc).Os dois possuíam relação específica e especial com Makota Valdina, por isso, vão compartilhar um momento de conversa filosófica sobre o pensamento de Valdina Pinto, além das repercussões na sociedade e nas próprias obras dos artistas. O pensamento negro contemporâneo tem, na postura intelectual de Makota, uma importante referência, já que ela foi uma conhecedora do candomblé angola-congo, mas também, a partir desta matriz religiosa e suas cosmogonias, ela projetou-se como uma notável líder e intérprete de dilemas políticos, sociais e existenciais do nosso tempo. A estilista Alice Pinto, sobrinha de Makota, participará com leituras de poemas da homenageada.

Tiganá Santana. Foto José de Holanda/Divulgação

Tiganá Santana defendeu sua tese de doutorado no mesmo dia da passagem de Valdina Pinto (Makota Zimewanga ou Makota Valdina, como ficou conhecida): um estudo sobre a cosmologia bântu-kongo, a partir do congolês Bunseki Fu-Kiau. Essa abordagem faz ressoar as pesquisas da intelectual baiana e sua relação com o filósofo africano. Já Lande Onawale partilhou muita vivência religiosa e política com Makota.

Programa 3

Intitulado “E, de repente, o tempo voltou a se mover”, este programa traz nove filmes organizados em três sessões sob a curadoria de Fabio Rodrigues, Patrícia Mourão e Rayane Lessa. Esta mostra apresenta “filmes que descongelam o tempo ao trazer à tona uma memória esquecida, apagada ou silenciada nas fotografias e arquivos. Aqui, a memória latente reacende a brasa no coração do arquivo. Em grande parte das obras desta constelação, o gesto é de retornar para avançar, resgatar-se entre ou para além das imagens e documentos”, como aponta o trio.

Lembrar daquilo que esqueci (Espírito Santo, 2020, 20 min.), de Castiel Vitorino Brasileiro/Divulgação

Fazem parte do Programa 3: “NC5 contra a lei do impedimento” (Rio de Janeiro, 2019, 24 min.), de Lucio Branco; “Um de vermelho e um de amarelo” (Minas Gerais, 2020, 14 min.), de Frad, GM, Lipe; “Vander” (Bahia, 2019, 2 min.), de Barbara Carmo; “Cinema contemporâneo” (Pernambuco, 2019, 5 min.) de Felipe André Silva; “Formatura” (São Paulo, 2020, 8 min.), de Caio Franco; “Quando Era Primavera” (Goiás, 2019, 13 min.), de Lara Damiane; “Entre o céu e o subsolo” (Bahia, 2019, 43 min.), de Felipe da Silva Borges; “Não fique triste, menino” (Ceará, 2018, 8 min.), de Clébson Francisco; “O Bem Virá” (Pernambuco, 2020, 75 min.), de Uilma Queiroz.

Programa 4

Evelyn Sacramento, Kênia Freitas e Ramayana Lira assinam a curadoria do programa cujo título é “Toda articulação política é ficção científica”. Esta junção de filmes “desafia a pensar nos confins das imagens e dos sons e de nós mesmos. Especula um Brasil que não existe e, não existindo, permanece e se reinventa. Hiperficcionalizando e abrindo a ideia do documentário como registro do real para também tratar do hiper, do intra e do sub, que atravessam as nossas realidades”, como escrevem as curadoras na apresentação do Programa 4.

Reduto (Bahia, 2020, 13 min.), de Michel Santos/Divulgação

Desta constelação, fazem parte as seguintes obras: “Obatala film” (Minas Gerais, 2019, 7 min.), de Sebastian Wiedemann; “POPXOP” (Minas Gerais, 2019, 102 min.), de Natalino Maxakali e Ana Estrela; “A Cristalização de Brasília” (Distrito Federal, 2019, 7 min.), de Guerreiro do Divino Amor; “Reduto” (Bahia, 2020, 13 min.), de Michel Santos; “Invasão Espacial” (Distrito Federal, 2019, 15 min.), de Thiago Foresti; “VAZÃO” (Pernambuco, 2019, 9 min.), de Cecilia Assy e Marcia Rezende; “Lembrar daquilo que esqueci” (Espírito Santo, 2020, 20 min.), de Castiel Vitorino Brasileiro; “Rua Augusta, 1029” (São Paulo, 2019, 11 min.), de Mirrah Iañez; “Relatos Tecnopobres” (Goiás, 2019, 13 min.), de João Batista Gabriel Carvalho Silva; “Veias de Fogo” (Ceará, 2020, 18 min.), de coletivo Carnaval no Inferno.

Retorno para a programação

Dos quatro filmes que compõem a homenagem à Makota Valdina, dois voltam à programação nos últimos dias de CachoeiraDoc, 19 e 20 de dezembro, sábado e domingo: “Aleluia, o Canto Infinito do Tincoã” (Bahia, 2020, 70 min.), de Tenille Bezerra, e “Kalunga – memórias de um mar sem fim” (Bahia, 2020, 14 min.), de Renata Semanyangue.

Já “Pattaki” (Bahia, 2019, 21 min.), de Everlane Moraes, e “Retrato da Mestra Makota Valdina” (Minas Gerais, 2019, 92 min.), de César Guimarães e Pedro Aspahan, estão disponíveis desde o início desta edição do festival, 4 de dezembro, e poderão ser assistidos até o último dia.

Além disso, o filme que ocupou a sessão de abertura, “Acervo ZUMVI – O Levante da Memória” (Bahia, 2020, 36 min.), de Iris de Oliveira, também voltará ao site do CachoeiraDoc nos dias 19 e 20 dezembro. O doc aborda a trajetória do ZUMVI Arquivo Fotográfico, sua luta por preservação e o trabalho de Lázaro Roberto, o “Lente Negra”, referência em fotografia documental na Bahia.

Neste último fim de semana de festival, também voltam à programação os filmes que estiveram organizados nos Programas 1 e 2, respectivamente, as mostras “Nós nunca nascemos, nós nunca morremos. Nós transicionamos” e “Nem todo trajeto é reto”. Assim, os 42 filmes que integram a programação online do IX CachoeiraDoc estarão em cartaz para o público.

IX CACHOEIRADOC: 4 a 20 de dezembro de 2020

52 filmes gratuitos: 42 online e 10 presenciais

Transmissão gratuita das atividades pelo YouTube e Facebook: CachoeiraDoc

● Encerramento: encontro entre o poeta, escritor e compositor Lande Onawale e o cantor, músico e compositor Tiganá Santana – 20 de dezembro, domingo, às 16h.

Programação completa em: www.cachoeiradoc.com.br

 

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