V Festival Internacional da Sanfona em Juazeiro


Foto: Blog Juazeiro Bahia News

O amor pela sanfona levará baianos e turista para a quinta edição do Festival Internacional da Sanfona, que acontecerá em Juazeiro, de 14 a 17 de novembro. Sob a curadoria do cantor, sanfoneiro e compositor Targino Gondim e direção geral de Celso de Carvalho, o evento contará com oficinas, workshops, exposição, encontros e concertos musicais com shows abertos na Orla Nova de Juazeiro.

Grandes instrumentistas oriundos de diferentes regiões do país e também do exterior já estão confirmados na programação. Entre atrações internacionais desta edição estão nomes como Jason O’Rourke (Irlanda) e Simone Zanchini (Itália). Do Brasil, a programação inclui Edglei Miguel (PB), Chico Chagas (AC), Mestrinho (SE), Mahatma Costa (PE), Daniel Itabaiana (BA), Silas França (BA) e Quinteto Sanfônico do Brasil, além do curador Targino Gondim (BA).

A abertura do evento acontece às 19 horas do dia 14, no foyer do Centro de Cultura João Gilberto. Entre as atividades paralelas estão exposição de sanfonas de quarta a sábado. O público também poderá se aprofundar no universo sonoro do instrumento através da oficina sanfona 120 baixos, com Edglei Miguel, professor de A SANFONADA de Campina Grande-PB.

O evento terá três workshops. Na quinta-feira, dia 15, Master Classe com Simone Zanchini da Itália, na sexta-feira, dia 16, com Jason O’Rourke sobre a concertina tradicional irlandesa e no sábado com A história do acordeom e seus sotaques com Chico Chagas. Todos os encontros acontecem às 15 horas, na sala Multiuso do Centro de Cultura João Gilberto.

A cada dia, após as oficinas/workshops, o festival apresentará as “Jam Sanfona’s Sessions” com as participações dos sanfoneiros presentes na programação e também dos músicos visitantes do evento, promovendo assim um intercambio de experiências, com destaque para a sexta-feira, a partir das 17 horas com o show “Casa de Ferreira”, de Junior Ferreira (DF).

Todos os dias do evento, a partir das 20 horas uma programação foi montada na Arena do Centro de Cultura João Gilberto. Na quinta-feira se apresentam nomes como Daniel Itabaiana (BA), Mahatma Costa (PE), Simone Zanchini (Itália) e Edglei Miguel (PB). Já na sexta-feira estarão Silas França (BA), Jason O’Rourke (Irlanda), Chico Chagas (AC) com participação especial de Junior Ferreira (DF). No sábado será a vez de Targino Gondim (BA), Quinteto Sanfônico do Brasil, Chico Chagas (AC) e Mestrinho (SE).

Além de beneficiar as comunidades locais e os artistas, o evento fortalece a singularidade da música brasileira no mercado musical, lançando luz sobre as formas de tocar sanfona em todo país e no mundo, além de potencializar a cadeia produtiva da sanfona e instrumentos assemelhados. O FESTIVAL também conta com as presenças de vários músicos que vão espontaneamente de todo o Brasil e de outros países, além de pesquisadores, produtores culturais e estudantes.

Realizado pela Toca Pra Nós Dois, em parceria com a Conspiradoria Projetos e Produções, o Festival Internacional da Sanfona está calendarizado pelo Governo do Estado da Bahia. Em toda programação estima-se a circulação de mais de 50.000 pessoas nas atividades do Festival.

O instrumento

Targino Gondim com os Sanfônicos do Brasil. Divulgação

Citado na carta de Pero Vaz de Caminha e atendendo por vários nomes como gaita ou acordeom, foi como sanfona que ficou conhecido o instrumento utilizado na típica musica nordestina. Há indícios de um instrumento primitivo, que utilizava o mesmo princípio sonoro das palhetas do acordeom, chamado Cheng, na China do século 12 A.C.

A história oficial, porém, conta que a sanfona chegou à Rússia no século XVIII e foi patenteada em Viena no ano de 1827. O instrumento teria chegado ao Brasil entre 1836 e 1851, através dos imigrantes alemães do Rio Grande do Sul, onde é mais conhecido como ‘gaita’. Há informações dessa época de que já havia tocadores de foles de oito baixos na região Nordeste, provavelmente obtidas por nordestinos que foram ao Sul para lutar na Guerra do Paraguai.

Renato Borghetti (RS) com sua sanfona.Divulgação

De lá para cá, a sanfona se transformou em um dos principais instrumentos das festas tradicionais brasileiras, presente em todas as regiões. O instrumento é ideal para acompanhar bailes pela amplitude sonora e por permitir ao executor cantar com facilidade. Por vezes, substitui o violão e a rabeca, de pouco volume sonoro, em muitas manifestações da cultura popular. Luiz Gonzaga levou a sanfona ao estrelato, lançando o baião com sua sanfona branca em 1946. Fã confesso de Gonzagão, a sanfona foi, por exemplo, o primeiro instrumento de Gilberto Gil quando ainda era criança.

Influente em uma enorme variedade de vertentes musicais, o instrumento mantém-se sempre atual, acompanhando a evolução da linguagem musical, interpretada por novas gerações, ricas em grandes instrumentistas. Há um grande circuito internacional do acordeom, com dezenas de eventos em todos os continentes e um festival como esse no Brasil é fundamental para discutir e valorizar este instrumento.

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